Ações / Bolsa de Valores - Na hora de investir em ações, prazo e consistência podem fazer a diferença, sugere INI
A maioria das pessoas que opta por aplicar seus recursos no mercado de ações
se depara com uma questão bastante relevante: investir de forma consistente e
lucrativa. Devido à falta de conhecimento e experiência, muitos investidores
demonstram insegurança na hora de tomar suas decisões e uma preocupação
demasiada com ciclo do mercado, ou seja, se este está em alta ou baixa.
Com o objetivo de informar e descrever práticas já utilizadas e que trouxeram
bons retornos a muitos aplicadores, o INI (Instituto Nacional de Investidores)
criou um Guia Oficial, que é uma tradução e adaptação do guia da Associação
Nacional dos Clubes de Investimento dos Estados Unidos, aperfeiçoada para a
realidade do mercado de renda variável brasileiro.
Investir com regularidade e por longos períodos
Uma das recomendações mais ressaltadas pelo INI diz respeito à importância
de se investir com regularidade, mesmo que pequenas quantias, e por longos
períodos, independente das perspectivas de curto prazo do mercado.
Os investidores podem reduzir riscos ao adquirir ações que pretendam conservar,
avaliando principalmente a capacidade administrativa e as perspectivas para a
empresa e seu mercado de atuação, deixando em segundo as perspectivas de curto
prazo.
O INI destaca ainda que ao adquirir ações o aplicador deve ter uma visão de
longo prazo, visando, por exemplo, o acúmulo de recursos para a aposentadoria. A
aplicação regular de pequenas quantias em ações e por períodos mais longos quase
sempre leva a resultados bastante satisfatórios.
Alta movimentação pode levar ao fracasso
É fato que para se obter sucesso no mercado de ações o investidor aumenta
suas chances de ganho se sair na alta, quando as ações se encontram valorizadas,
e esperar o "fundo do poço", ou seja, um período de baixa do mercado, para
realizar suas compras.
No entanto, apesar dos ciclos intermitentes de grandes altas, recessão,
depressão e recuperação, o INI descreve que a tendência global do mercado nos
últimos anos tem sido de crescimento e é nas perspectivas de longo prazo que o
investidor deve focar.
Uma série de estudos foi realizada comparando o desempenho de pessoas que adotam
a prática de sair dos mercados nos picos e voltar em períodos de baixa e
aplicadores que adquirem ações de boa qualidade e somente se movimentam quando
vão trocar de posições.
Maior risco reside não em estar no mercado, mas fora dele
A surpreendente conclusão que se chegou foi a de que para se igualar ao
desempenho de uma carteira de ações de pessoas que se mantenham no mercado, o
investidor que compra e vende ações com maior freqüência precisa acertar 80% das
vezes.
Dentre os pontos que dificultam o sucesso de investidores que movimentam muito
as suas posições, o principal está relacionado ao fato de que a maior parte de
uma movimentação de alta ou de baixa do mercado geralmente ocorre em poucos
dias.
Um estudo realizado em uma análise de 1.276 pregões nos EUA mostrou que menos de
4% das sessões geraram 80% da rentabilidade obtida no período, que foi de 26,3%
anuais. Assim, com base nestes dados pode-se dizer que acertar qual será o
período de baixa ou de alta é uma árdua tarefa, sendo que o manual do INI
descreve que o maior risco reside não em estar no mercado, mas em estar fora
dele em momentos oportunos.
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