Segundo pesquisas realizadas no Brasil, metade dos casais que se separam no
País têm divergências em relação ao dinheiro, o que traz conseqüências
psicológicas para toda a família. Mas os prejuízos para quem não é educado
financeiramente vão além do emocional.
Taxas de juros, déficit e reservas emergenciais. Estes são alguns termos que
fazem parte da vida de quem dá atenção às finanças. E se você não dá importância
para seu orçamento, pode pagar muito caro por isso, tanto no presente como no
futuro.
Sem opções
Para a economista Eliana Bussinger, especialista em finanças pessoais, a
economia não acontece de maneira previsível e é o conhecimento que traz uma zona
de conforto para os consumidores com relação ao seu orçamento. "Ao não ser
educado financeiramente, você não reconhece o que o mercado oferece e não
diversifica", disse.
De acordo com ela, um exemplo disso foi a época da eleição em 2002, quando houve
muito risco com a queda da bolsa. "Havia muitas oportunidades ali e as pessoas
temiam e confundiam a situação. A bolsa caiu e quem não soube aproveitar saiu
perdendo. Quando cai é a oportunidade de investir", explicou.
Riscos
Além de pagar alto pelo presente, o maior risco, de acordo com Eliana, é que a
pessoa tenha uma aposentadoria ruim, já que a realidade brasileira pede que o
próprio cidadão seja responsável por sua vida na terceira idade.
"Os riscos disso são de viver uma terceira idade miserável, como já vive muita
gente, ter um futuro vulnerável, não ter reservas para curto e longo prazo,
depender dos filhos, não escolher quando e onde quer estar ou quando quer parar
de trabalhar", listou a economista.
Liberdade de escolha
Além dos riscos futuros, Eliana disse que o preço pago pela falta de educação
financeira é não ter a liberdade de escolha. "É o fato da pessoa comprar a longo
prazo porque quer e acha que é melhor para ela e não porque não pode pagar
agora. Usar o cartão por sua comodidade e não porque não tem outra opção".
Ela ainda citou o fato das pessoas não verem seus sonhos de longo prazo
realizados, como viagens, carros e um doutorado, por exemplo. "Eles são muito
caros e a pessoa precisa dominar a educação financeira para consegui-los".