Carreira / Emprego - Isolamento e pouco papo no trabalho? Veja de que forma isso prejudica a carreira
Existem pessoas que realmente são mais tímidas e inseguras e, por isso,
acabam naturalmente se isolando no ambiente de trabalho. Outras, levadas pela
dinâmica da empresa à competitividade, também acabam por demonstrar o mesmo
comportamento.
De acordo com a consultora de RH da Catho Online, Gláucia Santos, essas são as
duas maneiras de acontecer o isolamento dos profissionais nas empresas. Eles
quase não puxam papo, ficam apenas em sua baia, não circulam, consultam pouco os
superiores e quase não pedem ajuda aos colegas.
As atitudes, porém, acabam por prejudicar o profissional. "Ele deixa de mostrar
o trabalho dele para os demais, ou de mostrar interesse. Por mais que faça um
bom trabalho, ele fica limitado, não recebe muito bem as instruções, porque não
pergunta, e também não coloca as dúvidas", explica.
Revertendo a situação
Por ser uma situação prejudicial, o isolamento deve ser evitado e revertido. De
que maneira? A resposta de Gláucia inclui a atitude de o profissional reconhecer
o fato e tentar se integrar. "Deve identificar quem tem o perfil mais parecido
com o dele e colocar para os outros que é mais reservado".
Já o gestor, num momento como este, tem que entender o perfil do funcionário que
contratou. "Ganhando confiança fica tudo mais tranquilo". Em relação aos colegas
de trabalho, nada de fazer brincadeiras ou o tímido poderá ficar mais retraído.
Quando o isolamento é decorrente de um problema da empresa, aí só a mudança de
cultura mesmo para que o profissional se sinta mais a vontade. "Quando é de um
departamento, o gestor tem que tomar medidas para mudar isso e encontrar
maneiras de integrar o grupo", diz Gláucia.
Cenário nas empresas
De acordo com Gláucia, o isolamento acontece nas empresas, mas costuma ser mais
forte quando há mudanças de emprego ou de gestor. "O isolamento total acontece
quando há conflito, para que o profissional preserve o próprio emprego ou se
preserve", afirma.
Inclusive, este é o único caso em que Gláucia indica o isolamento, quando o
ambiente de trabalho não estimula o desenvolvimento do profissional - há muitas
fofocas, competição, distração. "É melhor se afastar para não ser contaminado".
Quando a situação se torna inaceitável e o profissional sente desconfiança por
parte dos colegas, a tendência é que procure um outro emprego, mesmo gostando
daquilo que faz, tamanha a importância de um ambiente saudável para a carreira.
O isolamento ainda pode acontecer na empresa quando há uma diferença muito
grande nos grupos. "Pessoas de áreas diferentes, de idade diferentes, de níveis
hierárquicos diferentes".
Líder isolado
Quando o isolamento vem por parte do líder, a situação é mais grave ainda. "As
pessoas terão uma boa relação entre elas, mas nenhuma abertura com ele. Para ser
um bom gestor, tem que se comunicar. Se não acontece de forma clara, perde-se o
referencial de liderança".
As consequências disso? Falta de confiança, de liberdade para a criatividade e
de integração com a equipe.
|