No tradicional mês das noivas, o assunto não poderia ser outro: casamento. A
decisão muda a vida de qualquer um. É preciso aprender a compartilhar, dividir
decisões que antes tomávamos sozinhos, mas, sobretudo, é preciso tomar algumas
providências práticas com relação à gestão das suas finanças.
Envolvidos com os preparativos do casamento, os noivos se esquecem das
implicações que esse evento terá na sua vida financeira. E é por isso que
selecionamos abaixo as principais medidas que você deve tomar assim que colocar
a aliança no seu dedo esquerdo.
Estabeleça metas de poupança
Não importa se você e seu cônjuge decidiram manter as contas individuais que já
tinham, ou se, antes mesmo do casamento, vocês já abriram uma conta conjunta.
Qualquer que seja o acordo financeiro que fizeram sobre a gestão do orçamento, o
importante é que vocês comecem a poupar o antes possível.
Você se casou e com isso seus planos e objetivos mudaram um pouco. Agora seu
único interesse não é mais trocar de carro todo ano, mas também juntar o
suficiente para comprar uma casa própria, começar um pé de meia para a educação
dos filhos quando eles chegarem etc. Portanto, quanto antes criar o hábito de
poupar junto com seu cônjuge melhor para o patrimônio de vocês.
Estratégia de investimento
Em geral, um dos cônjuges tem maior interesse por aplicações financeiras e
gerência de investimentos, mas isso não significa que a outra parte deva acatar
sem dizer nada! Se você é conservador e seu companheiro é agressivo na hora de
investir, certamente, acabarão discutindo sobre o tema.
Dependendo da vontade e interesse de cada um, vocês podem compartilhar a gestão
do patrimônio, ou mantê-la separada. O grande problema da gestão em separado é
que corre-se o risco de que o patrimônio conjunto esteja excessivamente
concentrado em um tipo de aplicação. É bastante provável que tanto você quanto
seu cônjuge invistam uma parcela em renda fixa. Juntas, essas parcelas podem
representar um percentual muito grande do patrimônio do casal. E isso deve ser
revisto.
Mais ainda, ao investir separadamente no mesmo tipo de aplicação vocês acabam
pagando mais em taxas. Em geral os bancos oferecem taxas mais atrativas quanto
maior a quantidade investida, portanto, quando houver consenso sobre a aplicação
o melhor é juntar os recursos e investir no mesmo fundo.
Atualize sua apólice de seguro
Se você é daqueles que mesmo antes de ter uma família consolidada contratou um
seguro de vida, então agora que está casado, é hora de rever seus beneficiários,
incluindo seu cônjuge como tal na apólice. Não só isso, é preciso rever se os
termos da apólice ainda são válidos.
Afinal, você não contratou o seguro para garantir o sustento dos seus
dependentes em caso de seu falecimento? Bem na época você tinha apenas a idéia
de prover uma ajuda de custo para os seus pais, que dependem parcialmente de uma
ajuda sua. Mas, agora a situação muda, você tem um cônjuge, e com isso as
obrigações financeiras mudam, e, daí a importância de se rever os termos da
cobertura.
Se você ainda não tem um seguro de vida, então talvez essa seja a hora de trocar
a sua apólice de seguro para acidentes pessoais para uma apólice de seguro de
vida. Afinal, é possível que, antes mesmo do que você imagine, a família volte a
crescer.
Reveja sua estratégia para a previdência
Se você possui um plano de previdência privada individual, então sua primeira
providência é rever os termos dos beneficiários do plano de forma a incluir seu
cônjuge.
Se além de um plano individual você também possui um plano corporativo, no qual
a sua empresa (como instituidora do plano) divide com você o valor das
contribuições, pode valer a pena aumentar o valor contribuído. Afinal, cada R$ 1
a mais que você contribuir será compartilhado pela sua empresa, o que é bastante
significativo em termos da reserva financeira que será formada.
Vamos imaginar, por exemplo, que você e seu cônjuge contribuam cada um
individualmente para um plano de previdência, e que só você tenha também um
plano corporativo. Nesse caso, pode valer a pena reduzir a aplicação a um dos
planos individuais e aumentar a contribuição ao plano corporativo, já que os
valores contribuídos são compartilhados. É claro que isso deve ser analisado com
cuidado, pois se vocês se separarem, então o cônjuge que abriu mão do seu plano
individual pode acabar tendo uma perda financeira.
Muita atenção com o Leão!
O casamento possibilita uma boa oportunidade para se elaborar um planejamento
fiscal de forma que o gasto total com imposto caia. Por isso, analise com
cuidado a composição da renda tributável de cada um de vocês, e veja se vale a
pena declarar de forma separada ou em conjunto.
Em alguns casos, a declaração em separado é melhor, pois é possível aproveitar o
fato de que um dos cônjuges é tributado a uma alíquota menor que o outro.
Faça um testamento!
É bem verdade que você acabou de se casar, e tudo o que não quer pensar é na
possibilidade de vir a falecer. Mas, isso pode acontecer, e é preciso estar
preparado. Dependendo do regime de casamento, o seu cônjuge tem direito à metade
do seu patrimônio, sendo que a outra metade cabe aos seus chamados herdeiros
necessários.
Quem não tem filhos, tem como herdeiro necessário os ascendentes, ou seja, os
pais e avós. A partilha de bens em caso de falecimento de um cônjuge jovem de
casal sem filhos pode vir a causar problemas para o sobrevivente caso não haja
testamento estipulando exatamente o que deve ser feito. Lembre-se de rever seu
testamento caso a família venha a crescer em alguns anos.
Mais do que tomar as providências acima, é importante que o novo casal reflita
junto sobre como pretende alcançar seus objetivos financeiros. Disputas
financeiras estão entre as principais causas de brigas no casamento. O esforço
de começar desde cedo a discutir suas finaças pode valer a pena, e quem sabe,
evitar que vocês venham a fazer parte dessas estatísticas.