Negócios / Empreendedorismo - Quando o Otimismo é um Fator Negativo nos Projetos
"O Gerente de Projetos deve limitar o otimismo no projeto". Parece estranho
dizer isso, não? Na realidade existe um otimismo bom e um otimismo ruim, o
primeiro deve ser incentivado pelo Gerente, o outro combatido arduamente, pois
pode ser um fator de alto risco para o fracasso do projeto.
A diferença entre os dois tipos de otimismo é o seguinte:
Otimismo Bom: é aquele que leva a equipe e outros stakeholders a
acreditarem no projeto, buscar a superação nas dificuldades e agir em direção a
um bom resultado.
Neste tipo de otimismo, ainda impera o realismo, ou seja, há uma visão clara e
transparente da situação do projeto para que as decisões tomadas sejam as mais
corretas possíveis.
Otimismo Ruim: é aquele que cega o líder e a equipe, e gera
expectativas irreais, previsões inalcançáveis e desculpas esfarrapadas. Além de
dificilmente atingir os objetivos, a equipe excessivamente otimista joga a culpa
do erro em algum dos fatores que não atingiram os objetivos irreais, e não no
planejamento errôneo que foi feito.
Então, que fique bem claro: não estou pregando que o Gerente de Projeto deva ser
pessimista. Muito pelo contrário, ele deve ser um dos mais otimistas no projeto,
e deve usar o otimismo como fator de motivação para a equipe. No entanto, sempre
com o pé no chão e garantindo que as decisões, premissas e expectativas possuem
uma âncora sólida.
O fato é que, se todas as variáveis são levadas em consideração a partir de uma
visão muito otimista, inevitavelmente algumas não atingirão o resultado
desejado, e isto impactará em tempo, custos e qualidade. Em outras palavras, na
média alguns resultados ficarão fora do desejado e não haverá margens para
recuperar o tempo/dinheiro perdidos. Novamente, neste caso a culpa foi do
planejamento, não do objetivo específico que não foi atingido.
Para detectar e corrigir o excesso de otimismo, a melhor ferramenta para o
Gerente de Projeto é o questionamento. Devem-se buscar com a equipe as fontes de
dados e informações que levaram a uma decisão ou previsão. Se estas fontes não
são totalmente sólidas, é necessário avaliar cenários alternativos, com
perspectivas diferentes das iniciais. O Gerente deve descobrir os diferentes
caminhos e probabilidades que uma situação pode gerar.
Estas são duas pequenas dicas que com o tempo percebi que ajudam a trazer a
realidade de volta às atividades do projeto:
- Quando alguém da equipe diz "Ah, eu acho que conseguimos", desconfie
instantaneamente. Não que a capacidade do grupo deva ser questionada, mas é
um sinal de que o tema deve ser explorado mais a fundo antes de aceitar uma
perspectiva.
- Documente as informações. Quando a previsão ou informação que alguém lhe
passa é documentada, a pessoa terá um cuidado especial em mostrar a
realidade ao invés de apresentar situações quase impossíveis de alcançar, já
que saberá que se o resultado não for atingido, será confrontado com o que
disse no começo.
Finalmente, lembre-se: dar expectativas excessivamente otimistas é
algo natural de alguns profissionais, já que buscam um conforto momentâneo (dar
a informação que o chefe ou outros querem ouvir), com a esperança de não serem
questionados no futuro. Dentro de um projeto, o Gerente de Projeto é a pessoa
responsável por eliminar este tipo de cultura e atitude, criando um ambiente de
transparência no trabalho em equipe.
Referência:
Blog Stakeholder
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