Finanças pessoais - De geração para geração: riqueza só se mantém com investimento intelectual
Depois de muito trabalho e esforço, você pára e pensa como o patrimônio
financeiro da sua família será mantido. Quem ergueu toda uma fortuna não
consegue sequer imaginar, depois de tanto suor, em perdê-la.
Apesar de esse risco existir, certas atitudes podem minimizá-lo. Um pai
presente, por exemplo, tem mais chances de despertar o interesse do filho pelo
trabalho que realiza. Com isso, em caso de imprevistos, fica mais fácil ser
substituído no negócio da família pelo herdeiro.
Segundo James E. Hughes Jr., no livro Riqueza Familiar: Como manter o
patrimônio por gerações (Editora Saraiva), para que a riqueza financeira
perpetue, o planejamento no longo prazo deve levar em consideração, a cada nova
geração, o aprimoramento do patrimônio intelectual e humano.
De que forma?
Para que isso aconteça, é preciso que o líder da família mantenha um modo de
pensar mais humano, planejando como os parentes poderão servir para perpetuar o
patrimônio familiar. A riqueza gerada deve ser usada para investimentos em
conhecimento, mas sempre pensando no longo prazo.
"A habilidade de uma família de permanecer em um negócio por muito tempo, sempre
se reduz a um excelente planejamento sucessório a longo prazo, independentemente
do quanto essa família seja bem sucedida", diz Hughes no livro.
O autor ainda afirma que a família que considera a melhoria de vida de seus
membros como uma empreitada descobre a melhor forma de preservação que existe.
Reflexões
Hughes ainda propõe reflexões no livro, para que a família pense se está no
caminho certo, quando o assunto é a preservação do patrimônio, planejado a longo
prazo. Veja-as abaixo:
- A preservação do patrimônio da família é uma questão de comportamento
humano: como já dito acima, um pai ausente não estimulará o filho a
participar dos negócios!
- A conservação dos bens é um processo dinâmico de governo ou atividade em
grupo que deve ser revitalizado em cada geração, para que se neutralize a
ameaça de uma entropia: é preciso determinar quem será o líder, sem que isso
afete as relações entre os familiares, para que não gere uma desordem.
- Os bens de uma família são seus elementos: qualquer família que gaste
70% a 80% de seu tempo com passivos logo se afundará. Quem tem consciência
disso gasta de 70% a 80% de seu tempo investindo em valores humanos. O gasto
com impostos não é maior do que com um membro mal-instruído.
- A riqueza de uma família consiste no capital humano e intelectual de
seus membros, sendo que o capital financeiro sustenta o crescimento destes
dois tópicos: é preciso usar a riqueza para aumentar o conhecimento das
novas gerações, para prepará-las!
- Para preservar o patrimônio, é preciso fazer um pacto entre os membros
que reflita os valores de família: se os membros não se sentem como parte de
uma família, provavelmente não produzirão e não se aplicarão para que ela se
perpetue com saúde financeira.
- Para preservar o patrimônio, a família deve ainda concordar em criar um
sistema de gestão representativa. Esse sistema, porém, precisa ser aceito
por todos, para que as regras não sejam quebradas e não aconteçam conflitos,
com alguns membros se sentindo menos privilegiados.
- A busca da família deve ser de intensificar a realização pessoal de cada
membro, o que vai aperfeiçoá-la como um todo: não adianta forçar o filho a
conduzir os negócios, o que pode não dar certo. Encontre uma maneira de
motivá-lo.
|