Você já ficou atrás de alguém na fila de uma loja e viu esta pessoa se
embaralhando no meio do que deveriam ser, no mínimo, 10 cartões de crédito? Os
consumidores que têm esta quantidade de cartões ainda são minoria, mas os
especialistas dizem que a maioria dos cidadãos dos EUA têm, no mínimo, um cartão
de crédito e, normalmente, 2 ou 3. É verdade que os cartões de crédito se
tornaram importantes fontes de identificação: se você quiser alugar um carro,
você realmente precisa de um cartão de crédito. Quando usado com inteligência,
um cartão pode ser conveniente, permitindo que você tenha até um mês para pagar
as compras que realizou.
Teoricamente isto parece bom, mas muitos consumidores não conseguem tirar
proveito destes benefícios, porque acumulam um saldo em seus cartões de crédito
mês a mês, pagando taxas de financiamento que podem chegar a 23%. Os números
são impressionantes: em 1999, os consumidores americanos compraram
aproximadamente US$1,2 trilhões com seus cartões de crédito.
Neste artigo daremos uma olhada no cartão de crédito, como ele funciona
financeira e tecnicamente e daremos dicas sobre como escolher o seu. Os
especialistas dizem que deve ser um projeto de mesma escala de um empréstimo
para comprar um carro ou de uma hipoteca. Também iremos descrever dois tipos
diferentes de planos de cartões de crédito disponíveis, falaremos sobre o seu
histórico de crédito e como isto pode afetar as suas opções de cartões e
discutiremos sobre como evitar fraudes no mundo online, quanto fora dele.
Um cartão de crédito é um cartão fino, de plástico, normalmente de 7,5 cm x 5
cm, que contém informações de identificação, como uma assinatura ou foto e
autoriza a pessoa que o porta a ter compras e serviços cobrados direto de sua
conta bancária. Atualmente as informações do cartão são lidas pelas máquinas
automáticas (ATMs), leitoras das lojas, computadores de bancos e internet.
Segundo a Encyclopedia Britannica, o uso do cartão de crédito começou nos
Estados Unidos nos anos 20, quando companhias particulares como cadeias de
hotéis e companhias de combustível começaram a emiti-los para que os
consumidores fizessem compras nestes estabelecimentos. O seu uso aumentou muito
depois da segunda Guerra Mundial.
O primeiro cartão de crédito universal, que poderia ser usado em
várias lojas e comércios foi lançado pela Diners Club, Inc., em 1950. Com este
sistema, a companhia de cartão de crédito cobrava dos portadores uma anuidade e
lhes mandava uma conta mensal ou anual. Outro grande cartão universal: "Não saia
de casa sem ele!", foi lançado em 1958, pela American Express.
Mais tarde chegou o sistema de cartão de crédito bancário. Sob este plano, o
banco credita a conta do comerciante conforme os tickets de vendas são
recebidos, o que significa que os comerciantes são pagos rapidamente, algo que
eles adoram, e junta as cobranças a serem feitas ao portador do cartão no final
do período de sua fatura. O portador do cartão, por sua vez, paga para o banco
tanto o seu saldo total, quanto prestações mensais com juros, às vezes chamadas
de cobranças remanescentes.
O primeiro plano de banco nacional foi o BankAmericard, que começou
somente em seu estado em 1959 no Bank of America, na Califórnia. O
sistema foi licenciado em outros estados a partir de 1966 e foi renomeado para
Visa, em 1976.
Outros grandes cartões bancários apareceram, incluindo MasterCard, antigo
Master Charge. Para oferecer mais serviços, como refeições e acomodações, muitos
bancos menores que antes ofereciam cartões regionais passaram a ter relações com
grandes bancos nacionais ou internacionais.
Embora companhias telefônicas, de combustível e lojas de departamento tenham
seus próprios sistemas, o ANSI Standard X4.13-1983 é o sistema usado pela
maioria dos sistemas de cartões de crédito.
Veja o que alguns dos números significam:
- O primeiro dígito do seu cartão de crédito significa o sistema:
- 3. Cartões de viagem/entretenimento (como American Express e
Diners Club)
- 4. Visa
- 5. MasterCard
- 6. Discover Card
- A estrutura do número do cartão varia de acordo com o sistema.
Por exemplo: cartões American Express começam com o número 37; cartões Carte
Blanche e Diners Club com o número 38. Nos cartões:
- American Express, os dígitos 3 e 4 são o tipo da moeda, os
dígitos 5 a 11 são o número da conta, os dígitos 12 a 14 são o número do
cartão dentro da conta e o dígito 15 é um dígito de verificação.
