Dívidas / Endividado ? - Problemas para pagar dívida? Trocar de modalidade pode ser a solução
Faltando pouco mais de quatro meses para o fim do ano, aqueles que se encontram
"atolados" em dívidas procuram buscar alternativas para reverter sua situação e,
assim, iniciar 2008 saindo do vermelho. Dentre elas, certamente deve estar a
redução dos gastos, principalmente os considerados mais supérfluos.
No entanto, "apertar o cinto" pode não ser suficiente para eliminar totalmente o
problema. E como obviamente não dispõem de uma reserva financeira para se livrar
dos débitos, sem estourar ainda mais o orçamento, os endividados podem, então,
recorrer a uma solução: trocar uma dívida que cobre juros mais elevados por
outra com taxas menores. Este é o caso, por exemplo, do crédito consignado em
folha de pagamento, que, como o próprio nome diz, se trata de uma forma de
empréstimo cujas parcelas são descontadas diretamente do salário, com correção.
Garantia com data certa
Por ter juros menos elevados, essa modalidade permite que o tomador de
empréstimo reduza não só o valor das parcelas, gerando menor impacto para o
orçamento, como também do montante final a ser quitado.
Na ponta do lápis
Para que você possa entender o efeito da taxa de juros em um empréstimo, vamos a
um exemplo.
Imagine que você tenha pedido um empréstimo de R$ 2 mil, a uma taxa de juro de
8,47% a.m., para ser quitado em 24 meses. Tendo chegado à metade desse prazo (12
meses), sua dívida ainda é de R$ 1.452,51. Diante dos juros altos, sua idéia é
buscar uma outra modalidade de crédito com taxas menores, para que possa quitar
seu compromisso sem que isso abale seu orçamento.
Assumindo hipoteticamente um novo financiamento de 4% a.m., confira os
resultados na tabela:
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Empréstimo atual |
Novo empréstimo |
Valor da dívida hoje |
R$ 1.452,51 |
R$ 1.452,51 |
Pagamento mensal |
R$ 197,46 |
R$ 154,77 |
Juros mensais |
8,47% |
4% |
Prazo para quitação |
12 |
12 |
Gasto total |
R$ 2.369,52 |
R$ 1.857,22 |
Diferença |
|
R$ 512,31 |
Pelos cálculos acima, pode-se perceber que, no exemplo, a economia ao final do
período, mudando a modalidade de crédito, chega a R$ 512,31.
Fique atento às condições e aos encargos
Vale ressaltar que o crédito consignado em folha está disponível apenas para
trabalhadores cujas empresas mantenham convênio com a instituição bancária.
Além disso, é importante que o consumidor avalie com atenção não só a cobrança
de juros, mas também de outros encargos incidentes, como a Taxa de Abertura de
Crédito (TAC) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que podem ser pagos
no ato da contratação, com débito em conta do valor depositado, ou podem ser
financiados junto com o empréstimo.
Cuidado com a taxa de quitação antecipada
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor Pro Teste alerta ainda que o
Código Brasileiro de Defesa do Consumidor garante um desconto na quitação
antecipada de todos os tipos de financiamento e empréstimos em geral, inclusive
o consignado.
De acordo com a entidade, a pessoa só deve pagar encargos pelo prazo em que usou
o crédito, direito que está assegurado por norma do Banco Central.
No entanto, o próprio órgão autoriza a cobrança de uma taxa pela quitação
antecipada do empréstimo, o que, segundo a Pro Teste, contraria o CDC, ao
colocar o consumidor "em posição de extrema desvantagem frente ao fornecedor",
impedindo-o de reduzir o custo do débito.
Para se chegar ao valor devido, com o abatimento, a pessoa deve considerar o
valor que seria pago ao final do pagamento das parcelas, como previsto em
contrato. Depois, esse montante deve ser atualizado ao momento em que se dará a
quitação, que, por sua vez, deve ser descontado dos juros referentes aos meses
seguintes, os quais equivalem à remuneração pelo serviço prestado pelo banco.
E, conforme observa a entidade, estando paga a dívida antes do prazo, o serviço
deixou de ser prestado pelos meses seguintes, não havendo motivo para a tal
remuneração.
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