Consumidor - Consumo consciente: prática não depende da classe social
"O poder de escolha e a distinção entre desejos e necessidades estão presentes
nas decisões de consumo em todas as classes sociais". A afirmação é do Instituto
Akatu, contrariando a idéia de que o consumo consciente só é possível para
pessoas com renda mais alta, já que "baixa renda não tem como ficar escolhendo
com consciência".
De acordo com o Instituto, mesmo entre as classes com menor poder aquisitivo, as
decisões de consumo envolvem as mesmas questões, como "por que", "de quem",
"como" e "onde" comprar, premissas básicas do consumo consciente.
Entre os conscientes, 57% estão nas classes C e D/E
Pesquisa* do Akatu sobre "Como e por que os brasileiros praticam o consumo
consciente" mostra que 5% da população é consciente na hora de consumir. Destes,
57% pertenciam às classes C e D/E e 43% estavam nas classes A e B.
De acordo com Hélio Mattar, diretor-presidente do Akatu, nota-se, portanto, que
não existe uma predominância de uma classe sobre outra na adesão ao consumo
consciente. "Consumo consciente é acessível a todas as classes sociais", afirmou
o executivo, na quinta-feira (14), durante plenária na Conferência Internacional
2007 - Empresas e Responsabilidade Social, promovida pelo Instituto Ethos.
Quando se considera a somatória dos "conscientes" com os "engajados", percebe-se
que 1/3 dos brasileiros já pratica, no mínimo, 8 das 13 condutas que são
referência atualmente em relação ao consumo consciente.
Status |
(%) |
Conscientes |
5 |
Indiferentes |
8 |
Engajados |
28 |
Iniciantes |
59 |
*A pesquisa ouviu, em 2006, 1275 pessoas em 11 capitais
Pequenos gestos, grande diferença
Segundo Mattar, é importante que a população tome a iniciativa. "Pequenas
atitudes, repetidas ao longo de muito tempo, fazem muita diferença", completou.
Para ele, consumir com consciência não significa deixar de comprar, mas avaliar
a decisão de compra.
"Por que, como, o que e de quem comprar, além de como usar e como descartar
devem fazer parte dos questionamentos antes de efetuar a compra", ensinou.
Além disso, hábitos devem ser mudados, de olho no futuro:
- Consumir diferente: avaliando os impactos (nos indivíduos,
relações sociais, natureza e economia );
- Consumir solidariamente: pensando no próximo;
- Consumir sustentavelmente: de olho nas próximas gerações.
"Atos individuais são transformadores da sociedade e atuam como multiplicador do
consumo consciente", concluiu.
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