- Visa, os dígitos 2 até 6 são o número do banco, os dígitos 7
até 12 ou 7 até 25 são o número da conta e o dígito 13 ou 16 é um dígito
de verificação.
- MasterCard, os dígitos 2 e 3, 2 até 4 ou 2 até 6 são o número
do banco,dependendo se o dígito dois for 1, 2, 3 ou outro. Os dígitos
que vêm depois do número do banco até o dígito 15 são o número da conta
e o dígito 16 é um dígito de verificação.
A tarja magnética e os smart cardsA tarja da parte de trás do seu cartão de crédito é
tarja magnética. Ela é feita de um filme plástico frágil, com
base de partículas magnetizadas
à base de
ferro. Cada partícula é realmente uma frágil barra magnética
de aproximadamente 0,00005cm.
A tarja magnética pode ser "escrita", porque as frágeis
barras podem ser magnetizadas, tanto na direção do pólo norte
quanto do pólo sul. A tarja magnética da parte de trás do seu cartão é muito
parecida com um pedaço de fita cassete.
Um leitor de tarjas magnéticas consegue compreender as informações da
tarja tripla. Se a ATM não estiver aceitando o seu cartão, o problema
pode ser:
- uma tarja magnética suja ou riscada;
- uma tarja magnética apagada: os motivos mais comuns para o apagamento
são a exposição a ímãs, como aqueles pequenos usados para pendurar anotações
e fotos na geladeira, e a exposição às etiquetas de controle eletrônico de
peça (EAS) das lojas.
Há três faixas na tarja magnética, sendo que cada uma tem 0,25 cm de largura.
O padrão ISO/IEC 7811, que é usado pelos bancos, especifica que:
- a faixa 1 tem 210 bits a cada 2,5 cm (bpi) e armazena 79 mais pares de
caracteres de 6-bit;
- a faixa 2 tem 75 bpi e armazena 40 mais caracteres de 4-bit;
- a faixa 3 tem 210 bpi, e armazena 107 mais caracteres de 4-bit.
Normalmente o seu cartão de crédito só usa as faixas 1 e 2. A 3ª faixa é para
ler/escrever (que inclui um PIN criptografado, o código do país, as unidades de
moedas e quantia autorizada), mas seu uso não é padronizado entre os bancos.
As informações da faixa 1 têm 2 formatos: A, que é reservado para uso
proprietário do emissor do banco e B, que inclui o seguinte:
O formato da faixa 2, desenvolvido pela indústria bancária, é o seguinte:
- sentinela inicial: 1 caractere
- número da conta primária: até 19 caracteres
- separador: 1 caractere
- código do país: 3 caracteres
- data de vencimento ou separador: 4 ou 1 caractere
- dados descritivos: caracteres o bastante para preencher
o comprimento total do registro (40 caracteres no total)
- LRC: 1 caractere
Para mais informações sobre o formato das faixas, veja ISO Magnetic Stripe
Card Standards.
Existem 3 métodos básicos para determinar se o seu cartão de crédito irá
pagar por sua compra:
- estabelecimentos com poucas transações mensais fazem
autenticação por voz, usando um telefone touch-tone;
- terminais de captura de dados eletrônicos (EDC), em que
se passam os cartões estão se tornando mais comuns, bem como passar nossos
cartões;
- terminais virtuais na internet.
Veja como funciona: depois que você passa o seu cartão pelo leitor, o
terminal do software EDC do ponto de venda (POS) disca para um
número previamente armazenado (usando um modem) para falar com um
acquirer. Um acquirer é uma organização que coleta solicitações de
autenticações de cartões de crédito dos estabelecimentos e as fornece com uma
garantia de pagamento.
Quando o acquirer recebe um pedido de autenticação de cartão de crédito, ele
verifica a validade da transação e o registro da tarja magnética quanto:
- ao ID do estabelecimento
- à validade do número do cartão
- à data de vencimento
- ao limite do cartão
- à utilização do cartão
As transações de discagem são processadas de 1.200 a 2.400 bits por segundo
(bps), enquanto que a conexão direta com a internet usa velocidades muito
maiores por este protocolo. Neste sistema, o portador do cartão insere um
número de identificação pessoal (PIN) usando o teclado.
