Doutora pela Universidade de Montreal e professora da École dês Hautes Études
Commerciales (HEC de Montreal), Estelle Morin, é uma das maiores autoridades
mundiais, quando o tema é a relação do ser humano com o trabalho. Segundo ela, o
trabalho não é apenas uma fonte de dinheiro, mas também deve fazer sentido.
Quando isso não acontece, o indivíduo sofre e fica desmotivado.
Tendo isso em mente, imagina-se que trabalhar em ONGs (Organizações não
governamentais) seja uma das melhores escolhas ao profissional. Entretanto, essa
decisão tem seu lado negativo e positivo, de acordo com a gerente de
planejamento de carreira da Manager, Lenyta Diniz.
Prós e contras
Para ela, as empresas enxergam positivamente os profissionais que trabalharam ou
trabalham em ONGs, pois isso demonstra comprometimento com a sociedade e
facilidade de trabalhar em equipe. "Nas empresas que adotam trabalhos de
responsabilidade social, essa experiência é ainda mais valorizada", avisa a
especialista.
Apesar de algumas empresas enxergarem com certo preconceito os profissionais que
trabalharam em ONGs, justamente por conta de elas não terem fins lucrativos e,
portanto, serem menos competitivas, não deveriam ser feitas comparações desse
tipo, uma vez que os objetivos de uma ONG e uma companhia privada são
completamente diferentes, na opinião da gerente.
Uma desvantagem de trabalhar em ONGs é o salário, de maneira geral mais baixo.
Entretanto, na visão de Lenyta, "o trabalho oferece um ganho pessoal que não tem
preço". Isso sem falar que é possível aprender muito. Por fim, ela lembra que
esse tipo de experiência é sempre válido.
"Eu não diria que essa experiência não conta tanto para o currículo, mas, sim,
que pode ser ainda mais relevante na visão de empresas que já adotam políticas
de responsabilidade social."