Um intruso e grande inimigo da saúde de alguns trabalhadores nas empresas é o
estresse. Caracterizado por esgotamento físico ou mental de natureza diversa, o
estresse sempre engloba fatores relacionados ao estado emocional descontrolado.
Há quem diga que o estresse é contagioso. E é mesmo! Observando o convívio
entre colegas de trabalho é possível perceber onde se localiza o foco do
problema que em pouco tempo dilui-se por toda a equipe.
Você já viu no trabalho pessoas que esbravejam ao lançarem um questionamento
e respondem antes da pergunta ser feita? Ou pessoas que, aparentemente sem
motivo algum, estouram lançando farpas em todas as direções? Há aqueles
que canalizam o aborrecimento e descarregam, sem a menor razão, na primeira
vítima que cruza o seu caminho. Você já presenciou uma cena dessas? Caso a sua
resposta seja afirmativa, você acaba de identificar um contaminado pelo vírus
do estresse.
Mas, felizmente esta doença possui tratamento e prevenção. Para aderir
ao tratamento é necessário inicialmente que a pessoa reconheça que está
infectada e realmente esteja disposta a aderir ao árduo tratamento que visa
combater a causa de um dos principais sintomas: a ansiedade.
Assim como ocorre com os vícios, o indivíduo infectado pelo estresse
tem sérias dificuldades de reconhecer que sofre deste mal e irrita-se ainda mais
quando alguém afirma que ele está estressado. Ele acredita que a culpa dos
problemas é sempre das pessoas à sua volta e que fazem aquilo única e
exclusivamente para irritá-lo. Outro sintoma presente é a visão distorcida; o
estressado não consegue enxergar os feitos e nem mesmo os esforços dos
colaboradores ao seu redor. Para ele, todos são vistos como incompetentes e
preguiçosos, sendo sempre tratados com desconfiança ou estupidez.
Para auxiliar a sanar o problema é preciso, antes de tudo, estar prevenido
para que não se contamine também. O melhor momento de realizar intervenções é
quando a pessoa acometida pelo estresse está mais tranqüila. No momento de uma
crise, em um ataque agudo de estresse, deve-se evitar retrucar com a pessoa
aborrecida, pois essa atitude pode instigar ainda mais os ânimos elevando os
níveis de estresse.
Este quadro desenvolve-se a partir do momento em que o indivíduo fica fora da
sua zona de conforto, quando naturalmente é forçado a conviver com “o novo”, com
aquilo que não se conhece, assim se sente ameaçado. Dessa forma, a tendência
natural é o desejo de querer controlar tudo; assim surge o desejo de prever os
acontecimentos da empresa e do mercado. Associado a isto, surge também uma
constante e incômoda “pré-ocupação”, que ao invés de auxiliar a resolucionar os
problemas, vem acompanhada do receio e do medo que se apresentam de forma
disfarçada, proporcionando sensação de perigo iminente.
Quando somos submetidos ao medo, acontece no nosso corpo uma imensa ativação
neuro-hormonal. O sistema nervoso simpático ordena à medula adrenal para liberar
adrenalina e noradrenalina na corrente sangüínea através das glândulas
supra-renais. Esses "hormônios do estresse" preparam o organismo para lutar ou
fugir. Assim o organismo reage com inquietação, aumento da intensidade e
freqüência dos batimentos cardíacos, sudorese, tensão muscular, agitação,
tremores, dores de cabeça, boca seca, entre outros.
Para minimizar o problema o indivíduo deve evitar sobrecarga. Pode procurar
adotar uma postura de automonitoramento identificando o seu nível de
irritabilidade, a forma como está lidando com as pessoas, o tom de voz que está
usando etc.
Ninguém consegue “assobiar e chupar cana” ao mesmo tempo. Quando se tem
muitos afazeres a melhor forma de começar é pelo começo. Deve-se aprender a
eleger prioridades e a delegar tarefas. Poder contar com a cooperação da equipe
de trabalho é fundamental, principalmente nos momentos em que os problemas
aparecem. Portanto, se você ainda não foi contaminado, previna-se! Adote uma
alimentação saudável, pratique atividade física, leia e conserve o lazer.