O PIN não está no cartão: ele está criptografado (escrito em códigos) numa
base de dados. Por exemplo: antes de você retirar dinheiro de uma ATM, ela
criptografa o PIN e o envia para a base de dados para verificar se está certo. O
PIN pode tanto estar nos computadores do banco de forma criptografada (como um
código) ou criptografado no próprio cartão. A transformação
usada neste tipo de criptografia é chamada de uma via, o que
significa que é fácil computar um código com a senha do banco e
o PIN do cliente, mas é impossível, via computador, obter o PIN
completo a partir do código, mesmo que se saiba a senha. Este atributo foi
projetado para evitar que alguém que tenha acesso aos arquivos do computador do
banco se faça passar pelo portador do cartão.
Da mesma forma, as comunicações entre a ATM e o computador central do banco
são criptografadas, para evitar que ladrões se infiltrem nas linhas telefônicas,
registrem os sinais enviados para a ATM liberar o dinheiro e então coloquem os
mesmos sinais na ATM para fazer saques indevidos.
Se isto não for proteção o bastante para você ficar tranqüilo, agora existem
cartões que usam medidas ainda mais seguras do que o cartão de crédito
convencional: os smart cards.
O cartão de crédito "smart" é um novo aplicativo que usa
todos os aspectos da criptografia (códigos secretos), não só os
de autenticação que descrevemos na seção anterior. Um smart card tem um
microprocessador por dentro. A criptografia é essencial para o funcionamento
destes cartões de várias formas:
- o usuário precisa corroborar sua identidade para o cartão toda a vez que
faz uma transação, semelhantemente ao uso do PIN numa ATM;
- o cartão e seu leitor executam uma seqüência de trocas de assinaturas
para ver se cada uma está de acordo com a reprodução legítima;
- uma vez passada esta etapa, a transação é feita de forma criptografada
para evitar que alguém, inclusive o portador do cartão ou o estabelecimento
cujo leitor de cartões está envolvido "escute atrás da porta" durante a
troca de assinaturas, para depois poder se fazer passar por qualquer uma das
partes e fraudar o sistema.
Este protocolo elaborado acontece de forma invisível ao usuário, exceto se
houver necessidade de inserir um PIN para iniciar a transação.
Os smart cards começaram a ser usados na França, em 1984. Atualmente,
espera-se que os cartões de plástico sejam substituídos por ele. Visa e
MasterCard lideram a tecnologia dos smart cards nos Estados Unidos.
Os chips destes cartões são capazes de muitos tipos de transações. Por
exemplo: você pode comprar na sua conta de crédito, débito ou de um valor
guardado na sua conta, que possa ser reposto. A capacidade de memória e
processamento do smart card é bem maior do que as dos cartões de tarjas
magnéticas e pode reunir muitos aplicativos diferentes num único cartão,
incluindo informações de identificação, rastreamento da sua participação num
programa de afinidade (lealdade) ou servir como acesso ao seu escritório. Isto
significa não se embaralhar mais no meio dos cartões da sua carteira para achar
o certo: o smart card será o único que você irá precisar!
Os especialistas dizem que smart cards aceitos internacionalmente estarão
muito mais disponíveis nos próximos anos. Muitas partes do mundo já os utilizam,
mas o seu alcance é limitado. O smart card normalmente estará disponível para
qualquer pessoa que queira, mas por enquanto isto serve (em sua maioria) apenas
para aqueles que participam de programas especiais.
Segurança online
Embora os números estejam crescendo, os consumidores ainda
não estão usando seus cartões de crédito pela internet o tanto quanto os
vendedores eletrônicos gostariam. Isto se deve ao fato de que muitos
estabelecimentos cibernéticos continuam oferecendo um número de telefone grátis,
de forma que os compradores têm a escolha de telefonar para fazer seus pedidos.
Fazer compras pela internet pode ser conveniente, algumas pessoas fazem todas as
suas compras on-line, mas as fraudes nos cartões de crédito são sempre uma
ameaça tanto na internet quanto no mundo real. Os hackers logo encontraram
formas de roubar números de cartões de crédito dos sites.
Para ressaltar a importância de se prestar muita atenção à segurança, uma TV
fez uma reportagem sobre falta de segurança num site de hospedagem e conseguiu
acesso aos registros de 1500 clientes, com todas as informações desde números de
cartões de crédito até comentários sobre os clientes.
São estes tipos de histórias que diminuem a confiança do consumidor. Alguns
vendedores eletrônicos reclamam sobre a relutância dos consumidores, pois pela
internet eles não têm o mesmo contato pessoal que conseguem ao olhar nos olhos
do vendedor de uma loja. Os especialistas dizem que este nível de conforto
aumentará quando os métodos de pagamento e as medidas de segurança estiverem
padronizadas.
