Abre-se uma vaga na empresa e logo o RH entra em ação. Nesse momento, é
preciso ter o máximo de atenção na escolha do futuro profissional que irá suprir
as necessidades da organização. Ao término do processo seletivo, o alívio da
missão cumprida! Em parte, pois chegou a hora de integrar o funcionário à
realidade organizacional. Até aí, tudo bem, poderia pensar o leitor. Basta
apenas contar com bom programa de integração para solucionar a questão. E se o
colaborador for uma pessoa com potencial, mas que apresente ansiedade ao assumir
atribuições? Isto poderia atrapalhar seu desempenho?
Para a gerente de Administração e Desenvolvimento de RH da Abbott, Luciana
Carvas, toda mudança gera expectativas, mas profissionais com mais experiência,
em geral, sabem lidar melhor com as alterações de rumo na carreira. "Noto que as
pessoas estão mais conscientes das necessidades de desenvolver características
como flexibilidade e adaptabilidade, fruto da realidade de mercado que se
apresenta em constante ebulição", avalia.
A comunicação, segundo Carvas, seria a base para minimizar a ansiedade
natural de novos colaboradores. Para isso, ela afirma que ainda na seleção, o RH
deve se colocar no lugar do funcionário e imaginar a forma que gostaria de ser
tratado. E no decorrer o processo seletivo, algumas ações podem facilitar tanto
a vida do RH, quanto a do futuro colaborador.
Dentre os conselhos dados pela gerente da Abbott para minimizar a ansiedade,
estão: a rapidez nas respostas - ao término de cada fase da seleção; em conjunto
com à área requisitante, o selecionador pode dar orientações/definições claras e
objetivas quanto ao cargo, às atribuições, ao salário, aos benefícios e à data
de admissão. Além disto, a empresa pode realizar a integração no primeiro dia de
expediente.
"Lembro de um caso que aconteceu em outra empresa, na qual trabalhei.
Marcamos com um novo colaborador, para que ele iniciasse numa determinada data e
ele estava tão nervoso que entendeu errado e compareceu uma semana antes.
Confirmamos o dia correto mais uma vez e dois dias depois, ele compareceu
novamente só para se certificar de que não havíamos esquecido dele", recorda.
Para Carvas, um pouco de ansiedade é natural, principalmente quando o ser
humano busca novas conquistas. Entretanto, o equilíbrio precisa ser mantido e a
boa imagem deve ser cultivada desde o primeiro contato.
Responsável pela integração da Abbott, Luciana Carvas explica que a empresa -
que atua no setor farmacêutico, possui um programa neste sentido. A ação
dividi-se em duas etapas: no dia da admissão e até 45 dias após o ingresso do
novo funcionário na empresa. "No primeiro dia, damos as boas-vindas,
desenvolvemos dinâmicas de quebra-gelo com os grupos, explicamos os benefícios
mais detalhadamente, orientamos sobre toda a parte referente aos documentos,
contratos de trabalho, entre outros. Em seguida, é realizada a integração com as
áreas de comunicação interna, segurança, treinamentos técnicos gerais -
obrigatórios, por se tratar de uma fábrica", salienta.
Um mês e meio depois, o segundo dia de integração explora assuntos como
avaliação de desempenho e programas de treinamentos. Nesta fase, a empresa
apresenta um módulo específico para explicar aos novos colaboradores sobre o
processo produtivo e detalhes importantes sobre o negócio, incluindo uma visita
à fábrica, independente do cargo que o funcionário exerça. "A intenção é que
todos se sintam parte do negócio e saibam exatamente onde estão inseridos no
processo. É fantástica a sinergia que conseguimos obter com esta iniciativa",
finaliza Carvas.