Clique aqui para ir para a página inicial
 

Pular Links de Navegação
»
Home
Contato
Calculadoras
Consultoria
Conteúdo
Cotações
Perfil/Testes
Serviços
Parceiros
Mapa site
[HyperLink1]
Cadastrar
 
    
Assuntos

Total de artigos: 11132
    

 

 

Carreira / Emprego - Um favor aqui, outro ali e a promoção vem 

Data: 13/11/2008

 
 

São Francisco de Assis, padroeiro dos pobres e dos oprimidos, poderá ter de ampliar suas funções e acumular funcionários de corporações em seu guarda-chuva de proteção. A proposta foi feita por Francis Flynn, professor de administração da Universidade de Columbia, que comprovou a eficiência da aplicação da máxima franciscana "é dando que se recebe" para obter um melhor desempenho dos profissionais de empresas no mesmo estágio da carreira.

Em sua pesquisa "Quanto Devo Dar e Com que Freqüência - Os Efeitos da Generosidade e Freqüência da Troca de Favores no Status Social e na Produtividade", Flynn identificou que os colegas de trabalho que fazem favores e os recebem no ambiente corporativo na mesma proporção são mais produtivos do que os outros mais "egoístas" ou "solícitos em demasia".

"Quando os funcionários descobrem mais sobre que tipo de colaboração podem oferecer a seus colegas, eles aprendem mais sobre as efetivas potencialidades de ajuda que cada um pode oferecer ao outro. Isso ocorre em especial com aqueles que praticam a generosidade com maior freqüência.", disse Flynn, em entrevista ao Valor, por telefone, de Nova York.

Uma outra correlação entre a troca de favores e a produtividade está na confiança que os empregados generosos despertam nos seus colegas, aumentando a possibilidade de oferta de ajuda. Isso porque eles ficam mais "crentes na reciprocidade". "É um bom exercício para aumentar a tolerância", comenta Flynn.

A troca de favores permite ainda o aumento da afinidade e uma maior compreensão do próximo, tanto de seus interesses como de seus valores. Esses fatores são importantes para elevar a produtividade e a criação de um ambiente de trabalho mais agradável.

As constatações de Flynn foram feitas a partir de uma pesquisa realizada com 161 engenheiros que trabalham para uma empresa de telecomunicação na região de São Francisco, na Califórnia - "mera coincidência", garante o autor. Na linha "é dando que se recebe", Flynn observou que os funcionários que fazem mais favores do que recebem são menos produtivos do que os outros que trabalham no esquema de reciprocidade. O ponto positivo é que eles são admirados, muito bem-vistos e têm uma reputação muito melhor.

Esse conjunto de adjetivos poderia levar a uma promoção, mas a boa imagem pode ficar comprometida pela análise dos resultados, uma vez que a produtividade dessas pessoas é mais baixa do que as das outras. E o pior: suas habilidades profissionais podem ser escondidas pelos favores. A recomendação do professor, portanto, é que haja uma dose equilibrada entre dar e receber. Com a moderação, a troca será mais efetiva para a produtividade e para o profissional.

Mas como que é um favor na empresa? O trabalho mostra que os favores trocados entre funcionários podem variar de uma pequena ajuda técnica a uma mãozinha na promoção do colega. Ele mapeou seus estudos com base em seis categorias de benefícios: informação, bens, serviços, status, dinheiro e amor.

Os favores estariam mais baseados em fontes concretas, como serviços (assistência), informação (conselho) e bens (equipamentos) do que em aspectos simbólicos, como amor e status. "O dinheiro está em outro domínio, o da economia", destaca.

Apesar da definição de categorias da realização de favores, eles não são tão simples de ser identificados pelos colegas. "Na média, os empregados acreditam que fizeram mais do que receberam. Há uma espécie de egocentrismo nas relações trabalhistas que não permite uma percepção real dos fatos", observa o autor.

Em outro estudo, intitulado "Identidade e Formas de Relacionamento Social em Organizações", o professor Flynn detectou que os funcionários de uma empresa sempre solicitam cooperação, mas a forma como essa relação se dá pode variar. Isso ocorre porque há três tipos de identidades para as relações na empresa: a individual, a relacional e a coletiva. "A diferença fundamental entre essas três é como a pessoa que recebe o favor se enxerga como um membro da relação inter-pessoal", observa o professor.

A cooperação na corporação é diferente das outras relações de troca de favores, em especial quando há uma combinação do tipo "eu o ajudo nisso e você me ajuda naquilo". "Numa troca de favores negociada, os atores estão focados nos benefícios tangíveis que eles podem obter ao participar da ação, ao contrário do que ocorre num favor social (fora da organização), no qual se espera, em geral, afeto", indica o trabalho.

As pessoas com identidade do tipo individual se caracterizam por sua auto-estima expandida e por fazerem comparações por meio de avaliações com os colegas que participam da troca de favores. São comuns os pensamentos: "Sou relativamente mais bem-sucedido do que meus colegas?".

Esses profissionais agem motivados por interesses próprios e não para o bem-estar do próximo. Por isso, preferem troca de favores em que a identidade do realizador da tarefa seja mantida e não neutralizada pelo coletivo. É uma espécie de toma lá dá cá. Nesse caso, vale o velho trocadilho: "vem a nós tudo, vosso reino, nada".



 
Referência: Produtividade
Autor: Valor
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :