Filhos - Férias: crianças em casa geram mais gastos; veja como driblar a situação
Eles acordam, tomam café e logo vão assistir aos desenhos. Quando enjoam,
partem para o videogame ou o computador, o que pode durar horas de brincadeira,
isso quando não trazem alguns amigos para a casa. No momento em que bate a fome,
eles ficam à frente da geladeira durante minutos escolhendo o que vão comer.
Imagine, agora, esta rotina diariamente. Não há conta de luz e compras de
supermercado que não aumentem.
Crianças em casa nas férias são sinônimo de mais gastos. Quem descartou a
possibilidade de viajar, porque queria economizar, terá de driblar esse aumento
de consumo, principalmente de alimentos e energia, para não ter uma surpresa no
final do mês. "Férias é motivo de mais gastos", afirmou o professor de Finanças
da FGV (Fundação Getulio Vargas), Ricardo Araujo.
De acordo com ele, é possível dizer que, nas férias, o orçamento doméstico, que
corresponde a todos os gastos da família - planos de saúde, matrículas escolares
e outros - sobe 10%, quando as crianças ficam em casa. "Quando é só o gasto com
manutenção da casa, eu diria 20% de aumento", explicou.
Gastos maiores
Mais radical quanto aos gastos que as famílias devem ter com crianças de férias,
a consultora em finanças pessoais Eliana Bussinger acredita que, no caso da
alimentação, é algo em torno de 20% a 30%, considerando que as crianças acabam
trazendo alguns amiguinhos e ainda existem algumas refeições em passeios que são
feitas fora de casa.
"Ainda há aumento de gasto com o telefone, que, se bobear, pode até dobrar. Em
energia, o gasto é na mesma proporção da alimentação, até 30%", disse.
Ainda que o gasto aumente, ele não chega a ser igual aquele feito para realizar
uma viagem com as crianças ou para fazer diversos passeios durante as férias.
"Passeio aumenta na seguinte proporção: de duas vezes no final de semana -
sábado e domingo - para mais duas durante a semana, então, o gasto com ele
[passeio] dobra", calculou Eliana.
Alternativas de passeios
Não é justo ficar com a criança somente em casa, afinal, elas também precisam de
diversão. A alternativa, neste caso, é encontrar passeios mais em conta.
"Se você sair com as crianças, vai gastar com combustível, alimentação,
ingressos. O gasto é muito mais elevado", afirmou Araujo. Sobre os passeios mais
baratos, ele indica a ida à praia, para quem mora próximo a ela. O shopping, por
outro lado, pode ser uma armadilha. "As vitrines estão ali e a pessoa pode não
conter a tentação".
A dica de Eliana, neste caso, é planejar. "Procure parques, faça passeios de
bicicleta, coisas baratas e gratuitas. Procure eventos na sua cidade em que não
tenha que gastar. Faça visita a parentes e amigos e, quando for passear, leve
lanche de casa. Não saia a esmo: dê opções para as crianças", orientou.
Drible o aumento das contas
Questionado sobre o que a família deve fazer para conter os gastos nesta época,
o professor de Finanças indicou medidas simples, "que já deveriam ser feitas,
mesmo em período escolar". Ele citou algumas atitudes das crianças, que devem
ser fiscalizadas.
Elas acendem a lâmpada e não apagam, ligam a TV e o DVD e, depois, vão para
outra brincadeira, sem desligar os aparelhos, lavam a mão e não fecham a
torneira direito e passam horas no banho. Tudo isso deve ser controlado. Sobre a
alimentação, Araujo disse que o controle é mais fácil. "Os pais não precisam
levar as crianças ao supermercado".
A última dica dada por Eliana é relaxar. "Porque se a pessoa está estressada,
ela vai sair para gastar. O estresse nos leva a consumir mais", finalizou.
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