Empréstimo / Financiamento - Saiba como evitar que o parcelamento de compras afete seu orçamento
Um das saídas utilizadas por muita gente para tentar equilibrar o orçamento
mensal é comprar parcelado. Hoje em dia é possível comprar praticamente tudo
dessa forma, seja usando cheque, cartão de crédito ou crediário oferecido pelos
próprios lojistas.
Se, por um lado, isso pode evitar um desequilíbrio nas contas no primeiro
momento, esta prática, dependendo das condições obtidas no parcelamento, pode,
por outro lado, criar dificuldades no futuro. Portanto, antes de parcelar, vale
a pena analisar com cuidado as condições e que impacto isso terá nas suas
finanças.
Vale a pena comprar parcelado?
Dependendo do produto, é praticamente impossível obter um desconto na compra à
vista. Ao invés disso, muitos varejistas oferecem a possibilidade de pagamento
sem juros. A razão para isso é simples: é mais fácil convencer alguém que está
comprando parcelado a comprar um bem mais caro - pois o peso da prestação no
orçamento é menor - do que alguém que está pagando à vista.
Isso faz com que o produto se torne mais tentador: afinal de contas, você pode
parcelar e, muitas vezes, comprar algo melhor do que estava pensando em comprar
inicialmente. Mas, lembre-se sempre que, seja agora ou depois, você irá pagar
por ele. Portanto, tenha certeza que está comprando algo que realmente precisa,
pois muitas vezes um produto mais barato resolveria seu problema.
Se você notar que as condições à vista e a prazo são as mesmas, você tem duas
opções: faz o parcelamento, mas refletindo se realmente valeria a pena comprar
se fosse à vista, ou checa o preço do mesmo produto em outra loja, que é a
alternativa mais recomendada. Somente assim você terá condições de saber se o
preço que está pagando é o mais vantajoso.
Compare com o preço à vista
Uma outra situação ocorre quando existe uma diferença entre o preço à vista e o
valor total das parcelas. Isso é comum em produtos de maior valor ou com
financiamento de prazo mais longo. Nesta hora, você pode saber de antemão quanto
está sendo cobrado de juros.
Vamos a um exemplo: uma grande rede varejista anunciou suas condições para a
venda de uma geladeira. Para quem comprar a vista, o valor é de R$ 1.999,00,
enquanto quem financiar pagará a primeira de 19 parcelas de R$ 139,00 somente um
mês após a compra. Parece atrativo? Vale a pena ver checar os números.
Somando as parcelas, o valor do bem sobe para R$ 2.641,00, 32% acima do preço
que poderia ser obtido no pagamento à vista. A taxa de juro embutida neste
financiamento é de 2,95% ao mês, o que equivale a 41,7% ao ano. Parece menos
atrativo e mais caro do que você pensava?.
Juros seguem elevados
Esta taxa de juro pode ser analisada de dois lados: absoluta e relativa em
relação a outras opções de financiamento no mercado . Em termos absolutos, não
fica dúvida de que é ela é muito elevada. Ela é mais de três vezes superior à
Selic, que é fonte de reclamação de tantos setores da economia brasileira.
Já quem quer comparar com outras formas de financiamento, como cheque especial e
juros do cartão de crédito, pode até achar a taxa baixa. Isso ocorre somente
porque as demais alternativas mostram taxas ainda mais incompatíveis com o
equilíbrio financeiro. A taxa média do cartão de crédito, por exemplo, supera
10% ao mês.
Mas não há nada de barato em pagar quase 3% ao mês de juros. A taxa de
financiamento somente é menor porque tanto o varejista como o produtor do
produto tem interesse em criar condições melhores do que você obteria no cheque
especial ou cartão de crédito. O objetivo é simples: vender mais.
Cuidado com o hábito
Comprar financiado, desse modo, pode parecer uma solução para seu problema de
caixa, mas pode, muitas vezes, ser o principal fator por trás de um maior
desequilíbrio no futuro. Na medida do possível, evite financiamento sem checar
em detalhe as condições e só compre financiado se realmente for uma opção
vantajosa para você.
Além disso, analise se você não está se tornando "viciado" em financiamentos.
Acostumado com o conceito de prestações, você acaba mais suscetível às compras
financiadas. Antes que perceba, está comprando uma geladeira nova no crediário,
o que irá lhe custar muito mais do que se tivesse planejado a compra. Por mais
que os juros tenham caído ou possam parecer atrativos em relação a outros
financiamentos, eles ainda seguem elevados para o consumidor. De forma geral,
financiar bens de consumo não é recomendável, já que o ideal é planejar a compra
de forma a adquirir o que for necessário. sem ter que pagar juros. Se isso não
for possível, é importante ter em mente quais são as condições e como isso
poderá afetar as suas contas no futuro.
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