Os fundos de investimentos imobiliários estão cada vez mais populares no
Brasil. Segundo dados da Bolsa de Valores, entre janeiro de 2008 e setembro
deste ano, o número de investidores cresceu 650% para 45,3 mil.
Mas você sabe como comprar cotas deste tipo de fundos? De acordo com o
especialista em investimentos e CEO da Inva Capital, Raphael Cordeiro, a compra
e venda das cotas é feita por meio da corretora de valores. Por isso, é preciso
ter cadastro em uma para conseguir fazer estas transações.
“As cotas são negociadas na bolsa”, afirma Cordeiro. “Elas possuem códigos,
assim como as ações, então, basta digitar o código e a quantidade no home broker”,
afirma o especialista.
Segundo ele, o fato de ser negociado na bolsa, por meio da internet, é uma
das grandes vantagens dos fundos de investimentos imobiliários em relação ao
investimento direto em imóveis. “A compra e a venda são feitas de uma maneira
muito mais simples”, diz Cordeiro.
Vantagens
O valor do investimento é outro ponto que favorece os fundos imobiliários.
“Atualmente você não encontra um imóvel por menos de R$ 100 mil. Então, para
conseguir montar uma carteira diversificada em imóveis, é preciso ter bastante
dinheiro”, diz Cordeiro.
Já com o fundo imobiliário, é possível ter participação em imóveis por um
valor muito menor. “A partir de R$ 100, você consegue comprar cotas de alguns
fundos. Mas com R$ 1 mil começa a valer a pena, por conta das taxas de
corretagem”, diz o especialista.
Desta forma, fica muito mais fácil diversificar as aplicações. “Com R$ 20
mil, o investidor consegue ser sócio de parte de shopping centers, ter
participação em galpões industriais e também em imóveis comerciais”, diz
Cordeiro.
Além disso, os valores cobrados pela transação são menores do que aquilo que
se costuma pagar pela compra e venda de um imóvel. “Quando você compra um
imóvel, apesar de não pagar nada de comissão, precisa pagar o ITBI - Imposto de
Transmissão de Bens Imóveis Inter-Vivos e gastos com o cartório. Isso pode
chegar a 2% do valor do imóvel”, diz Cordeiro. “Já se optar por um fundo, só
paga as taxas de corretagem”, continua.
Na venda, as taxas são ainda maiores, afirma Cordeiro. “Os corretores [de
imóveis] cobram taxas de 5% a 6% do valor do imóvel”, ressalta o especialista.
Pontos negativos
De acordo com ele, existem pessoas que consideram como ponto negativo o fato
de haver uma outra pessoa (gestor do fundo) cuidando das aquisições. “Para
algumas pessoas é muito importante ver o imóvel, saber o que está comprando,
conferir a assinatura dos papéis”, diz.
Além disso, se comparado a outros investimentos, como o próprio mercado
acionário, a liquidez é menor. “Você não consegue comprar e vender com a mesma
rapidez de alguns investimentos”, afirma Cordeiro.
Entretanto, os fundos são mais fáceis de comprar e vender do que os próprios
imóveis. “Você consegue vender de maneira muito mais rápida cotas no valor de R$
1 milhão do que um imóvel deste valor”, diz.
Riscos
Como todo investimento, os fundos imobiliários também trazem riscos. Em
primeiro lugar, é importante lembrar que este é considerado um investimento de
renda variável, ou seja, não há garantia de valorização das cotas e elas podem,
inclusive, se desvalorizarem. “O próprio imóvel pode ser inadequado para um
investimento de longo prazo e ir perdendo valor ao longo do tempo”, diz
Cordeiro.
Entretanto, isto não é tão comum. Dos 35 fundos imobiliários avaliados pelo
site Fundo Imobiliário, 26 estão com rentabilidade positiva em 2011 (até
outubro), enquanto 9 estão com rentabilidade negativa.
Outro risco é do imóvel ficar desalugado e não proporcionar uma rentabilidade
mensal para os cotistas do fundo. “Tem também o risco de vacância, do imóvel
perder o inquilino e demorar para ser alugado novamente”, conclui.