Negócios / Empreendedorismo - Esclarecendo o conceito de Trade Marketing
O conceito trade marketing surgiu no início dos anos 90 devido a uma inversão
da relação oferta x demanda. Saímos de um mercado em que historicamente a
procura excedia a oferta. Ingressamos – definitivamente – em um mercado em que a
oferta excede, em muito, a demanda. Com essa mudança, cresceu muito a
importância dos intermediários (distribuidores/atacadistas e varejistas) na
distribuição.
Em sua tradução literal, a expressão inglesa que dá título a esse artigo
significa os esforços de marketing feitos pelos fabricantes para auxiliar seus
canais de distribuição a vender produtos. Mais genericamente, significa a
otimização/evolução da relação entre o fabricante e o distribuidor.
O processo contínuo de fragmentação das mídias, incorporado a maior
especialização dos canais de venda e no contexto geral no qual o consumidor está
cada vez mais difícil de ser conquistado, criou um panorama de competição
acirrada em que organizações lutam pela sua fatia de mercado (market share)
diariamente. O foco fundamental do trade marketing é unir as necessidades dos
consumidores com as necessidades do varejo e com a oferta de sua marca.
Antigamente, se dizia que o bom vendedor conhecia muito bem seus produtos e
serviços. Isso já não é mais suficiente. Além de conhecer seu próprio mix de
produtos, o vendedor tem de conhecer o negócio do cliente. No mínimo, tão bem
quanto ele. De preferência, melhor que ele. Isso faz com que seja impossível um
mesmo vendedor atender a diversos perfis de cliente.
Não se admite mais atendimento ao pequeno varejo, as lojas de conveniência,
supermercados, hipermercados e ainda as lojas de descontos. É preciso
especialização e foco. Tem de haver conhecimento específico das diversas cadeias
de valores. Saber as diferenças entre as cadeias de suprimentos.
Um pequeno varejista não tem o comportamento de compra de um gigantesco grupo de
lojas. Embora isso pareça óbvio, há inúmeros fabricantes/distribuidores que usam
o mesmo vendedor para atender a esses dois perfis tão diferentes de clientes.
Outra coisa que se dizia sobre o vendedor é que ele precisava ser um hábil
negociador. Isso continua sendo verdade. A diferença é que ele não negocia mais
apenas preços e quantidades.
Ele é responsável pela negociação de promoções de vendas (que incluem, por
exemplo, participar da oferta gratuita do "enxoval" da nova loja que o cliente
irá inaugurar). Negocia apoios mútuos, como a exibição privilegiada de um
produto dentro da loja do cliente. Negocia a colaboração do fabricante, que pode
colocar uma equipe de promotores dentro do varejo para garantir que seus
produtos não faltarão nas gôndolas.
Em outras palavras, significa que o vendedor passa a ser o gestor de um
orçamento específico para cada cliente. Sua habilidade em gerenciar esse
orçamento (garantindo participação de mercado, satisfação do consumidor final,
margens de lucro compatíveis e renovação permanente dos laços de parceria com o
canal) serão os elementos que farão parte de sua avaliação de desempenho e
garantirão sua remuneração no fim do mês.
Por outro lado, trade marketing, como uma disciplina, é o marketing através dos
intermediários – dos varejos, principalmente (aquele que procura estabelecer a
forma rápida e lucrativa essa passagem do produto, atendendo objetivos comuns –
de ambas as partes).
Dentro desse cenário, as vendas devem representar uma nova interface com os
canais de distribuição, principalmente o varejo. O vendedor deve ser um
especialista em um determinado cliente (ou grupo de clientes), pois é através
desse conhecimento e especialidade que serão desenvolvidas as melhores ofertas.
O vendedor deve desenvolver conhecimento e habilidades mais que as da negociação
em busca do pedido do cliente. Deve ser um gestor do relacionamento com ele para
com a empresa através da área de vendas, logística, comunicação e finanças.
Portanto, vendas passa a ter a autoridade para executar não só o processo da
venda, como também:
» A negociação dos serviços logísticos da entrega e redistribuição.
» As ações de comunicação de merchandising para garantir a
visibilidade do produto e sua compra.
» As ações de promoção vendas para provocar giro acelerado, incentivando
maior lucratividade.
» As campanhas cooperativas para provocar demanda por seus produtos na
lojas.
» Além de todo processo financeiro para garantir de um lado que o
objetivo do varejo seja alcançado (lucro pelo giro).
Referência:
vendamais.com.br
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