As previsões para o mercado de aluguel de imóveis para executivos na cidade
de São Paulo "são as melhores possíveis" em 2008, de acordo com a gerente de
locação da Lello Imóveis, Roseli Hernandes. Por isso, o investimento nesse tipo
de prática terá bom retorno este ano. Mas, para isso, é preciso conhecer o
perfil dos locatários e os prós e contras.
De janeiro a setembro do ano passado, a administradora registrou crescimento em
torno de 18% na procura por aluguel, na comparação com 2006. Para 2008, a
gerente espera alta de até 20% no mercado da capital paulista. "São Paulo virou
centro de serviços e muitos profissionais e executivos de outros Estados chegam
para trabalhar", afirmou.
Alugar ao invés da comprar
A aquisição de uma casa ou de um apartamento não é vista como a melhor solução
para os executivos que moram em outros locais. "Eles não têm a necessidade de
comprar um imóvel porque não trazem a família, em muitos casos. Quando são do
exterior, aí eles trazem, mas podem ficar por tempo determinado", disse.
Roseli ainda explicou que existem alguns executivos que até podem ficar bastante
tempo, mas não querem fazer o investimento de comprar sem conhecer o ambiente em
que morarão. Também tem a questão de alguns morarem perto, como no Rio de
Janeiro. "Aí, o imóvel se transforma em uma casa dormitório".
As empresas normalmente fazem parte do negócio, ou pagando o aluguel ou entrando
como fiadora. Na maioria das vezes, pode-se dizer que ajudam na locação. A
negociação, em alguns casos, fica a cargo da área de Recursos Humanos ou
Jurídica.
Perfil e exigências
Os contratos são, geralmente, de 30 a 36 meses, já que os executivos
costumam permanecer na cidade por um período entre dois ou três anos. "Eles
sempre pedem aquela cláusula no contrato que libera da multa após um ano, porque
se ele quiser sair com 12 meses de estadia, ele não paga nada", disse Roseli. O
valor da locação, por sua vez, varia bastante, sendo que aumenta de acordo com o
cargo hierárquico ocupado dentro da empresa.
Quanto às exigências desse público, está o imóvel em bom estado e já mobiliado.
"Se tiver com aspecto antigo, eles já não gostam". Preferem armário embutido e
cozinha planejada. Garagem, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, áreas de lazer,
serviço de lavanderia, garagem e equipamentos de fitness fazem a diferença na
hora da escolha.
Outro ponto crucial é a localização. As unidades mais solicitadas são de um ou
dois dormitórios, em regiões como Moema, Jardins, Perdizes, Higienópolis, Vila
Nova Conceição, Paraíso e Ibirapuera, próximo das empresas, onde não precisam
pegar trânsito, que é visto como algo que tira a qualidade de vida. "Também é
importante, no caso de o executivo vir com a família, que haja escolas boas,
supermercados, restaurantes e bares".
Prós e contras
Dentre as vantagens de alugar para um executivo, está o fato de ter uma
companhia associada ao contrato. "Tem uns pontos favoráveis, como o contrato com
pessoa jurídica. Está lidando com uma empresa e isso traz mais garantias, não é
uma pessoa leiga", disse o presidente do Creci-SP (Conselho Regional dos
Corretores de Imóveis), José Augusto Viana. Além disso, os executivos conservam
bem o imóvel. "Ele, normalmente, mora sozinho ou com outra pessoa, então não tem
o impacto que teria uma família. Nos finais de semana, ele viaja para casa".
Quanto às desvantagens, Roseli aponta que os estrangeiros podem ter problemas
com documentação e, por isso, o processo pode ser complicado. Para Viana, seria
o fato de que, se houver retração na economia, o apartamento do executivo é o
primeiro a ficar vago, porque as empresas reduzem custos.
Sobre o período curto de permanência no imóvel, cerca de três anos, Viana disse
que a vantagem é que o valor do aluguel está valorizando muito e o proprietário
pode trocar de locatário e aumentar o preço. "A desvantagem é o período que fica
vago até encontrar outro executivo".