Ações / Bolsa de Valores - Impaciente e mais propenso ao risco? Investir em crescimento é a saída
A percepção de que ações de empresas bem administradas, de maior porte e
consagradas em mercados com boas perspectivas de crescimento se apresentam como
uma alternativa de investimento menos arriscada é bastante difundida no mercado
de renda variável.
A contrapartida dessa maior "segurança" (ou melhor: menor risco) é que estes
papéis usualmente apresentam curvas de crescimento e potencial de valorização
menos acentuado.
O acesso a informações e a análises de profissionais de investimentos é mais
simples, o que faz com que o preço destes normalmente reflitam de uma forma mais
próxima a realidade da empresa. A maior liquidez também favorece a atuação de
grandes e qualificados investidores.
Troque o investimento em valor pelo em crescimento
A percepção que fica é de que estas ações, comumente chamadas de blue chips,
são alternativa interessante para investidores mais avessos ao risco e com foco
de longo prazo. Mas e os aplicadores menos pacientes e mais propensos ao risco
devem comprar ações de que tipo de empresa?
Essa resposta não é tão simples de ser respondida, mas Aswath Damodaran,
professor de Finanças na Universidade de Nova York e detentor de uma série de
prêmios por excelência em ensino, sugere que investir em crescimento, em
contrapartida ao investimento em valor, pode ser uma boa.
"Definimos os investidores em crescimento como sendo aqueles que compram
empresas cujo potencial de crescimento está sendo sub-avaliado pelo mercado",
explica.
Empresas de segunda e terceira linha
Neste contexto, a alternativa seria as empresas de segunda e terceira linha com
boas perspectivas de crescimento.
"Vários estudos têm constatado de forma consistente que as empresas pequenas
geram retornos maiores do que as empresas grandes de risco equivalente", informa
Damodaran, ressaltando, no entanto, que isso usualmente ocorre por um período
menor de tempo.
O professor comenta que as ações de empresas de menor porte recorrentemente
apresentam ciclos de valorização menores, porém mais fortes do que as das
grandes empresas .
Mas como identificar boas oportunidades
Reiterando a percepção de que praticamente todas as estratégias de investimento
têm potencial para serem vitoriosas quando bem desenvolvidas, tão bem sucedido
quanto Warren Buffet, o ícone dos investidores em valor, temos Peter Lynch para
ilustrar o potencial da estratégia de se investir em crescimento.
Após muitos anos de erros e, pelo visto, um maior número de acertos, Lynch
desenvolveu algumas máximas que, em sua opinião, ajudam a identificar boas
oportunidades.
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1 - Preste atenção a fatos e não a projeções; |
2 - Antes de investir em uma empresa, analise o seu
balanço anual para ver se ela é financeiramente saudável; |
3 - Quando vários detentores de informações
privilegiadas estão comprando ações de uma empresa ao mesmo tempo, isso
é um bom sinal; |
4 - Um investidor médio pode monitorar de cinco a dez
empresas de cada vez, mas isto não quer dizer que vá comprar qualquer
uma delas; |
5 - Seja paciente. Algumas ações demoram de três a
quatro anos, após a termos comprado, para apresentar bons resultados.
Outras podem levar até 10 anos; |
6 - Entre cedo, mas nem tanto. Comprar muito cedo
significa assumir muitos riscos. Mas não vacile para não entrar tarde
demais; |
7 - Não compre ações baratas apenas porque são baratas.
Compre-as porque seus fundamentos estão melhorando; |
8 - Compre pequenas empresas depois que estiverem tido
a oportunidade de mostrar que podem ser rentáveis; |
9 - Os tiros no escuro frequentemente saem pela culatra
ou "não saem"; |
10 - Investigue 10 empresas e é provável que encontre
uma com perspectivas brilhantes não refletidas em seu preço. |
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Marcello de Almeida
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