Dívidas / Endividado ? - Gastar para esquecer as dívidas: como explicar e fugir de uma atitude controversa?
Os brasileiros, independentemente da classe social, apresentam a famosa
compulsão por gastar. Seja para comemorar, para esquecer um problema, para
aproveitar a ida ao shopping. Desculpas, nessas horas, não faltam: "eu mereço, é
só hoje..." São expressões que já fazem parte da rotina das pessoas, mas que
podem, de uma hora para outra, acabar com o orçamento, levando o consumidor às
dívidas sem fim.
O curioso, segundo o psicólogo Alexandre Bez, é que a compensação dos problemas
financeiros também é resolvida com dinheiro. "Gasta-se mais na tentativa de
esquecer as dívidas. Isso talvez explique a dificuldade da nação em sanar suas
dívidas e conseguir dar a volta por cima", diz Bez.
Fugir dos problemas não ajuda
Para o psicólogo, essa atitude faz parte da autodefesa do ser humano, mas,
compensar problemas com ações que levam apenas à satisfação momentânea (como é o
caso das compras impulsivas e compulsivas) não ajuda e, sim, apenas agrava ainda
mais a situação.
De acordo com o psicólogo, a dica é manter-se longe das dívidas e buscar
satisfação de outras formas, que não acabem com seu planejamento financeiro. Um
roteiro simples seria:
- procure afastar a tentação. Se você não sabe usá-los, não adquira
cartões de crédito. Em algumas pessoas eles criam a falsa impressão de ter
muito dinheiro;
- tenha alguém de confiança para cuidar de sua conta bancária, que consiga
alertar para gastos excessivos e desnecessários;
- tente se policiar: analise se a aquisição é realmente necessária;
- mantenha somente uma pequena quantia de dinheiro na carteira;
- procure não entrar em financiamentos com muitas parcelas e assumir
dívidas. Ao final do mês, elas irão se acumular e o dinheiro poderá faltar;
- quando a tentação surgir, ligue para os amigos e faça ações simples que
lhe distraiam, como pintar, conversar, ver um filme.
Brasileiro não sabe e não ensina a poupar
Diferente de alguns países da Europa, EUA e Japão, o Brasil não viveu grandes
guerras e por isso não vê a necessidade de poupar e também não transmite para
novas gerações esse hábito.
"As crianças têm acesso fácil aos meios de comunicação, por isso é necessário
que os pais fiquem atentos e não permitam excessos. A criança tende a imitar o
comportamento dos pais", alerta Bez.
Para uma relação saudável com o dinheiro, é necessário que desde cedo elas já
tenham uma educação financeira rígida e aprendam a lidar com o próprio dinheiro.
"A mesada é uma opção inteligente para os pequenos aprenderem o valor do próprio
dinheiro. Abrir uma poupança e ensiná-los a poupar é uma ótima experiência",
sugere o psicólogo.
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