Doença relacionada ao envelhecimento é a principal causa de perda
irreversível da visão em adultos
Degeneração Macular Relacionada à Idade - embora pouco conhecida essa doença
atinge cerca de 300 milhões de pessoas no mundo, das quais cinco milhões são
brasileiros. "Trata-se da principal causa de perda irreversível da visão em
pessoas com mais de 50 anos, no ocidente", alerta o oftalmologista Renato Braz,
do Inob (DF). Lesão na mácula, parte central e mais importante da retina, a
patologia apresenta sintomas clássicos como visão embaçada, distorção da imagem
ou mancha preta na visão central.
"Diferente da catarata - que também conduz à perda da visão, mas possui
alternativas eficazes de tratamento - a DMRI não tem cura. O que temos hoje é a
condição de minimizar as seqüelas, desde que o paciente seja diagnosticado em
estágio inicial da doença", destaca Dr. Renato. O especialista destaca ainda a
necessidade da detecção quando apenas um olho está comprometido.
Seco ou Úmido - Os dois diferentes tipos de DMRI - seco e úmido - estão
ligados ao envelhecimento. "O primeiro deles acomete 90% dos pacientes. Já o
tipo úmido, embora menos freqüente, é mais grave. Ele está relacionado à
formação de neovasos sob a retina na área macular e causa hemorragias, podendo
evoluir rapidamente para perda da visão", explica o especialista.
Para o tipo seco, são prescritos antioxidantes e vitaminas, que possuem
capacidade de reduzir a progressão da doença, para as formas mais graves, em até
25%. No tipo úmido, utiliza-se a aplicação de um laser especial precedido de
injeção venosa de substância fotossensível - a chamada terapia fotodinâmica
(PDT). Outro tratamento disponível, mais recente e efetivo na maioria dos casos,
é a injeção de antiangiogênico intra-ocular. "A escolha do tratamento depende de
cada caso e, muitas vezes, o médico assistente lança mão de tratamento
combinado. Prescrevemos também antioxidantes e vitaminas para diminuir o risco
de progressão", descreve o oftalmologista.
No mundo, há pesquisas em andamento com o objetivo de estabelecer tratamento
definitivo para a DMRI. Em Londres, está sendo testada, em laboratório com ratos
e coelhos, técnica que envolve a utilização de células-tronco. A pesquisa
baseia-se no implante de células indiferenciadas na retina, com o objetivo de
reparar a região macular danificada. "Trata-se de uma das mais promissoras
pesquisas, juntamente com estudos que avaliam o transplante de células
retinianas e a terapia genética. Uma vez validada, trará inúmeros benefícios
para a população, especialmente na terceira idade", afirma Dr. Renato.[14]
Enquanto a cura não está disponível, o melhor caminho é a detecção precoce.
"A visita anual ao oftalmologista é a única forma de se verificar, em estágio
inicial, possíveis alterações que venham a comprometer a visão e,
conseqüentemente, a qualidade de vida. Pacientes que possuem histórico familiar
de DMRI devem redobrar a atenção. Outras medidas importantes são: não fumar,
manter-se dentro do peso considerável saudável, monitorar a pressão arterial e
utilizar óculos escuros com bom filtro ultravioleta", conclui Dr. Renato.