A redução do comprometimento máximo da renda para aposentados e pensionistas
do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) que tomarem empréstimo
consignado não deve resolver o problema de superendividamento dessa parcela da
população. A previsão é da Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do
Consumidor).
Conforme definiu o Ministério da Previdência, desde o último dia 8, o pagamento
do crédito deve corresponder até, no máximo, 20% do benefício do segurado -
antes, essa proporção era de 30%. Além disso, foi alongado o prazo de
financiamento, de 36 meses para 60 meses. E é exatamente essa última modificação
que a entidade utiliza para embasar sua afirmação.
Prazo e juro
"A ampliação do prazo, apesar de atenuar o peso das parcelas sobre a renda
desses consumidores, pode estimular que eles contraiam dívidas maiores. Por
outro lado, os juros praticados deveriam ser ainda mais reduzidos, tendo em
vista que o risco de inadimplência é praticamente inexistente".
Os juros máximos permitidos são de 2,64% ao mês, ante média de 5,36% praticada
pelos bancos ao consumidor sem vínculo com o INSS, conforme mostrou pesquisa da
Fundação Procon de São Paulo.
Outros gastos
Especialistas da Pro Teste lembraram que o comprometimento com a parcela deve
ser avaliado, na hora de contrair um empréstimo, porque a renda deve ser
destinada para outros gastos, principalmente aos medicamentos e, muitas vezes,
até mesmo para gastos familiares básicos.