Filhos - De geração para geração: a arte de dizer "não" aos impulsos de consumo do filho
Ser é ter. Por mais que você não acredite nesta frase, seu filho crê nela
piamente. E é por isso que ele não pára de pedir aquele jogo que o amigo da
escola tem ou o brinquedo da propaganda da televisão. Depois de uma jornada de
trabalho dura, você não quer causar conflitos e, simplesmente, diz que irá
comprar. Pois saiba que está contribuindo para a formação de mais um consumista.
De acordo com o especialista em educação e diretor acadêmico do Colégio Módulo,
Wagner Marcelo Sanchez, existem confrontos entre pais e filhos que são sadios,
para que se possa impor limites. Todos precisamos, desde muito cedo, nos deparar
com decepções, ser contrariados e precisamos de regras, além da punição, caso
não as cumpramos. A falta de tempo com as crianças, porém, provoca
inconscientemente a vontade de fazer os desejos dos filhos.
"Se não temos tempo para eles, pelo menos não os decepcionamos", disse Sanchez,
em relação ao que se passa na cabeça dos pais.
Formação das crianças
Mas esse tipo de pensamento não traz boas conseqüências para a formação
psicológica das crianças, pois elas precisam de "nãos". O que é difícil, por sua
vez, é saber de que maneira e quando dizer essa palavra, que pode transformar
seu filho em um adulto consciente financeiramente ou em um consumista.
Realmente, saber dizer não é uma arte. Para isso, veja as dicas de Sanchez:
- Imponha os limites e as regras desde os primeiros meses de vida;
- Analise com o seu cônjuge todas as regras, antes de colocá-las em
prática, para que, depois, você não precise mudá-las ou eliminá-las;
- Classifique as questões prioritárias: higiene, alimentação e educação,
por exemplo;
- Deixe para negociar com os filhos os assuntos fúteis. Eles precisam que,
em alguns momentos, a opinião deles prevaleça;
- Nunca faça "vistas grossas" para uma condição pré-estabelecida e
prioritária. Isso provocará exceções, que depois viram regras;
- Ouça as argumentações dos seus filhos e explique quantas vezes forem
necessárias os motivos de as regras existirem;
- Evite argumentações do tipo: "Porque eu quero", "Porque todo mundo faz
assim", "Porque você é pequeno" e "Porque sim";
- Seja um exemplo: se precisar quebrar uma regra, explique o motivo. Se
não quer que seu filho seja um consumista, nada de se render a qualquer
promoção!
Conseqüências de não dizer "não"
A principal conseqüência de não questionar as vontades de seu filho é o
consumismo, que pode parecer atitude de criança e passar despercebido em algumas
famílias.
Os limites impostos quando se é criança refletem no futuro. Uma criança que
tinha todos os brinquedos que queria pode se descontrolar financeiramente,
quando adulto, já que pensa nas próprias vontades e não no que é realmente
necessário para que viva com o orçamento equilibrado.
O consumismo em exagero é o grande causador do superendividamento, que atinge os
brasileiros que não se controlam, diante de um cenário de alta oferta de crédito
e facilidades na quitação dos débitos.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Giovanna Rodrigues
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