As empresas já entraram na onda da responsabilidade social. A pesquisa
"Sustentabilidade: hoje ou amanhã?", divulgada no "II Fórum Ibope: negócios
sustentáveis", mostrou que, em 2005, quando perguntadas qual seria o
investimento em responsabilidade social, 35% das empresas disseram que seria
muito maior nos próximos anos, ante 37% em 2007.
Com isso, trabalhos voluntários são propostos para os funcionários, como montar
sacolas de Natal para crianças carentes, alfabetizar adultos no espaço físico da
companhia ou doar roupas usadas. Os profissionais que ajudam essas ações acabam
por desenvolver habilidades valorizadas no trabalho em equipe e ainda são melhor
vistos pelos colegas.
Vantagens
De acordo com a coordenadora de projetos da Caliper, Patrícia Armstrong, a
pessoa que participa dessas práticas é vista como alguém que se preocupa com o
próximo, com quem pode-se contar, disposta a interagir e a ajudar.
"Ela também é vista pelo líder como alguém mais responsável, mais sociável e que
vai se relacionar de maneira mais fácil em equipe", afirmou a coordenadora.
Já a pessoa que não participa desses projetos, segundo Patrícia, não será vista
de maneira negativa. "A decisão por ajudar faz parte de cada um, é da
consciência de cada um".
Por isso, ela indica aos profissionais que participam que não pressionem os
demais a ter a mesma atitude. Basta dividir com eles os bons resultados, qual
foi o aprendizado que teve com o trabalho voluntário, que ele se interessará.
Currículo
Como as empresas estão valorizando a experiência, o profissional pode deixar
exposto no currículo que se interessa por trabalhos voluntários, bem como
aqueles já realizados. "Coloque o período da atividade e qual instituição
ajudou", disse.
Apesar da importância de realizar trabalhos voluntários, quem não realiza não
deve começar a fazê-lo, do dia para a noite, para impressionar chefes ou
acrescentar um diferencial no currículo. Essas atitudes não são compatíveis com
o objetivo da prática: doar-se a uma causa justa.
Por isso, o trabalho voluntário só deve ser mencionado no currículo caso agregue
valor ao perfil profissional - não porque está na moda ou virou tema de
discussão. Além disso, dependendo dos valores e da cultura da empresa, esse dado
não chama a atenção.