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Negócios / Empreendedorismo - É fundamental separar as finanças da empresa das finanças pessoais 

Data: 25/11/2008

 
 

Controlar adequadamente as finanças da microempresa pode parecer uma tarefa das mais árduas para o pequeno empresário. Mas é preciso encará-la com muita seriedade. Afinal, ter uma gestão equilibrada do dinheiro é fundamental. Caso contrário, o balanço não vai fechar. A bagunça pode levar você à inadimplência e a empresa à falência. Saiba que, com um pouco de disciplina, a tarefa não é tão difícil quanto parece. Basta começar. Veja a seguir alguns pontos fundamentais:

Pró-labore - É preciso definir o valor da remuneração fixa mensal do proprietário ou dos sócios, o chamado pró-labore, que entrará na lista de custos da empresa. Muita gente tem dificuldade de determinar o salário justo para o próprio cargo. Para isso, uma das maneiras é buscar referências. Pesquise no mercado sobre a remuneração de profissionais que exerçam a mesma função. Na comparação, é importante considerar o perfil também da empresa. Uma grande corporação, em geral, paga salários mais competitivos e precisa reter talentos. É preciso ter em mente que o valor do pró-labore periódico deve ser compatível com a capacidade do caixa da empresa. Ou seja, ele não pode ser elevado a ponto de descapitalizar o negócio.

Para a fase inicial das pequenas empresas, os técnicos do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) fazem a seguinte recomendação: faça a conta de todas as suas despesas pessoais durante o ano. Estabeleça um valor médio como pró-labore. Lembre-se que nessa remuneração não há pagamento do 13º salário e de 1/3 sobre as férias.

Para isso podem ser usados modelos de planilhas, como esta: 

Necessidades Pessoais

Valores Previstos

Despesas totais com supermercado

R$ 600,00

Despesas totais com escola/educação

R$ 400,00

Despesas totais com combustível/veículo

R$ 200,00

Despesas totais com lazer e passeios

R$ 150,00

Despesas totais com vestuários e calçados

R$ 100,00

Despesas totais com medicamentos e saúde

R$ 100,00

Despesas com parcela de viagem de férias

R$ 100,00

Outras despesas pessoais

R$ 200,00

Total das despesas pessoais = pró-labore

R$ 1.800,00

Depois, quando a empresa estiver com as finanças em ordem e dando lucro, é possível definir também a participação nos resultados. A distribuição dos lucro s pode ser trimestral. Mas saiba que os rendimentos positivos da empresa (pessoa jurídica) não são seus (pessoa física) propriamente. Por isso, estipule a sua participação.

Conta bancária - É fundamental ter contas correntes separadas para a empresa e a pessoa física. Assim, para as despesas da empresa, por exemplo, será usado o cheque ou o cartão corporativo. Os pagamentos recebidos pela empresa também devem ser depositados nesta conta. Não caia na tentação de pagar uma conta pessoal com o cheque da empresa. Esse pode ser o primeiro passo para bagunçar as finanças. É por isso que muitos empresários não sabem se têm um negócio lucrativo ou não. O dinheiro que entra desaparece sem controle. As mesmas regras são válidas também para os cartões de crédito e financiamento. A diferenciação bancária também é importante para efeitos fiscais. Afinal, você poderá facilmente provar o seu faturamento. Fica mais fácil fazer a declaração de Imposto de Renda.

Investimentos - A carteira de investimento também deve ser separada. Uma para a empresa outra para as suas aplicações pessoais. Toda companhia, independente do porte, precisa de um caixa reserva, para emergências, e esses recursos devem ficar longe das aplicações de mais risco. As instituições financeiras, em geral, oferecem produtos de investimento exclusivos para empresas. Há cada vez mais opções.

Compras - Não coloque na mesma cesta as compras da casa e os suprimentos para a empresa - mesmo que ela funcione na sua residência. É preciso identificar as despesas da empresa e as suas. A empresa não deve pagar as suas contas e vice-versa. Se eventualmente pagou uma despesa, como a despesa de um almoço com um cliente, com o seu cartão pessoal, faça um pedido de reembolso. Muitas pequenas companhias ficam no vermelho porque o empresário perdeu o controle ao misturar o caixa da empresa com suas finanças pessoais e acabou gastando mais do que devia.

Automóvel - É comum os pequenos empresários utilizarem apenas um veículo tanto para a empresa quanto para o seu transporte pessoal. Se bem administrado, isso não é um problema. Caso o carro pertença à empresa, basta você assumir as despesas do uso pessoal, como combustível e manutenção depois de uma viagem de lazer. Para evitar a tentação de subestimar os custos e despesas, os consultores recomendam determinar, em contrato, uma taxa de manutenção a ser abatida do pró-labore pelo uso do automóvel com base na média da quilometragem rodada. O valor pode ser até 20% inferior ao cobrado por uma locadora de carros.

Se no seu caso a situação é inversa, o seu carro é usado para resolver questões da empresa, siga a mesma lógica. Você terá um pagamento que saíra do caixa jurídico referente ao pagamento do aluguel do carro.



 
Referência: comoinvestir.com.br
Autor: Sebrae
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