Ações / Bolsa de Valores - Mercado de opções: conheça os conceitos básicos e principais mecanismos
Ao acompanhar o noticiário econômico, principalmente se você
segue, mesmo que seja à distância, o mercado de ações, você já deve ter se
deparado com o termo vencimento de opções. Embora muita gente acredite
que este é o tipo de conceito difícil de entender, a compreensão de alguns
termos básicos e de como este mercado funciona é mais fácil do que você imagina.
Mas o que são opções? Como já é possível deduzir pelo nome, o dono de uma opção,
também chamado de titular, pode optar, sem ter a obrigação, por comprar
ou por vender um determinado ativo, em uma data futura e por um preço acordado
anteriormente, o chamado preço de exercício.
Opções tendo como objeto ações
As opções, que são uma forma de derivativo, podem ter como objeto, ou seja,
"derivar" de diversos tipos de ativos, tal como uma moeda estrangeira, por
exemplo. No caso das opções negociadas na Bovespa, estas dão o direito ao seu
titular de comprar ou de vender ações em uma data futura, ou seja, o
ativo-objeto dessas opções são ações.
Quando o titular opta por comprar ou vender as ações como combinado, diz-se que
o titular está exercendo a opção. Assim, o ato de exercer a opção é
chamado de exercício. O preço de exercício, estabelecido anteriormente,
pode também ser chamado de strike price. Como toda opção tem uma
validade, caso o titular opte por não exercê-la, a opção expira, ou seja, perde
a validade.
O vencimento da opção é a data máxima em que deve ocorrer o exercício, ou
seja, o último dia antes de a opção expirar. Vale lembrar que há dois tipos de
opções. As de estilo americano permitem o exercício até a data de vencimento,
enquanto as opções de estilo europeu permitem o exercício somente na data de
vencimento.
De onde surgem as opções?
Mas se o titular da opção possui o direito de comprar ou de vender o
ativo-objeto, então quem se compromete a vender ou a comprar esse ativo? É
fácil: o lançador da opção é aquele que se compromete a realizar o
negócio como combinado, caso o titular opte por exercer a opção.
Vimos, assim, que o lançador se compromete a realizar a operação no futuro, caso
seja de interesse do titular da opção, pelo preço pré-determinado. Assim, para
se comprometer a realizar a operação, o lançador recebe do titular um prêmio,
de maneira semelhante ao que ocorre no mercado de seguros.
A comparação com uma apólice de seguro é válida, já também neste caso você pode
exercer o seu direito, ou seja, solicitar o pagamento de um sinistro. A
remuneração que você paga à seguradora é equivalente ao conceito de prêmio do
mercado de opções.
Dessa forma, em troca de uma determinada quantia, ou prêmio, o lançador está
aceitando correr um risco. Do compromisso aceito pelo lançador é que surgem as
opções.
Entenda o funcionamento das opções de compra
E qual a diferença entre uma opção de compra e uma opção de venda? No caso das
opções de compra, o lançador recebe o prêmio e se compromete a vender, no
futuro, um determinado ativo pelo preço pré-estabelecido, caso seja da opção do
titular.
Assim, imagine que o lançador tenha se comprometido a vender as ações de uma
empresa por R$ 40,00. O titular tem a opção de comprar ou não. Assim, se as
ações no mercado a vista, no dia do exercício, estiverem cotadas a um valor
superior a R$ 40,00, o titular pode comprar do lançador a R$ 40,00 e realizar um
lucro com a venda no mercado a vista.
Dessa maneira, se o valor das ações no mercado a vista superar o strike price
da opção de compra, o titular exercerá a opção. Caso contrário, o titular não
terá vantagem em exercê-la. Note que com o titular optando por não exercer a
opção, o lançador recebeu o prêmio e não precisou realizar a operação.
Percebe-se, portanto, que no caso da opção de compra, o lançador apostou que as
ações iriam cair ou permanecer estáveis, enquanto que o titular, que comprou a
opção, apostou que as ações iriam subir.
E como funcionam as opções de venda?
No caso das opções de venda, o lançador recebe o prêmio e se compromete a
comprar, no futuro, um determinado ativo pelo preço pré-estabelecido, caso seja
da vontade do titular.
Assim, imagine que o lançador tenha se comprometido a comprar as ações de uma
empresa por R$ 40,00. O titular tem a opção de vender ou não. Assim, se as ações
no mercado a vista, no dia do exercício, estiverem cotadas a um valor inferior a
R$ 40,00, o titular pode comprar as ações no mercado a vista e vendê-las ao
lançador por R$ 40,00, realizando um lucro com a operação.
Dessa forma, se o valor das ações no mercado a vista for inferior ao preço de
exercício da opção de venda, o titular exercerá a opção. Caso contrário, o
titular não terá vantagem em exercê-la. Note que, a exemplo do que ocorre com a
opção de compra, se o titular opta por não exercer a opção, o lançador terá
recebido o prêmio sem precisar realizar a operação.
Portanto, ao contrário do que acontece com a opção de compra, no caso da opção
de venda o lançador apostou que as ações-objeto iriam subir, enquanto que o
titular, que comprou a opção, apostou que essas ações iriam cair.
Ativos preferidos dos especuladores
As opções certamente ficam entre os ativos preferidos para quem gosta de
especular e correr maiores riscos em troca da possibilidade de uma remuneração
mais alta. Vamos imaginar que o investidor realmente acredite que uma ação vai
subir. Usando o exemplo anterior, ao invés de usar seus R$ 2.000 comprando
cinqüenta ações a R$ 40,00, vale a pena ele comprar 1.000 opções, pagando um
prêmio, digamos de R$ 2,00.
Se a ação for a R$ 50, quem investiu no mercado a vista ganharia R$ 500, que
corresponde a 50 ações vezes a diferença de preço (R$ 50 - R$ 40). Já quem
comprou a opção ganharia muito mais, pois cada opção valeria R$ 10, que é a
diferença entre os R$ 50 no mercado a vista no exercício e os R$ 40 do strike
price. Neste caso, o ganho seria de R$ 8.000, ou seja, os R$ 10.000 da opção
menos o prêmio de R$ 2.000.
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