Carreira / Emprego - O gestor financeiro que todos querem é especialista em marketing e TI
O gerente financeiro da Telesul Sistemas, Pedro Bartelli Filho, acredita que
a zona de conforto para o CFO (Chief Financial Officer) acabou. Isso significa o
fim de uma posição de especialista, que encarava a organização como uma
estrutura a ser corretamente planejada e controlada com base em números reais e
em perspectivas seguras.
Originalmente responsável pela administração de riscos financeiros e pelo
planejamento das contas de uma empresa, sendo, muitas vezes, membro da cúpula de
diretores, hoje ele é cobrado no sentido de alinhar as estratégias do negócio à
matemática financeira, por exemplo.
"Já foi o tempo em que a imagem do CFO na organização era a de um tecnólogo com
uma capacidade fantástica para planejar e equacionar o dia-a-dia das contas e da
governança corporativa, deixando para os demais gestores questões como a
infra-estrutura da informação, as estratégias de competição e o posicionamento
de marketing", revela.
"É claro que representar esse importantíssimo viabilizador do controle sobre o
progresso corporativo já era, em si, uma responsabilidade e tanto, de modo que o
CFO sempre desfrutou de invejável status na hierarquia empresarial", acrescenta.
Arroz com feijão
A zona de conforto acabou, por conta da forte dependência entre a articulação de
informações e os resultados da empresa. E o que ele precisa, cada vez mais, é
fugir do arroz com feijão.
Ou seja, entender aspectos da gestão que estavam, até pouco tempo atrás, alheios
à função, como estratégias de tecnologia da informação e as próprias estratégias
competitivas da empresa, levando em conta os marcos regulatórios.
Assim, por meio de diretrizes, normas e práticas de sua alçada, o CFO pode
auxiliar na concretização do melhor modelo de business intelligence, da melhor
gestão de recursos humanos ou da política de materiais mais adequada. A
conclusão é que sua influência na cúpula da organização pode aumentar sempre,
indo de encontro também aos interesses de fornecedores e clientes.
Portanto, não fique surpreso, se você, gestor de finanças, escutar do CEO: "e
então, para onde caminhará nosso negócio diante da globalização generalizada e
da explosão de informações que introduz tanto descontrole e tanta surpresa
(agradável ou não) nas organizações?"
|