O consumidor brasileiro deposita muita expectativa em relação às embalagens,
além de muitos sentimentos, disse a diretora executiva da ABRE (Associação
Brasileira de Embalagens), Luciana Pellegrino.
As expectativas são depositadas porque o consumidor prevê a qualidade do produto
por meio da embalagem, espera facilidade de manuseio e uma amplitude e clareza
das informações descritas, afirmou a diretora com base no estudo "A percepção do
consumidor em relação às embalagens", realizado pela Research Internacional
para o Comitê de Estudos Estratégicos da ABRE.
Sensações
De acordo com Luciana, a relação entre o consumidor e a embalagem é muito forte,
já que envolve sentimentos de satisfação e prazer.
"E há uma relação inconsciente de empatia e identificação com este conjunto
produto embalagem, satisfazendo a pessoa em suas necessidades reais (sede, fome,
hidratação etc), mas também de forma subjetiva (a necessidade de se sentir
melhor, de se cuidar, de fazer bem a um ente querido etc)".
Desconhecimento das necessidades
Luciana explicou que a embalagem é ferramenta de proteção, distribuição,
preservação, aumento do tempo de vida do produto, de manuseio, forma de preparo,
comunicação e de segurança alimentar. No entanto, este papel não é compreendido
pelo consumidor, o que faz com que as pessoas somente tenham uma relação de
marketing com a mercadoria.
Por este motivo é que os fabricantes de bens não duráveis fazem pesquisas para
agradar cada público. "A preocupação é justamente colocar no mercado o maior
número de opções possíveis para conseguir agradar a cada grupo de consumidores.
Cada vez mais teremos embalagens e produtos personalizados para que cada pessoa
possa ser atendida".
Pesquisa
Os consumidores do Reino Unido não têm a mesma relação de expectativas de
sentimentos que os brasileiros e, além disso, ainda acham que o excesso de
embalagem somente incomoda.
Isso porque, segundo pesquisa realizada pelo Institute of Grocery
Distribuition, 30% dos consumidores do Reino Unido esperam que as redes de
supermercados reduzam a quantidade de embalagens nos produtos, ante 19% que
disseram somente comprar embalagens recicláveis.
Consumo consciente
Aqui no Brasil, Luciana disse que os índices de reciclagem são os maiores do
mundo, como no caso do papelão ondulado e do alumínio.
"Para que a reciclagem cresça ainda mais, precisamos justamente trabalhar a
educação ambiental, para que cada consumidor descarte seletivamente os resíduos
recicláveis que gerou em sua casa ou durante o dia. Com a reciclagem, ganhos
ambientais são computados há anos, trazendo também ganhos econômicos para
empresas e consumidores".