Clique aqui para ir para a página inicial
 

Pular Links de Navegação
»
Home
Contato
Calculadoras
Consultoria
Conteúdo
Cotações
Perfil/Testes
Serviços
Parceiros
Mapa site
[HyperLink1]
Cadastrar
 
    
Assuntos

Total de artigos: 11132
    

 

 

Ações / Bolsa de Valores - Modelo de Black & Scholes 

Data: 29/10/2008

 
 
É importante, ao se estudar gerenciamento de derivativos, citar a origem dos modelos de precificação de ativos, ou seja, descrever o modelo mais utilizado por todos os participantes dos mercados de opções para suas avaliações. Foi desenvolvido em 1973 pelos professores Fizer Black e Myron Scholes, na Universidade de Chicago e no MIT (Massachusetts Institute of technology).

O modelo de Black e Scholes é basilar para o mercado futuro, porque permitiu que houvesse um padrão de preços para negociação de altos volumes em bolsa.

Conforme FERREIRA E HORITA (1996), a fórmula capaz de calcular o preço das opções era uma equação complexa. Foi apresentada ao mundo financeiro em um artigo de dezessete páginas, de difícil compreensão para os leigos, publicado no The Journal of Political Economy, da Universidade de Chicago, em maio de 1973.

O objeto de estudo dos dois pesquisadores é a opção de compra européia, de onde se derivou a teoria para outras modalidades mais complexas.

No artigo de Black & Scholes (1973), eles sugerem que o modelo desenvolvido não só se aplica na precificação de opções de compra simples, como serve também de "rationale" para a avaliação de qualquer ativo contingente - um ativo que tem seu preço determinado em função de outro.

Um investidor, por exemplo, quando entra em qualquer posição em opções de ações, deve analisar sua expectativa em relação à tendência dos preços a vista, a curto, médio e longo prazos e deve avaliar o prêmio da opção, verificando se este está acima ou abaixo do seu valor justo.

Esta ferramenta de análise tem como objetivo auxiliar os investidores a determinar se o prêmio de uma opção está subavaliado ou não, indicando qual é a possível tendência do mercado, considerando-se que a maior dificuldade encontrada no cálculo de prêmio de uma opção está na determinação da distribuição de probabilidades dos preços da ação.

O prêmio justo de uma opção é o valor atual, na data em que a opção está sendo negociada, dos ganhos e perdas prováveis de acontecerem até o vencimento da opção. Para calcular-se o prêmio justo, deve-se considerar a probabilidade dos ganhos e perdas da posição assumida em opções de ações. Esta probabilidade é função do comportamento futuro dos preços à vista dos papéis.

A seguir, será feita uma descrição sucinta do modelo e das considerações feitas sobre o comportamento dos preços das ações.

- O Processo Estocástico

Através de vários estudos, os preços dos ativos negociados comportam-se livremente através da influência de inúmeros fatores que alteram seus movimentos, tornando impossível determinar com exatidão os níveis de preço a serem atingidos em datas futuras. Dessa forma, pode-se dizer que os preços de uma ação apresentam um caminho aleatório, seguindo um processo estocástico.

Os fenômenos aleatórios são satisfatoriamente descritos por uma distribuição normal. Assim, os principais modelos de valorização de prêmios de opções supõem uma distribuição normal para os preços do ativo base da opção.

A experiência indica que, mesmo em países com inflação baixa, a tendência dos preços ao longo do tempo é a de subir. Dessa forma, uma curva que não permitisse a ocorrência de preços negativos e presumisse a tendência altista descreveria melhor o comportamento dos preços de uma ação. De acordo com essas características, pode-se dizer que uma curva lognormal descreve melhor o comportamento do preço de uma ação ao longo do tempo.

- A propriedade de Markov

O modelo explicita distorções nos preços das opções, indicando se as opções estão caras ou baratas. Está baseado na suposição de que os preços das ações seguem um processo estocástico, mais especificamente um processo de Markov. Isto significa que os preços de uma ação apresentam um comportamento aleatório no decorrer do tempo e que o valor presente da variável contém todas as informações relevantes sobre o passado, sendo suficiente para prever o futuro.

Como previsões sobre o futuro devem ser expressas em termos de distribuição de probabilidades, a propriedade de Markov implica que a distribuição de probabilidades do preço futuro, em qualquer data futura em particular, depende somente do preço corrente do ativo financeiro.

- O processo de Wiener e o processo de Ito

A maioria dos modelos também considera que os preços de uma ação apresentam um comportamento caracterizado como processo de Wiener.

Logo, seja z uma variável que segue um processo de Wiener, e que tem sua variação dependente da variável tempo. Uma variável de Wiener apresenta duas importantes propriedades:

1) z está relacionado com t através da equação , onde  é uma variável aleatória com distribuição normal de média zero e desvio padrão de 1,0. Desta propriedade segue que z tem uma distribuição normal com média zero e desvio padrão de  .

2) Os valores de z em dois intervalos de tempo diferentes são independentes.

Portanto, z segue o processo de Markov.

O processo de Wiener pode ser generalizado para uma variável x, definida em relação a uma variável z pela equação:

dx = adt + bdz                          (3.4)

onde a e b são constantes, e sendo a a taxa de variação de x por unidade de tempo e b a taxa de variação da variabilidade.

Se a e b dependem da variável x e do tempo, isto é, deixarem de ser constantes, teremos o processo chamado de Ito, que é expresso por:

dx = a(x,t)dt + b(x,t)dz

o que significa que a taxa de variação esperada, a, e a taxa de variância b, estão sujeitas a mudança com o passar do tempo e dz segue um processo de wiener. A variável x apresenta média a e variância b2.

