Você sabe, exatamente, para onde está indo o seu dinheiro? Então, é hora de
definir como pretende administrar a quantia que recebe todos os meses e assumir
o controle da situação.
Regra básica: renda é ponto de partida
Se você não está satisfeito com essa regra básica do planejamento, pois acha
que a sua renda é pequena demais para atender às suas necessidades, reflita
sobre a situação.
Caso esteja convencido de que não há possibilidade de cortar despesas, você só
tem duas alternativas: rever seu padrão de vida ou procurar fontes alternativas
de renda.
Tenha uma meta para despesas correntes
Na ânsia de cortar gastos, nunca deixe de alocar parte da sua renda para o
lazer. Você deve reduzir as despesas para esse fim, mas não suprimi-las por
completo. Afinal, de nada adianta poupar pensando no futuro, se para isso você é
forçado a esquecer do presente. Uma das metas do planejamento deve ser
aproveitar bem sua vida, porém com criativa e sem massacrar seu orçamento por
isso!
Procure estimar o quanto da sua renda está comprometido com despesas correntes
essenciais, como, por exemplo: necessidade básica de comida e roupas, faculdade,
despesas de moradia, prestação do carro, pagamento do seguro e lazer.
Reflita sobre o padrão de vida que a sua renda pode lhe assegurar, e corte
gastos que não reflitam esse padrão. O ideal é que as despesas acima não superem
70% da sua renda líquida anual, ou seja, da sua renda depois de descontados
impostos e taxas que você tem que pagar para investir o seu dinheiro.
Três objetivos financeiros
Quando se fala em planejamento financeiro, há três objetivos em mente:
acumular uma reserva de emergência, poupar no longo prazo para realizar sonhos
de consumo e acumular um pé de meia para a aposentadoria.
Ao estipular que as suas despesas correntes não irão superar 70% da sua renda,
você pode destinar os 30% restantes para esses objetivos acima. Você pode
começar destinando uma parcela equivalente, de 10%, para os três. Mas, à medida
que alcançar algum deles, pode direcionar uma parcela maior para os dois outros.
Para quem está em dúvida entre a poupança de longo prazo e o pé de meia para a
aposentadoria, nunca é demais lembrar que, nos gastos correntes, não incluímos a
realização de sonhos comuns a todos nós, como a troca de carro, compra de uma
casa etc. Essa segunda parte da sua poupança, portanto, deve garantir a
realização desses objetivos no decorrer da sua vida.
Lembre-se, nunca é cedo demais para pensar no seu futuro! Portanto, a terceira
meta, ou seja, a parcela destinada à aposentadoria, é aquela que irá lhe dar
tranqüilidade na velhice. E nesse quesito, quanto antes você começar a poupar,
melhor!
Estabeleça prioridades em seu orçamento
Quando o assunto é orçamento, você fica em um tremendo conflito ao analisar
suas metas e perceber que nem tudo vem acontecendo como o previsto.
Isso ocorre pela grande dificuldade em estabelecer prioridades: vale mais a pena
aumentar a contribuição ao plano de previdência ou pagar uma parcela maior de
uma dívida pendente? É melhor quitar o financiamento do seu carro ou poupar para
garantir seu curso de especialização?
Abaixo, você pode conferir algumas dicas que irão ajudá-lo a definir suas
prioridades financeiras. A regra mais importante, no entanto, é a de se manter
focado no objetivo, e nunca perseguir outro antes da conclusão do primeiro.
Passo 1. Pague suas dívidas
Por mais que sua intenção seja investir, isso de nada adianta enquanto você
tiver dívidas a pagar. Dependendo do seu grau de endividamento, este pode ser um
objetivo difícil de ser alcançado. Assim, o melhor é estabelecer prioridades no
pagamento das dívidas.
Não se esqueça que nem toda dívida precisa ser quitada de uma só vez. Afinal, o
que você deve estabelecer é o seu equilíbrio financeiro, certo? Não há problemas
em financiar a compra de alguns bens, mas, se o gasto com prestações já consome
mais do que 40% do seu orçamento, está na hora de estabelecer como prioridade a
redução desta dívida.
Passo 2. Comece a poupar
Esta é uma boa época para fazer uma "faxina" no seu quarto e identificar
possíveis itens que pode vender em um dos vários sites de leilão existentes. Por
que não se livrar de alguns objetos antigos que não lhe rendem nada, a não ser
poeira e, ao mesmo tempo, juntar algum dinheiro para começar o seu fundo de
reserva?
As alternativas não terminam aí. É preciso cortar alguns gastos, ainda que
temporariamente. Lembre-se que esta é a primeira medida para montar um fundo de
reserva.
Passo 3. Monte uma reserva financeira
Alcançado o primeiro passo, que é o de começar o seu pé-de-meia, está na hora de
perseguir uma maior tranqüilidade financeira. Você está pronto para montar uma
reserva de emergência!
Os recursos acumulados devem ser equivalentes ao período de três a seis meses de
despesas correntes, e têm como objetivo garantir sua sobrevivência em caso de
algo inesperado acontecer. A melhor forma de alcançar este objetivo é investir
todo o dinheiro extra que ganhar, o que inclui o dinheiro que recebeu de décimo
terceiro ou bonificação de férias, ou até mesmo a restituição do imposto de
renda.
Passo 4. Planeje o futuro
Como as contribuições aos planos de previdência permitem abatimento do imposto
de renda até o limite de 12% da sua renda bruta anual, pode valer a pena
investir até esta quantia todos os anos para se beneficiar do tratamento fiscal
vantajoso.
Porém, um alerta: se você já contribui para a previdência o máximo permitido
para abatimento do imposto de renda, mas ainda tem dívidas em atraso ou não
montou sua reserva de emergência, reveja suas prioridades. De nada adianta
pensar no futuro, se você ainda não equilibrou sua situação financeira atual.
Portanto, talvez valha a pena diminuir suas contribuições para a previdência até
que consiga alcançar os passos anteriores.
Passo 5. Quite seu financiamento imobiliário
Se você ainda não tem uma casa própria, ou se levantou financiamento, mas ainda
não o quitou, esta deve ser sua próxima prioridade. Nada de trocar de carro se
você ainda não tem uma casa em seu nome.
Se não tem uma casa própria, mas já regularizou sua situação financeira, de
forma que conta com recursos para levantar um financiamento, este pode ser um
bom momento.
Para quem já levantou financiamento, mas agora conta com uma situação financeira
mais equilibrada, essa pode ser a hora de rever os termos do financiamento. Quem
sabe você já não consegue arcar com uma prestação maior, de forma a quitar mais
rápido sua dívida, gastando assim menos com juros?
Passo 6. Pense na família
Se você tem dependentes, é preciso pensar no futuro deles. Comece contratando um
seguro de vida, que lhes dê alguma segurança financeira em caso de seu
falecimento. Outras opções são os seguros para acidentes pessoais, e contra
desemprego. Afinal, você não quer que eles tenham que abandonar os estudos
porque você foi demitido, certo?
Já que pensar nos seus filhos deve ser sua prioridade, por que não juntar uma
reserva para pagar os estudos deles, ou garantir recursos caso venham a abrir um
negócio próprio?
Passo 7. Continue poupando e aproveite a vida
Poupar é um hábito que você deve cultivar por toda a sua vida. Mas, agora que
você já alcançou todos os objetivos acima, é hora de aproveitar a vida e se
divertir!