Normalmente somos colaboradores fiéis da organização a qual estamos vinculados.
Estamos com a nossa consciência tranqüila quanto ao grau de esforço que
dedicamos àquela que nos remunera pelo nosso trabalho, além de servir de escola
para o nosso crescimento profissional. Bem, muitas vezes precisamos um pouco
mais do que remuneração e de possibilidade de crescimento; precisamos de afeto.
Sabemos que a empresa não tem essa obrigação com o seu colaborador, mas,
levando em consideração que a vida particular interfere diretamente na nossa
disposição no trabalho, isso significa que é, no mínimo, um investimento
vantajoso. Ou seja, a empresa investe no meu coração e eu, colaborador, retorno
com disposição!
Para essa relação fluir de forma saudável, é preciso que a empresa olhe para
o colaborador com o chamado terceiro olho, reconhecendo o invisível e,
oferecendo-lhe auxílio para as emoções. Sabemos que as emoções são responsáveis
pela nossa produtividade. Nelas, estão as forças reais do ser humano. Por
conseguinte, nas emoções, está o fracasso de inúmeros projetos. As pessoas
precisam ser embaladas, cuidadas e acalentadas. Manifestações de amor são afagos
na alma.
Ao nascermos, o que nos acalmava era o embalar dos braços de alguém. Essa é a
nossa natureza. Somos feitos para dar e receber carinho; o restante vem por
conseqüência, assim, como o nosso crescimento físico. Sobrevivemos sem
recebermos amor, mas durante o caminho alguma coisa em nós vai atrofiando e vai
perdendo o brilho.
Toda empresa quer brilhar, sonha com um espaço aberto, deseja ser fulgurante
em solo brasileiro ou mundial. Nesse sonho, está intrínseco o brilho. Brilhamos
ao som do reconhecimento e da valorização. Bem, mas para esse ciclo não
enfraquecer, a empresa precisa lembrar que cada colaborador é responsável, ainda
que, em pequena escala, pela irradiação final. A luz é de cada um e a força
dessa irradiação, é proporcional à intensidade e brilho de todos.
Portanto, empresários de todo país, em suas empresas, pessoas que precisam
ser energizadas pelo afeto e pelo reconhecimento caminham pelos corredores.
Assim, é a natureza humana. O nosso nível de energia define nosso grau de
empenho e é proporcional ao reconhecimento, ao amor e à atenção que recebo de
quem eu me dedico.
O grande mal do mundo consiste no fato das pessoas guardarem coisas para si.
Isso vale para as organizações também. Guardamos bens materiais, sentimentos,
declarações, ressentimentos, falamos ou calamos na hora errada. Muitas vezes
vivemos de aparência com as gavetas da alma repletas de coisas inúteis. Sabemos
que não existe maior bem do que fazer a felicidade de alguém. Nada mais fácil do
que provocar um ambiente feliz e saudável: basta oferecermos gestos agradáveis,
atitudes, atenção, cortesia, lembrança, entre outros.
Em uma organização onde as pessoas convivem diariamente, essa dinâmica, se
incorporada, resultaria em ótimos benefícios a todos. Se olharmos à nossa volta,
percebemos que a carência humana está no fato das pessoas terem perdido os
valores imateriais em favor dos materiais. Compra-se quase tudo em nossos dias,
mas o bem ninguém compra. Compra-se companhia, mas não a sinceridade. Compra-se
conforto, mas não a paz de espírito, não a tranqüilidade, menos ainda a
felicidade e a energia agradável de um ambiente de trabalho.
Há uma grande diferença entre o dar e o oferecer. Quando damos, estendemos a
mão, mas quando oferecemos, é o nosso coração que entregamos junto. É um
pedacinho de nós que vai caminhando na direção do outro e, o bem que ele provoca
retorna ao nosso interior. A relação humana é uma verdadeira simbiose. Estamos
entrelaçados um no outro. Disso não há como fugir. O melhor que todos nós
poderíamos, então, aperfeiçoar é o nobre propósito de oferecer ao outro o melhor
de nós. As organizações têm um longo trabalho a fazer, nessa direção.
Desejo sorte a todos. Afinal, conduzir a vida valorizando a energia pessoal e
a do outro é uma tarefa que não se aprendeu nos bancos escolares. Ainda bem, que
nos restam os bancos da escola da vida. Viva essa nossa possibilidade de olhar o
lado bom que habita o SER que é HUMANO.