Filhos - "Dar" ou "emprestar": o que fazer quando seu filho precisa de apoio financeiro?
Seus filhos cresceram e agora estão próximos de concluir a faculdade. Porém, ao
contrário do que você imaginava, ainda não alcançaram a independência
financeira. Em primeiro lugar, não se desespere: você não é a única pessoa nesta
situação! E a razão para isso é bastante simples: o mercado de trabalho está
cada vez mais competitivo!
Dar ou emprestar: eis a questão!
A situação fica ainda mais difícil se o jovem não investiu o suficiente na sua
educação ou capacitação profissional. Mas, mesmo entre os que estudaram,
encontrar emprego na área de atuação pode não ser uma tarefa fácil. Diante desta
realidade, muitos pais se perguntam como agir.
Será que devo manter o apoio financeiro ou faço um empréstimo, que servirá para
ajudá-lo no começo da sua carreira, e que força o jovem a planejar melhor como
irá gastar o seu dinheiro? Estas são algumas das questões e, como era de se
esperar, não existe uma única solução, já que é preciso entender a situação do
jovem e da família.
Para alguns pais, ajudar o filho no início de sua vida profissional, além de ser
uma demonstração de amor, é uma obrigação. Já outros acreditam que o sustento é
obrigatório até a conclusão da educação e, sendo assim, a única forma sensata de
apoiar o jovem nesta hora é emprestando o dinheiro, estabelecendo regras de
pagamento, como se fosse um empréstimo bancário.
Obviamente os juros praticados podem ser apenas simbólicos, ou suficientes para
se repor o custo-oportunidade de você não manter o dinheiro investido. Mas a
decisão também depende da percepção dos pais sobre o quanto o jovem efetivamente
está, ou não, dando o valor correto ao apoio que está recebendo.
O que considerar antes de decidir?
Se, de um lado, o jovem precisa estar preparado para receber este tipo de ajuda
financeira, pois mesmo no caso do empréstimo, as condições nas quais recebe o
dinheiro são mais facilitadas, por outro os pais também precisam refletir sobre
o assunto com calma.
Pensando nisso, seguem abaixo alguns pontos que devem ser analisados, antes de
se tomar a decisão.
- Sua prioridade é o seu futuro
Por mais que queiram ajudar os filhos, os pais não podem esquecer que a sua
prioridade, agora que eles já estão praticamente formados, deve ser com a
garantia da sua aposentadoria. Por mais que seu filho esteja em
dificuldades, sua ajuda deve ser tal que não comprometa a sua saúde
financeira.
Enquanto ele ainda é jovem e tem vários anos para investir na sua carreira
e, eventualmente, alcançar sua independência financeira, o mesmo não se pode
dizer de você. É bastante provável que já tenha passado dos 40 anos, de
forma que o tempo para acumulação é menor, isso sem falar que é preciso
estar preparado para as surpresas da vida como perda de emprego, doença etc.
- Decisão deve ser consenso!
Por mais que se trate de um filho comum, não são raros os casos em que os
pais divergem na forma de tratar os filhos, sobretudo quando o assunto
envolve dinheiro. Assim, qualquer que seja a decisão tomada, é importante
que seja comum entre as partes.
Se o seu marido não concorda em dar o dinheiro, negocie condições de
empréstimo facilitadas. Não importa! Às vezes uma das partes está mais a par
da situação financeira do casal e sabe que não há condições de dar o
dinheiro, mas de emprestar.
De nada adianta você dar o dinheiro ao seu filho, se o seu cônjuge não
concorda com a situação. É provável que isso gere atritos entre vocês, o que
acabará fazendo com que o jovem se culpe pela situação. Este não é o melhor
caminho para ajudar o seu filho. Se ele está em dificuldades, o apoio da
família é importante na superação dos obstáculos, e pais em conflito
certamente não contribuem para isso.
- Será que ele (e vocês) está preparado?
Independente se optaram por "dar" ou "emprestar" o dinheiro, os pais devem
estar preparados para esta decisão. Com exceção das regras de pagamento,
caso a opção seja pelo empréstimo, é importante que você oriente, mas não
imponha restrições ao uso do dinheiro.
Não é porque você emprestou o dinheiro para que ele abra um negócio, que irá
escolher que tipo de negócio ele deve abrir! Se você não acha que o seu
filho está preparado para tomar esse tipo de decisão com o dinheiro, o
melhor é não emprestar ou dar a quantia. Procure identificar formas de
orientá-lo, o que pode, até mesmo, significar a iniciativa de abrir um
negócio em família.
Analise também se vocês estão preparados para tomar este tipo de decisão.
Muitos pais acabam emprestando ou dando o dinheiro, mas depois acabam
querendo controlar a vida do filho e sua forma de gastar o dinheiro.
Lembre-se que o objetivo aqui é ajudar o seu filho e não encontrar uma
maneira de mantê-lo sob controle!
Finalmente, não use a doação ou empréstimo como forma de melhorar a relação com
o seu filho (a). Esta certamente é uma decisão equivocada. Se vocês têm
problemas de relacionamento, o melhor é tentar resolvê-los antes de colocar
dinheiro na equação. As chances da relação piorar, uma vez que existe dinheiro
envolvido, são grandes. Talvez, a melhor forma de ajudar seu filho (a) seja
investindo na relação de vocês.
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