Carro / Veículo - Troca com troco: vale a pena conseguir dinheiro dessa maneira?
Quem nunca ouviu falar na "troca com troco"? A modalidade se transforma em
alternativa para os donos de carro, normalmente, quando o orçamento aperta e
torna-se necessário ter dinheiro em mãos o mais rápido possível. No entanto,
especialistas afirmam que, ao decidir por essa opção, a pessoa deve ter muito
cuidado para não perder dinheiro.
Em alguns casos, avalia o economista Marcos Crivelaro, professor da Faculdade de
Informática e Administração Paulista (Fiap), a melhor saída é pedir um
empréstimo no banco, em vez de optar pela modalidade de crédito ou por
refinanciar o automóvel.
"Se a taxa de juro do crédito estiver até 4% ao mês, é a melhor saída, porque no
momento da avaliação, concessionárias e bancos chegam a desvalorizar o bem em
20%", explicou.
Como funciona?
É importante, antes de qualquer coisa, saber como o processo funciona. De acordo
com Vitor Meizikas Filho, consultor de mercado e representante da Molicar,
supondo que a pessoa tenha um carro quitado, no valor de R$ 30 mil, e precise de
dinheiro para pagar uma dívida, ou até mesmo para comprar um modelo
zero-quilômetro, ela vai até a revendedora para fazer uma avaliação de preço.
Se a pessoa precisa ter em mãos R$ 20 mil, ela pode dar R$ 10 mil de entrada
pelo novo veículo, fica com o tanto que precisa na hora e financia o resto. "Mas
a troca com troco não é milagre ou ato de bondade. As taxas são interessantes
para a empresa que financia", explicou o especialista.
"Esse dinheiro fica com uma reserva, serve para quem está endividado", continuou
Meisikas, adicionando que as taxas nesses casos são de aproximadamente 2,5% por
mês.
Conforme Crivelaro, é na avaliação de preço que se esconde o problema.
"Normalmente quem faz isso [troca com troco] toma a decisão porque está em
desespero, precisa do dinheiro na hora. E é nessas horas que aproveitam, de
alguma maneira, em cima da pessoa", explicou o economista, embasando sua
estimativa de depreciação na casa de 20% do valor do veículo.
Refinanciamento
Além da troca com troco, um meio de conseguir dinheiro com o carro já quitado,
sem perdê-lo, é o refinanciamento. "Nesse caso é como se a pessoa vendesse o
carro para ela mesma", explicou Meizikas.
Nessa modalidade, ela vai até o banco ou outra instituição que oferece o
serviço, faz também uma avaliação de preço, recebe a porcentagem do dinheiro que
precisa e refinancia o valor.
"Mas essa não é uma das modalidades mais atraentes. É diferente daquela que se
negocia com o banco da fábrica, por exemplo, ou com seu gerente pessoal. Nesse
caso, a taxa é diferenciada", concluiu o especialista da Molicar.
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