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Dívidas / Endividado ? - Antes de situação apertar, brasileiros não dão importância ao orçamento 

Data: 30/05/2007

 
 

De acordo com especialistas, apesar de viverem o dia-a-dia em meio a despesas e receitas, os brasileiros ainda não dão a real importância que deveriam ao orçamento familiar.

Apenas uma minoria das pessoas pensa em meios de controlar o orçamento e, mesmo assim, só quando a situação já se tornou insustentável buscam alternativas para saírem do vermelho.

Pessoas não sabem o que são finanças pessoais
De acordo com o diretor-executivo do Comitê de Finanças Pessoais da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Louis Frankenberg, a maioria das pessoas não sabe o que são finanças pessoais. "E, por isso, deveriam se tornar matéria obrigatória nas escolas e associações. Também deveriam ser mais difundidas por organismos do Governo".

A idéia de que poucas pessoas sabem o que são finanças também é compartilhada pelo professor PhD da Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP), Marcos Crivelaro. "O significado do título elas não sabem, apenas as pessoas que têm o 3º grau".

Segundo o dicionário, finanças pessoais é a gestão do dinheiro das pessoas. Quando buscam entendê-la, as pessoas querem aprender a administrar o próprio dinheiro.

Famílias não dão importância ao orçamento
Além de não saberem o significado de finanças pessoais, os especialistas ainda admitem que as famílias não dão importância ao orçamento. "A meu ver, uma absoluta minoria dá importância ao orçamento. O tema é realçado e discutido com maior profundidade quando ocorrem graves distúrbios de endividamento e inadimplência", disse Frankenberg.

Já Crivelaro assume que os brasileiros não dão importância. "Aquilo que aparece nas novelas, das pessoas discutindo o orçamento em casa é folclórico, não acontece. Muitas vezes, na casa, cada um recebe seu salário e paga a sua conta. Quem ganha mais, paga mais".

O professor ainda admite que a pessoa só começa a dar valor ao orçamento quando leva um susto. "Se ela entra e sai sempre do vermelho, acha sempre que dará um jeito. Quando leva um baque, aí ela pega um trauma".

Fase crítica
Ainda segundo Crivelaro, existe em toda a família uma fase crítica para o orçamento domiciliar: na adolescência dos filhos, quando começam a entrar gastos com passeios, baladas, telefonemas e a faculdade.

"É a fase mais crítica da família. Depois que o filho sai de casa é um alívio. Ou piora, se o filho era quem tinha o maior salário".

Situação do país
Mas a macroeconomia também tem impacto no orçamento familiar. Segundo Frankenberg, o problema não é somente dos inadimplentes em si, mas de toda uma situação do País, em que custos aumentam mais que o rendimento mensal das pessoas. "Então, essas pessoas recorrem aos instrumentos de crédito existentes, não pensando que estão cavando um buraco cada vez maior e conseqüentemente impagável".

Quando sentem que a situação realmente apertou, elas buscam formas de melhorar a situação financeira, por meio de pedidos de ajudas aos parentes, cartão de crédito, cheque especial, empréstimo consignado e outros.

Uma alternativa, de acordo com Crivelaro, é a procura por um emprego. "Por R$ 100, R$ 200, por estar mais próximo de casa, receber vale-refeição, as pessoas mudam de emprego sem medo de dar certo ou não".

Além disso, Crivelaro ainda admite que as pessoas buscam trabalhos extras para incrementar a renda, como participar de eventos, já que o pagamento de hora-extra não é mais utilizado.



 
Referência: Administradores.com.br
Autor: Infopessoal
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