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Ações / Bolsa de Valores - É possível (e fácil) investir na bolsa de valores 

Data: 04/11/2007

 
 
A imagem de uma multidão se amarrotando, com telefones aos ouvidos, berrando “compra!”, “vende!”, movimentando milhões e milhões das mais diversas moedas do mundo, pertencentes a magnatas donos de empresas multinacionais é a primeira idéia que passa pela cabeça de quem pensa no mercado de ações.

Mas nem tudo é assim. Nós plebeus, donos de modestas quantias que nos sobram após pagar as contas do mês, também podemos participar deste mundo – e sem ter que passar pela parte dos empurrões.

É possível sim investir quantias acessíveis na bolsa de valores de maneira fácil e sossegada e já existe vários exemplos bem sucedidos de pessoas físicas que iniciaram seus investimentos com R$ 100 e, depois de um ano, administram carteira com mais de R$ 200 mil.O mais importante para que isso ocorra é estar aberto para esta nova experiência.

Questão de cultura

Um dos principais entraves para a tomada da decisão de investir na bolsa é a questão cultural. “No Brasil, quando falamos em poupar pensamos em caderneta de poupança, mas poupança é guardar para o futuro”, diz o assessor de investimentos da corretora Gradual, Luís Rossi Menezes.
 
Guardar o dinheiro para o futuro e ainda ter lucros que superam muitas vezes os da caderneta de poupança - O índice IBovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, registrou entre setembro do ano passado e setembro deste ano lucros de 68,02%, enquanto a poupança, no mesmo período, teve rentabilidade de 12, 49% - são grandes motivos para essa mudança de comportamento.

Nos EUA, o hábito de investir na bolsa é bastante disseminado entre a população. O costume brasileiro de abrir uma caderneta de poupança para uma criança que acaba de nascer, na terra do Tio Sam é direcionado para as ações.

O resultado disso é que na bolsa de valores norte-americana, 70% dos investidores são pessoas físicas.

Risco consciente

É certo que investir em ações pode gerar certa insegurança quando se pensa no sobe e desce do pregão anunciado todos os dias nos jornais. Mas as coisas não funcionam bem assim: o índice da Bolsa de Valores de São Paulo (IBovespa), principal índice do país, é uma média baseada nos resultados dos papéis das 54 empresas mais representativas do mercado.

Isso quer dizer que, se uma grande empresa registrar uma grande perda, ela pode causar uma baixa no índice, mesmo que outras delas apresentem alta.

Dessa forma, você ainda pode lucrar, caso tenha escolhido para compor a sua carteira as ações positivas. É claro que o contrário também pode acontecer, mas para prevenir o pior, existem algumas precauções a tomar.

“É preciso conhecer os riscos que se corre para investir conscientemente e sem medo”, diz Geraldo Soares, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI) e membro do conselho do Instituto Nacional do Investidor (INI).

Para começar, é bom conhecer as maneiras que uma pessoa física pode investir na bolsa:

Casos de sucesso

Elas eram amigas há muitos anos e estavam prestes a se aposentar. As 14 mulheres ligadas à área do ensino queriam uma alternativa para o afastamento natural que ocorre quando companheiros de trabalho se separam e para a queda no padrão de vida depois da aposentadoria. Decidiram, então, montar um clube de investimento.

“Pesquisamos bastante, vimos várias alternativas, mas optamos pela bolsa até pela curiosidade feminina por coisas novas”, conta Rosegleyde de Souza Rocha, coordenadora do Clube de Investimento Entre Amigos – CIA Invest.

As amigas começaram investindo R$ 100 cada e fazem aportes mensais mínimos desta mesma quantia. Os R$ 1400 iniciais viraram hoje uma carteira que fica em torno de R$ 250 mil e R$ 300 mil.

“Atualmente eu resgato os lucros duas vezes por ano, como se fosse um 14º e 15º salário”, conta Rosegleyde.

Outro caso de sucesso é o clube formado por funcionários da operadora celular Vivo, o Clube de Investimento Amigos Vivo, que optou por aportes mensais de R$ 50 e, registrando rendimento de 90, 46% em um ano de operação, tem atualmente um fundo com mais de R$ 200 mil.

Interesse crescente

“No Brasil existem 905 clubes de investimento e acreditamos que existe potencial para dobrar este número em um ano”, projeta Geraldo Soares.

Esse é fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido pela Bovespa, que está levando informações sobre o mercado financeiro até as pessoas. Programas de visitas à empresas, abertura do prédio da bolsa para visitação, colocação de quiosques espalhados por diversas cidades do país estão surtindo efeito.

Na década de 90, o número de investidores pessoas físicas na bolsa era de apenas 5% do total. Atualmente, este número passou para 30%. Já são mais de 100 mil pessoas físicas investindo na bolsa e, segundo Soares, este número também tem condições de crescer 100% no mesmo período



 
Referência: poupaclique.ig.com.br
Autor: Carolina Rocha
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