Carreira / Emprego - Sinal vermelho: pesquisa revela nível alto de estresse entre executivos jovens
Conhecido como 'doença de executivo', o estresse normalmente é relacionado ao
profissional que está há mais tempo no mercado de trabalho. No entanto, esta
visão já pode ser considerada errada. De acordo com pesquisa realizada pelo HCor
(Hospital do Coração), em São Paulo, há alto nível de estresse em executivos com
idade entre 20 e 30 anos.
O setor de psicologia realizou pesquisa com 441 executivos que passaram pelo
check up clínico, para determinar os fatores mais freqüentes que desencadeiam a
doença. A constatação pode ser preocupante, para os jovens que pensam que estão
longe de adquirir o problema: 59% dos pacientes até 30 anos estão com alto
índice de estresse.
A proporção é maior, se formos comparar com as pessoas consideradas as mais
atingidas pelo estresse: 45% dos pacientes entre 30 e 40 anos estão com índice
alto.
Motivos apontados
Por mais clichê que pareça, dentre os motivos apontados para o alto nível de
estresse, estão aqueles relacionados ao estilo de vida levado pelos executivos.
A pesquisa mostrou que 60% possuem dificuldade em realizar atividade física
regular e outros 87%, dificuldade em ter uma atividade de lazer.
Um dado interessante da pesquisa é relacionar o estresse às características da
personalidade do executivo: 20% dos entrevistados disseram que possuem conflitos
familiares e alteração significativa do humor, como ansiedade, irritabilidade e
depressão, além de tempo reduzido para realizar atividades de lazer.
"Estes números mostram que cada vez mais os jovens executivos não conseguem ter
uma qualidade de vida pelo ritmo de trabalho que têm, o que ocasiona um alto
nível de estresse", disse a chefe do setor de psicologia do HCor, Silvia Cury
Ismael.
Outros fatores
Veja abaixo outros fatores que foram notados durante análise de questionário da
pesquisa realizada pelo hospital de São Paulo:
- 80% dos pacientes têm alteração significativa do humor;
- 82% possuem indicação para psicoterapia, mas apenas 21% a realizam;
- 29% possuem prejuízo na qualidade do sono;
- 38% apresentam dificuldade no trabalho;
"A atuação da equipe multidisciplinar e o apoio psicológico aos pacientes é
muito importante para esses casos", disse Silvia.
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