De origem latina, a palavra talentu, em sua essência, significa balança,
peso. Também já foi moeda na Roma e Grécia Antiga e citada nas parábolas de
Cristo. Conta a história que o rei Salomão gastou em seu reinado cerca de cem
mil talentos de ouro e um milhão de talentos de prata para a construção de um
templo em homenagem a Deus. Foi um dinheirão para a época!Nos tempos atuais e
no atual dicionário corporativo, a palavra “talento” logo nos lembra alguém com
grande inteligência, extremamente hábil ou com alguma aptidão notável. Mas a
pergunta que não que calar é: Só talento basta? Não. É um grande erro acreditar
que uma pessoa só será a grande solução para os problemas da sua empresa.
Descobrir e saber usar o seu talento é o que realmente faz a diferença. É
preciso conhecimento e bom uso dos seguintes pontos:
Talento é diferente de dom. Dom é algo todo seu e um presente que a vida
lhe deu. É uma aptidão natural, genuína e que o distingue das demais pessoas sem
muito esforço. É mais notado nas artes, músicas e esportes, mas também podemos
pensar nas pessoas que parecem que nasceram para liderar, negociar ou vender.
Dom é um talento nato, mas nem todo talento é um dom. É bom deixar claro que
todos têm talento ou alguns talentos, mas que esses talentos precisam ser
descobertos e, principalmente, desenvolvidos. Os iluminados são os que
desenvolvem e aperfeiçoam constantemente seus dons, esses são quase imbatíveis,
mas não são a maioria.Iniciativa e criatividade. Talento sem ação não
gera realização. São suas iniciativas que abrem portas para novas oportunidades.
A iniciativa é um dos ingredientes que não pode faltar na receita dos
vencedores. O verdadeiro talento não fica à espera que as coisas aconteçam; cria
soluções, agrega valor ao ambiente e sabe que velhas soluções não são mais a
garantia de sucesso no presente. O talento não tem preguiça, nem medo de ser
feliz. Pessoas talentosas, mas sem iniciativa e criatividade se consideram
injustiçadas e de pouca sorte. Pessoas pouco talentosas, mas com iniciativa e
criatividade assumem a responsabilidade pela sua própria vida e não ficam à
espera da oportunidade passar. Elas criam uma.
Foco e execução. Para a grande maioria das pessoas, sob todos os
aspectos, ter foco não é algo natural e de fácil execução. No campo emocional,
poucos são os que têm o foco nas coisas de forma positiva e acreditam
verdadeiramente que pode dar certo. A maioria parece já nascer conformada quando
tudo dá errado. No campo corporativo, foco é lidar com o que mais importa e
execução é descobrir maneiras para fazer acontecer. O talento deve ter poucas
metas e atividades, mas é importante se entregar de corpo e alma na execução
dessas tarefas. Saber dizer “não” quando necessário e terminar as atividades que
se propõe a fazer. Ter talento não o qualifica a fazer várias coisas ao mesmo
tempo, pois, ao final, os resultados podem depor contra você.
Relacionamento e Equipe. O talento pode ganhar um jogo, mas não ganha
o campeonato. O talento nasceu para servir, não para ser servido. Veio ao mundo
para cooperar, compartilhar, ensinar e aprender. Sente prazer em se relacionar
com outras pessoas e sabe que ninguém na história mundial fez algo sem uma
grande equipe do lado. Talento acompanhado de arrogância é um passo para o
fracasso. Uma pessoa talentosa, que não se relaciona com as pessoas certas e não
faz uso do poder da equipe, é só uma promessa.
Integridade e responsabilidade. Vale a pena ter um craque de bola, mas
que vive na balada, perde treinos e desagrega a equipe? Talento sem honestidade
e caráter de nada vale. A irresponsabilidade e falta de integridade afundam
empresas, acaba com qualquer carreira e não sustenta o sucesso a longo prazo.
Não vale a pena mascarar o talento, encobrir seus defeitos ou varrer os
problemas para debaixo do tapete, porque alguém faz algo muito melhor do que o
outro. Manter uma pessoa talentosa na empresa que seja irresponsável e desonesta
é como guardar uma bomba relógio, que a qualquer hora pode explodir e destruir o
alicerce de qualquer estrutura.
Aprendizado permanente. Aqueles que se julgam talentosos têm um sério
problema: gostam de aprender, mas não gostam que ensinem. Por saber muito e por
ter consciência disso pensam que são poucos os que sabem mais do que ele. O
verdadeiro talento é humilde na hora de aprender e ensinar. Faz do aprendizado
uma forma de vida e sabe que sempre existe alguém que sabe mais do que ele em
determinado assunto e não sente necessidade de ser um especialista ou ter
opinião formada sobre tudo. Compreende que seus talentos precisam sempre ser
lapidados e que crescer na carreira e na vida é sempre uma conseqüência de boas
ações no presente. Não vive se lamentado do passado ou sonhando com o futuro. A
chave de tudo é saber que o presente é sempre o momento certo para aliar talento
e ação, teoria e prática e, assim, ser o grande criador do enredo da sua própria
vida.