Enquanto as empresas de internet continuarem com a responsabilidade pelas
falhas na segurança e perdas resultantes aos usuários de cartões de crédito,
continuará o crescente problema de pessoas que usam cartões de crédito roubados
para fazer compras pela internet - embora práticas desonestas e fraudulentas por
parte das empresas de cartões de crédito não sejam comuns, elas acontecem. A boa
notícia é que os consumidores são protegidos pela lei: no caso de uma fraude
online ou offline no seu cartão de crédito, você só é responsável, no máximo,
por US$ 50,00 da quantia que lhe foi roubada.
Além disso, felizmente a Federal Trade Commission (Comissão Federal do
Comércio) (FTC) e a mídia estão bem atentas a isto. Em 1994, a FTC pediu que o
escritório de relatório de crédito TransUnion parasse de "vender" dados de
consumidores, dados de 160 milhões de americanos para produtores de lixo
eletrônico. A FTC declarou que a TransUnion violou o Fair Credit Reporting
Act ao vender informações de consumidores para marketeiros que não tinham
nenhum dos objetivos permitidos pela lei. A TransUnion negou que vendeu
informações que pudessem afetar as regras declaradas pela FTC, mas perdeu.
Se aquela lista de e-mails lhe incomoda, preste atenção ao preencher os
formulários de cartões de crédito. Alguns deles agora têm um local onde você
sinaliza se quer ou não que as suas informações sejam vendidas para as listas de
e-mails. Você também pode se proteger tirando o seu nome das listas de e-mails
dos escritórios de crédito.
Uma forma de fazer isto é visitando o site The Consumer Credit Reporting
Industry Opt-Out Prescreen. Neste site você poderá preencher um formulário
optando por não receber mais ofertas pré-aprovadas de crédito ou de seguros no
seu e-mail. Uma outra alternativa é ligar para os maiores escritórios de cartões
de crédito e solicitar que o seu nome seja removido de suas listas de e-mails.
Quando você escrever para estas companhias, inclua seu nome completo,
variações de nome, endereço de correspondência, número do seguro social e
assine, deixando claro que você quer que o seu nome seja retirado de suas listas
de e-mails.
A Direct Marketing Association (DMA - Associação de Marketing Direto)
rastreia os consumidores que preferem não receber solicitações por e-mail ou
telefone. Verifique o site de ajuda ao consumidor deles para mais informações.
Há vários passos simples que você pode tomar para proteger a si próprio e ao seu
cartão de crédito, começando com o ato de assiná-lo assim que ele chegar pelo
correio.
Estas dicas são importantes e universais:
- assine o seu cartão assim que você recebê-lo! (é óbvio que isto
só vale quando o caixa está verificando o cartão);
- ao usar o seu cartão numa ATM, insira o seu PIN de forma que
ninguém consiga memorizar facilmente sua digitação;
- não deixe o seu recibo na ATM.
O número do seu PIN e da sua conta de um recibo jogado fora podem
deixá-lo vulnerável a fraudes no cartão de crédito. Além disso, não jogue
fora a fatura, recibos ou carbonos do seu cartão sem antes rasgá-los!
- Nunca dê o número do seu cartão de crédito por telefone, a não ser
que você tenha iniciado a ligação.
Mesmo quando você ligar para um lugar confiável, como uma empresa de pedidos
por telefone, nunca forneça o número do seu cartão de crédito através de um
telefone sem fio. Rádio scanners que ouvem estas conversas estão disponíveis
por algumas centenas de dólares em qualquer loja de eletrônicos e a sua voz
poderá ser recebida por alguém que estará mais distante do que a escala
máxima do seu telefone sem fio. Um golpe comum é quando alguém
"retorna" uma ligação para você logo depois de você ter feito um pedido,
dizendo ser do estabelecimento e informando que houve um problema com o
número do seu cartão de crédito. Você se importaria de fornecê-lo novamente?
A melhor coisa a fazer é pedir um nome para contato e ligar para o
estabelecimento no número que você usou originalmente.
- Ignore qualquer oferta de cartão de crédito que peça que você gaste
dinheiro adiantado ou falhe em revelar a identidade do portador do
cartão.
- Tenha certeza de ter recebido o seu cartão de volta depois de ter
feito uma compra (um bom hábito é segurar a sua carteira aberta até que
esteja novamente com o cartão). Além disso, certifique-se de rasgar
pessoalmente quaisquer cupons anulados ou cancelados.
- Tenha sempre uma lista dos seus cartões de crédito, números dos
seus cartões e dos números de ligação grátis no caso de roubo ou perda do
cartão.
- Verifique sua fatura mensal para ter certeza de que foi você quem
fez todas as compras e avise imediatamente o emissor do cartão no caso de
quaisquer erros ou cobranças indevidas.
Agora você tem um formulário de cartão de crédito e suas letras pequenas.
Quer saber o que elas dizem realmente?
A importância do plano
Chegamos agora ao ponto central do processo de seleção do
cartão de crédito: qual plano escolher. Os custos e termos do plano do seu
cartão de crédito podem fazer a diferença no valor que você paga pelo privilégio
de pegar dinheiro emprestado, que é o que você faz quando usa um cartão de
crédito.
No formulário de abertura do emissor do cartão, normalmente um folheto
pequeno com minúsculas letras, observe com atenção os termos de crédito que
discutimos anteriormente. Não se esqueça de detalhes como cobranças por
atraso, normalmente US$ 30, e taxas por estouro de limite,
aproximadamente US$ 20 a US$ 25. Considere estes fatores juntamente com a forma
que você paga suas contas mensalmente.
Por exemplo: se você sempre paga o valor total da sua fatura mensal, o melhor
tipo de cartão é o que não tenha anuidade e ofereça um período
de carência pelo pagamento da fatura antes das cobranças de financiamento.
Se você não pagar o total da sua fatura mensal, e 7 entre 10 americanos que têm
cartões estão nesta categoria, verifique a taxa periódica que será usada
para calcular a cobrança de financiamento.
Um dos principais fatores a ser considerados num plano de cartão de crédito é
se ele tem taxas de juros variáveis ou fixas.
O fato do cartão ter uma taxa fixa ou variável na cobrança de juros pode ter
efeito significativo no valor que você paga para usar o seu cartão.
As companhias de cartão de crédito que emitem planos de taxas variáveis
usam índices como a taxa de juros para clientes preferenciais, taxa do
Treasury Bill de 1, 3 ou 6 meses, fundos federais ou a taxa de desconto da
Federal Reserve, a maioria deles pode ser encontrada na seção de negócios ou
dinheiro dos principais jornais. Veja a lista dos links no final desse artigo
para mais informações.
Uma vez identificada a taxa de juros correspondente ao índice, o emissor do
cartão de crédito, então, soma uma porcentagem de pontos, chamada de lucro
bruto, a esta taxa de índice para então aparecer com a taxa que será cobrada
do consumidor. Em alguns casos, o emissor poderá usar outra fórmula para
determinar a taxa que cobrará. Eles multiplicam o índice ou o índice mais o
lucro bruto por outro número, o "múltiplo", para calcular a taxa.
Olhe bem para os planos de taxas fixas. Eles podem ter alguns pontos
percentuais a mais do que a taxa variável, mas você terá a vantagem de saber
qual será a taxa de juros. As taxas de juros variáveis oscilam, geralmente, para
cima.
Se a sua taxa for fixa, o Truth in Lending Act exige que o emissor forneça
um aviso de, no mínimo, 15 dias antes de aumentar a taxa. Em alguns estados
existem leis que exigem mais tempo.
Alguns analistas financeiros comentam que, como a taxa fixa pode ser
aumentada com um aviso de 15 dias, ela não é tão diferente do plano de taxa
variável, que está sujeito a mudanças a qualquer momento. Eles aconselham
observar atentamente ambos os planos. Se você não escolher um cartão de taxa
variável, verifique se há limites de quanto a sua taxa de juros poderá
subir ou baixar. Se a taxa de juros variável mais baixa do seu cartão for, por
exemplo, 15,9% e as taxas tenderem a baixar, é provável que você queira mudar o
emissor do seu cartão.
Alguns especialistas dirão que uma baixa taxa de juros é algo bom. Para
ilustrar a importância da taxa de juros baixa, vejamos um simples exemplo de
quanto seriam suas economias anuais se você trocasse o seu plano de
cartão de crédito para um de taxas baixas, sem anuidade. No nosso exemplo, o
saldo médio mensal mantido é de US$ 2.500 que é a média nacional aproximada dos
portadores de cartão com débitos. Economia anual total neste exemplo: US$ 120.
Termos do plano |
Plano A |
Plano B |
Média de saldo mensal |
US$ 2.500 |
US$ 2.500 |
APR |
0,18 |
0,14 |
Cobrança financeira anual |
US$ 450 |
US$ 350 |
Anuidade |
US$ 20 |
US$ 0 |
Custo total |
US$ 470 |
US$ 350 |
Não importa qual plano você escolha, terá de fazer pagamentos. Vamos dar uma
olhada em como isto é feito.
Alguns cartões de crédito, como o American Express, exigem que você pague
todas as suas compras mensais. Como benefício, eles não cobram financiamento e
normalmente não há limite máximo no cartão. A maioria dos cartões, incluindo
Visa, MasterCard, Discover e Optima oferecem o que chamamos de crédito
renovável, o que significa que eles deixam que você mantenha um saldo
sobre o qual eles cobram juros (cobrança de financiamento) e exigem que você
faça um pagamento mínimo. O pagamento mínimo é de normalmente 5% do seu
saldo atual ou US$ 10, o que for maior.
Seguem três das formas usadas pelas instituições financeiras para calcular a
cobrança de financiamento:
- Saldo ajustado: este sistema, que os especialistas dizem
favorecer o portador do cartão, pega o saldo da sua fatura anterior,
adiciona novas compras, subtrai o pagamento que você fez e então multiplica
este número pela taxa de juros mensal.
- Média de saldo diário: este método, que é bastante empregado
e o mais comumente usado, funciona da seguinte forma. A companhia
rastreia o seu saldo dia-a-dia, adicionando compras e subtraindo pagamentos
conforme eles vão acontecendo. No final do período, elas computam a média
destes totais diários e multiplicam estes números pela taxa de juros mensal,
a fim de encontrar a sua cobrança de financiamento.
- Saldo anterior: este método geralmente favorece o portador do
cartão, segundo os especialistas. O emissor multiplica os saldos das
suas faturas anteriores pela taxa de juros mensal para encontrar a sua
cobrança de financiamento, o que significa que ainda estão cobrando juros
sobre o seu saldo num período após você tê-los pago.
O que você pagará irá variar dependendo do seu saldo, da taxa de juros e da
forma de cálculo da sua cobrança de financiamento. Segue um exemplos que mostram
quanta diferença a taxa de juros pode fazer no valor que você acaba pagando.
- Cartão de altas taxas: vamos supor que você gaste US$ 1.000 num
cartão de 23%. Depois disto, você não faz mais compras, somente o pagamento
mínimo a cada mês. O pagamento inicial será de US$ 51 e abaixará lentamente
para US$ 10. Você fará 77 pagamentos durante os próximos 6 anos e 5 meses.
Até lá você terá pago US$ 573,59 de juros pelo privilégio de usar um cartão
de crédito.
- Cartão de taxas baixas: se você gastar os mesmos US$ 1.000 num
cartão de 9,9% fixo, o pagamento mínimo mensal começará em US$ 50,41 e
abaixará para US$ 10. Você fará 17 pagamentos menores, terminando em 6 anos
com o pagamento de US$ 176 de juros, o que faz com que você economize quase
US$ 400.
Multas por atraso e por estouro de limite são algumas das novas
taxas usadas por quase todos os emissores de cartões de crédito atualmente e
além disso, os emissores estão aumentando drasticamente as taxas de juros (tão
alto quanto 23,99%) após uma série de pagamentos atrasados. Leia as
letras pequenas e certifique-se de que você sabe se o pagamento é considerado
feito na data em que você o fez ou na data em que o banco o recebe.
Infelizmente, uma vez que você tem alguns pagamentos atrasados, a companhia de
cartão de crédito pode cobrar de você uma grande taxa de juros pela longevidade
do saldo remanescente da conta. Tente evitar isto: todas as companhias de
cartões de crédito registram seus pagamentos nas agências de relatórios de
crédito e, até mesmo, poucos pagamentos atrasados podem causar problemas quando
você tentar comprar um carro ou uma casa.
Assim como a maioria de nós, até as companhias de cartões de crédito cometem
erros.
Erros de cobrança
Um jeito de evitar erros nas faturas e cobrança de taxas
injustas é verificar cuidadosamente a sua fatura mensal, garantindo que todas as
transações são legítimas e que as outras cobranças (financiamento, multa por
atraso ou estouro de limite) sejam justificáveis.
O Fair Credit Billing Act (Lei de Faturamento de Crédito Justo) - em inglês -
se aplica a cartões de crédito, contas correntes e a cheques sem fundos, mas não
a cheques e a cartões de débito. Você pode usar esta lei para se defender contra
erros na sua fatura, uso indevido da sua conta corrente, produtos ou serviços
que tenham sido debitados da sua conta corrente mas que você não tenha recebido
ou não lhe tenham sido fornecidos como combinado, e cobranças pelas quais você
solicita uma explicação ou prova por escrito da compra. Seguem algumas
importantes atitudes a tomar quando você se deparar com um destes problemas.
- Escreva para o emissor do seu cartão de crédito ou para o seu credor
dentro de 60 dias após o primeiro débito da cobrança em disputa
ser enviado para você. Mesmo que se passem mais de 60 dias desde a cobrança
do item, você ainda poderá disputar a cobrança se apenas recentemente você
tiver se dado conta do problema.
- Forneça na carta o seu nome, número da conta, data e
valor da cobrança em disputa e uma explicação completa de por que
você está disputando tal cobrança.
- Envie a sua carta para o endereço fornecido na fatura: não envie
a carta com o seu pagamento. Para ter certeza de que a sua carta será
recebida e de que você terá um registro de sua entrega, seria melhor
enviá-la como carta registrada, com solicitação de recibo de entrega.
- Se você seguir estas dicas, o credor ou o emissor do cartão de crédito
deverá confirmar sua carta por escrito dentro de 30 dias após seu
recebimento e deverá conduzir uma investigação dentro de 90 dias.
Enquanto a fatura estiver sendo investigada, você não precisa pagar o valor
que está sendo disputado; o credor ou emissor do cartão de crédito não pode
exigir o pagamento desta quantia, registrá-la como inadimplência, fechar ou
restringir sua conta durante este período.
- Se ficar estabelecido que houve um erro ou que você não deve o
valor que estão te cobrando, o emissor do cartão de crédito deverá
creditar a sua conta e retirar quaisquer cobranças, financiamentos ou
multas por atraso relacionadas ao valor indevido. Quanto a qualquer
valor que você ainda deva, você tem o direito de se explicar e de copiar
documentos que provêm que você tem o dinheiro. Se a fatura estiver certa,
você deve ser notificado por escrito sobre o que e por que você deve. Você
deverá o valor disputado mais quaisquer taxas de financiamento.
Agora que você sabe de tudo isto, vamos descobrir o que é preciso para ter um
cartão de crédito.
Não há como saber se você pode ter um cartão de crédito se você não pesquisar um
pouco. Algumas das coisas básicas que os emissores procuram são:
- bom registro de pagamentos - se você paga suas contas em dia,
terá mais pontos com os emissores. Se você tiver vários pagamentos
atrasados, isto pode prejudicar suas chances de conseguir um cartão de
crédito e, se o emissor decidir lhe fornecer um cartão, ele provavelmente
terá altas taxas de juros;
- controle do acúmulo de débito - os emissores geralmente querem
ver que você é um bom risco de crédito e que não está vivendo além das suas
possibilidades. Os especialistas dizem que os pagamentos de crédito sem
hipoteca por mês não devem ultrapassar mais de 10 ou 15% do seu salário
líquido;
- sinais de estabilidade, responsabilidade - os emissores vêem
coisas como o tempo de residência na sua casa e no seu trabalho (no mínimo
dois anos) como sinais de estabilidade. Ter uma profissão respeitável também
não faz mal a ninguém;
- ausência de pesquisas de crédito - este item é um pouco estranho.
Sempre que você se inscreve para ter um cartão de crédito, o emissor obtém o
seu relatório de crédito das maiores agências como parte do processo de
aprovação. Toda vez que um relatório é usado, é marcado como uma pesquisa e
fica no relatório da sua agência de crédito durante dois anos. Os emissores
entendem que várias pesquisas no seu relatório indicam que você está
procurando empréstimos e podem considerá-lo um pequeno risco de crédito.
Portanto, para se proteger, não deixe que todos os emissores de cartão de
crédito com os quais você conversa consultem o seu relatório;
- falta de disponibilidade ou crédito não usado - você sabia que
ter cartões de crédito que não usa (e não ter saldo neles) pode prejudicar o
seu crédito? O raciocínio aqui, segundo os especialistas, é que se você tem
todo este crédito disponível à sua volta, poderia usá-lo a qualquer momento,
mesmo que nunca o tenha usado. Livre-se dos cartões que você não usa.
Não esqueça de pedir para que as agências de pesquisa de crédito retirem os
cartões cancelados do seu relatório, com a observação de que você (e não o
credor) fechou a conta.
Uma vez qualificado para ter um cartão de crédito, sempre existe a
possibilidade de você gastar mais do que tem. Na verdade, uma boa chance.
Livrando-se do débito
Se o saldo do seu cartão de crédito aumentou para níveis
absurdos, você não é o único. Milhões de americanos aprenderam da forma mais
difícil como é fácil usar e abusar dos cartões de crédito e como pode ser
difícil pagá-los.
A Myvesta, antigo Debt Counselors of America (Orientadores de Crédito da
América) e o National Consumer Law Center (Centro Nacional da Lei do Consumidor
- semelhante ao PROCON no Brasil) dão as seguintes dicas para eliminar os
débitos nos cartões de crédito:
- conheça todas as taxas - elas podem ser associadas ao seu cartão
de crédito (o que significa não jogar fora os folhetos que vêm na sua fatura
periodicamente). Conheça as taxas anuais, as atuais taxas de juros,
cobranças financeiras, taxas sobre saques e quaisquer outras taxas que
estejam atreladas ao seu cartão. Saber isto ajudará a tomar decisões
melhores sobre como usá-lo;
- saques podem causar problemas - você só deve retirar dinheiro se
for absolutamente necessário. É pelos saques que normalmente são cobradas as
maiores taxas, maiores do que as que você paga pelas compras no cartão, e a
maioria dos bancos cobra uma taxa de serviço em relação a quanto dinheiro
você está sacando, o mesmo é válido para aqueles "cheques" cômodos e
personalizados que as companhias de cartões de crédito te enviam;
- sempre tenha cuidado com os cartões que oferecem taxas de juros mais
baixas -transferir saldo de um cartão para outro para tirar proveito das
baixas taxas de juros iniciais é uma prática comum entre os portadores de
cartões de crédito nos EUA. As baixas taxas de juros iniciais podem ser
bastante úteis na sua tentativa de se livrar dos débitos do cartão de
crédito. Você deve procurar cartões de crédito que ofereçam baixas taxas de
juros iniciais (normalmente durante seis meses) e transferir o saldo do seu
antigo cartão para o novo. Antes disto, entretanto, garanta que depois da
taxa inicial acabar, o cartão de crédito novo ofereça a mesma (ou mais
baixa) taxa de juros do seu cartão de crédito atual;
- fazer pagamento mínimo é um dos erros mais comuns dos
consumidores - isso é o que dizem os especialistas. Você conseguirá
economizar bastante dinheiro e ficará livre dos débitos do seu cartão se
pagar mais do que o solicitado todos os meses.
É verdade que é fácil cair na armadilha do cartão de crédito e difícil de
sair dela, mas não desista: existem centros sem fins lucrativos espalhados pelo
país que te aconselharão e até, sem cobrar nada ou cobrando muito pouco,
entrarão em contato com a sua companhia de cartão de crédito para conseguir
abaixar suas taxas ou planejar uma outra forma de pagamento para as suas
dívidas. Veja esta pequena lista:
- The Credit Repair Kit, por John Ventura
- All About Credit: Questions (And Answers) About the Most Common Credit
Problems, por Deborah McNaughton
- What Every Credit Card User Needs to Know, por Howard Strong
- The Insider's Guide to Credit Cards, por Barry Klein
- Credit Card and Debt Management: A Step-by-Step How-to Guide for
Organizing Debt and Saving Money on Interest Payments, por Scott Bilker
Usando o seu cartão no exterior
A aceitação dos cartões de crédito varia pelo mundo. Por exemplo, em alguns
países como a França, as redes Visa e MasterCard se fundiram, então todos os
estabelecimentos que aceitam um, aceitam o outro. Por outro lado, as redes de
saques não se fundiram; então, se você estiver na França, por exemplo, quase
todos os bancos ou ATMs, lhe fornecerão saques pela rede Visa, mas apenas alguns
bancos e máquinas e todos os correios podem lhe fornecer um saque pela rede
MasterCard.
Em outros países, como a Itália, Visa e MasterCard não se fundiram; portanto,
se você for para lá, talvez precise dos dois.
Cartões American Express e outros cartões do tipo T & E foram originalmente
criados num mercado mais requintado, sendo oferecidos a este grupo com vantagens
como saque de cheques, mail-holding e saques para portadores destes cartões que
fossem viajar, -atualmente Visa, MasterCard e outras redes oferecem alguns
destes serviços. Cartões AmEx e Diners Club são muito bem aceitos nos Estados
Unidos, mas não tanto quanto os Visa e MasterCard.
Na Europa existem cada vez menos lugares que só aceitam cartões Diners Club
ou American Express. Na França, você pode usar o American Express em mais
lugares do que nos Estados Unidos. Na Itália, Alemanha, Inglaterra e Grécia seu
uso é menor, com exceção de lojas especializadas em turistas. Verifique a
situação dos cartões de crédito antes de viajar.