Como a não é um parâmetro constante na equação (3.4), assume-se que a como uma porcentagem do preço da ação, tornando-se assim uma constante.

Assim, se S é o preço de uma ação, o acréscimo de S por unidade de tempo é dado por mS, onde m é uma constante expressa em porcentagem. A equação pode então ser escrita da seguinte forma:

dS = mS dt

Como o preço de uma ação apresenta volatilidade, o que faz com que o termo bdz da equação (3.4) não possa ser descartada. É razoável admitir que esta variância, expressa como porcentagem do preço da ação, seja constante, independentemente do valor deste preço. Assim, s2S2 t é o componente aleatório da variação sofrida por S no período t.

Conclui-se portanto que o preço de uma ação pode ser representado por um processo de Ito, descrito pela equação:

dS = mS dt + sS dz

O lema de Ito diz que uma função G de x e t apresenta o seguinte comportamento:

O Lema de Ito pode ser utilizado fazendo-se: G = lnS

Assim, da equação:

dS = mS dt + sS dz

obtém-se

Para derivar a fórmula de Black e Scholes para precificação de opções é essencial fazer as considerações acima, assumindo que o comportamento do preço de uma ação corresponde ao modelo lognormal.

Há certas condições que tiveram de ser assumidas para se derivar a Equação de Black & Scholes:

a) a taxa de juros livre de risco r, é a mesma para todos os vencimentos possíveis do derivativo; excluindo a possibilidade de que haja incerteza a respeito da taxa de juros futura;

b) o mercado financeiro opera continuamente;

c) o preço da ação evolui de forma contínua e tem distribuição normal;

d) a ação-objeto não paga dividendos ou outras distribuições;

e) a opção é do tipo europeu;

f) inexistem custos de transação ou impostos;

g) não existem restrições para vendas a descoberto (short sales);

A partir destas premissas, foi criada uma carteira livre de risco, composta por uma posição comprada em uma ação e uma posição vendida em uma opção de compra desta ação. Ambas as posições são afetadas pela mesma incerteza: as oscilações do preço da ação.

Mas, como o prêmio da opção não varia, em valor, no mesmo montante do preço à vista, para montar uma carteira livre de risco, é importante saber qual a relação entre a variação do prêmio da opção e a variação do preço à vista.

Partindo-se da equação,

dS = mS dt + sS dz                   (3.5 )

e supondo-se que f seja o preço de uma opção de S e, portanto, que f seja função de S e t, tem-se:

                  (3.6)

Do Lema de Ito tem-se que dz é o mesmo para S e f, podendo ser eliminado ao se escolher uma carteira livre de risco.

Esta carteira será composta por uma posição vendida em uma opção de compra e uma posição comprada equivalente na ação-objeto. A posição assumida na ação objeto será dada por: f/S.

O valor desta carteira será dado por , onde:

A variação do valor da carteira no período t será:

                   (3.7 )

Substituindo-se as equações (3.5) e (3.6) na equação (3.7), tem-se:

Sabendo-se que uma carteira livre de risco é a taxa livre de risco, r;  também pode ser escrito da seguinte forma:

= rt

Igualando as duas equações:

                       (3.8 )

Obtém-se

Esta equação é conhecida por Equação Diferencial de Black & Scholes e serve para qualquer derivativo que tenha o preço do ativo básico como única variável que influencia o preço do derivativo.

Conforme COSTA (1994), uma das características mais importantes do Modelo é que a equação não envolve nenhuma preferência do investidor quanto à sua exposição ao risco. Isto porque não envolve a taxa de retorno esperado, , que depende basicamente do nível de risco a que o investidor pretende se expor.

Através de cálculo integral e de considerações que fogem do escopo deste trabalho, chega-se a seguinte equação:

                     (3.9)

onde:

c: prêmio da opção de compra

S: preço à vista da ação;

X: preço de exercício da opção;

: volatilidade histórica da ação;

r: taxa livre de risco;

(T-t): período até o vencimento da opção;

N(x): função de probabilidade cumulativa de uma variável normal padronizada.

Com relação às variáveis acima, é essencial fazer algumas considerações acerca de algumas delas, para melhor compreensão do modelo.

Conforme COSTA (1994), a taxa de juros deveria ser livre de risco, o que significa usar taxas dadas por títulos privados de primeira linha com o mesmo período de validade da opção. No caso do Brasil, costuma-se usar a taxa dada pelos Certificados de Depósito Interbancário - CDI, que é corretamente utilizada pelo mercado como base de comparação para qualquer tipo de operação. Com relação à volatilidade, cuja estimação é tarefa mais complexa, costuma-se utilizar a volatilidade histórica, obtendo-se a volatilidade através do cálculo do desvio padrão das oscilações dos preços para um determinado período base.

Segundo HUFFENBAECHER (1992), para resolver a equação diferencial de Black & Scholes para um derivativo em particular é só resolvê-la impondo as condições de contorno.

O modelo de Black & Scholes, através de distribuições de probabilidades, fornece o preço justo dos vários derivativos e fornece às empresas um instrumento de avaliação de preços para o acompanhamento do mercado.

Segundo HULL (1991), opções européias de compra e de venda de ações, índices de ações, moedas e contratos futuros, além de opções americanas de compra de ações sem dividendos e algumas com dividendos podem ser avaliadas pelo modelo de Black & Scholes e suas extensões. Porém, ele não é útil para avaliar outras opções do estilo americano.



 
Referência: eps.ufsc.br
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :