Insônia, ou agripnia, é a falta de sono adequado, seja em quantidade ou em
qualidade. Inclui dificuldade para iniciar e manter o sono, despertares noturnos
freqüentes e sono não reparador, gerando situações, em que ficam prejudicadas as
funções do sono profundo, que são:
- Produzir hormônios
- Fixar a memória
- Diminuir os movimentos corporais e as freqüências cardíaca e
respiratória.
Fatores físicos (como doenças, uso de psicotrópicos ou outros medicamentos),
psicológicos (preocupações, ansiedade, alcoolismo) e sócio-demográficos (idade,
sexo, trabalho, estado civil, número de filhos e idade deles) podem ser
agravantes ou causadores da insônia.
As conseqüências de um diagnóstico mal feito ou não realizado e de um
tratamento não adequado da insônia podem levar a importantes prejuízos ao
insone, como problemas no trabalho e no convívio social, além de aumentar
os riscos de acidentes.
Doenças relacionadas
Geralmente, a sonolência excessiva sentida durante o dia é reflexo de uma
noite mal dormida ou mesmo de algum distúrbio do sono desconhecido pela pessoa.
A seguir, a relação de alguns dos distúrbios mais freqüentes:
- Apnéia do sono – são interrupções breves e repetidas que duram
mais de 10 segundos e ultrapassam cinco ocorrências por hora de sono.
Há dois tipos, sendo a mais comum a apnéia obstrutiva, quando o fluxo de ar
é interrompido por estreitamento da faringe que pode ocorrer para várias
causas como excesso de peso, problemas anatômicos e posturas incorretas.
- Bruxismo – distúrbio caracterizado pelo ranger dos dentes durante
o sono. Sua causa não está definida e um sintoma típico é o desgaste do
esmalte dos dentes. O tratamento mais recomendado é o aparelho intra-oral,
feito de resina acrílica.
- Narcolepsia – sonolência diurna excessiva. É apresentada por 0,02
a 0,18% da população, sendo difícil seu diagnóstico. Está associada a
fatores genéticos e requer tratamento especializado.
- Ronco – a pessoa que ronca pode ter má qualidade de sono,
acordando cansada e sonolenta mesmo depois de ter dormido por várias horas.
É mais freqüente em homens e em pessoas acima do peso ideal, e geralmente
tende a piorar com a idade. Cansaço físico e consumo de álcool podem causar
ou agravar o quadro de ronco, que é a vibração dos tecidos moles da
garganta. Surge devido à dificuldade do ar em passar por uma via aérea
superior pequena, que compreende todo o espaço desde o nariz às cordas
vocais. A obstrução nasal também pode ser causa de ronco.
- Síndrome das pernas inquietas – trata-se da necessidade de
movimentar os membros inferiores, acompanhada de sensações de arrastamento
das pernas. Esse movimento de pernas causa despertares, reduzindo o período
de sono. O tratamento é realizado basicamente por orientação especializada.
- Sonambulismo – Ocorre normalmente na infância. A criança fala,
senta ou também anda pela casa. O sonâmbulo deve ser acompanhado para que
não ocorra nenhum acidente de maior gravidade. Geralmente, não é necessário
tratamento, pois desaparece com o crescimento.
- Terror noturno - O terror noturno ocorre em cerca de 3% das
crianças. Caracteriza-se pelo repentino despertar da criança assustada e com
medo, pálida, transpirando abundantemente, que volta a dormir logo após. No
dia seguinte, a criança não se lembra do ocorrido. Em geral esses terrores
ocorrem no início da noite. Na maioria dos casos, desaparece com o
crescimento, não necessitando de tratamento
Como prevenir
Alguns hábitos diários podem evitar a insônia ou pelo menos auxiliar no seu
tratamento.
O nosso 'relógio do sono', por exemplo, precisa ser programado. Se a pessoa
quer dormir às 22 horas, é essencial que ela vá para cama sempre nesse mesmo
horário. Quem dorme cada noite em um horário diferente não consegue criar uma
disciplina, o que pode dificultar o início do sono.
Devem ainda ser evitados:
- cochilos diurnos;
- tempo excessivo na cama;
- uso excessivo de cafeína, álcool ou nicotina;
- exercícios forçados ou atividade mental próximos do horário de deitar;
- uma condição inadequada do ambiente de dormir (temperatura, luminosidade
e ruído).
“Boa parte das insônias pode ser corrigida com esses comportamentos, os quais
denominamos Regras de Higiene do Sono”, afirma o neurologista e especialista em
medicina do sono Geraldo Rizzo.
Tratamentos
Os tratamentos visam aliviar sintomas, melhorar o sono, reverter a morbidade
da insônia e diminuir o risco de evolução para um quadro crônico. Há dois tipos:
a intervenção educacional e comportamental e a intervenção
farmacológica.
Entre as principais práticas da intervenção educacional
está a higiene do sono, que visa estabelecer uma disciplina para se dormir bem.
Algumas normas são: manter horários regulares para deitar e acordar,
manter a tranqüilidade do local onde a pessoa dorme, evitar fumar à noite e não
ir dormir com fome ou alimentado em excesso.
Quando os distúrbios do sono interferem nas atividades normais do indivíduo e
na sua sensação de bem-estar, o uso intermitente de medicações para dormir
(sedativos, hipnóticos) pode ser útil. Quando um indivíduo com depressão
apresenta insônia, esta deve ser cuidadosamente avaliada e tratada por um
médico. Por possuírem propriedades sedativas, alguns medicamentos
antidepressivos podem melhorar o sono.