Não tenho duvida de que muitos de nós já ouvimos dois tipos de conselho no
que se refere às nossas escolhas profissionais. O primeiro diz que temos de
fazer aquilo que "dá dinheiro"; o segundo, de que o certo mesmo é fazermos
aquilo de que gostamos. Diante dessas duas orientações, aparentemente
antagônicas, ficamos num dilema: o que devo, afinal, fazer? Ser pobre e feliz,
ou rico e amargurado?
O fato, porém, é que as opções não são mutuamente excludentes. Se uma pessoa
pensar somente em dinheiro, e em nome da ambição abraçar uma carreira que nada
tenha a ver com sua personalidade, é muito provável que ela sequer consiga
trilhar o caminho do sucesso. Ao contrário: ela viverá angustiada, e facilmente
dará ouvidos aos amigos que lhe dirão que aquele trabalho é pura perda tempo,
que ela está desperdiçando seu talento em um lugar que não reconhecer seu valor,
que está sendo explorada pela empresa etc.
E, ao dar atenção a essas vozes de desalento e pessimismo, o profissional de
fato começa a se sentir injustiçado, prejudicado. Sua reação, então, é colocar o
"pé no freio" para não produzir tanto, para gerar menos resultados para a
empresa - e nem se dará conta de que, na prática, está bloqueando seu próprio
desenvolvimento profissional.
Por isso, é muito importante nós entendermos que não trabalhamos para a empresa,
mas sim, na empresa. Trabalhamos para ganhar experiência, para evoluir como
profissional, para fazer cada vez mais e melhor.
Além disso, uma remuneração mais alta está necessariamente vinculada à conquista
de resultados melhores. Na frase "se eu ganhasse o que você ganha, trabalharia
tanto quanto você", temos, implícito, um problema de lógica. Afinal, o que surge
primeiro é o bom desempenho, que leva aos ganhos mais elevados, e não o
contrário.
É comum os anos se passarem, e o profissional que, no passado, orgulhava-se em
"não trabalhar além dos limites", mostrar-se frustrado e insatisfeito,
autodefinindo-se como alguém "sem sorte", que não conseguiu se firmar no
mercado, progredir, brilhar, ter sucesso.
Sempre que ouço esse tipo de coisa, fico um pouco incomodado. Afinal, um
profissional de sucesso certamente sacrificou muitas horas de lazer para poder
sobressair e empenhou-se de corpo e alma no exercício da carreira. Reduzir seu
brilho a mera questão de sorte é, no mínimo, uma injustiça!
O segredo para conquistar o sucesso não é sorte. Esse segredo reside em colocar
toda energia no cumprimento de seus afazeres, e em saber atuar junto com a
equipe. Compartilhar com as pessoas os desafios, as experiências e os bons
resultados faz toda diferença.
Ao dedicarmos nosso tempo a pessoas que precisam do nosso suporte, também
estaremos sujeitos às críticas. Ouviremos que X ou Z "não fariam isso por
dinheiro nenhum do mundo", e que você erra por deixar os outros se aproveitarem
da sua boa vontade. Bobagem. Se você está ganhando experiência, inclusive em
relacionamento interpessoal, tanto melhor!
Por tudo isso, trabalhe como se o dinheiro que recebe hoje não fosse importante.
Estude como se dependesse do conhecimento para sobreviver, cultive a empatia com
as pessoas e ajude cada um à sua volta a se desenvolver. Com essas atitudes,
você logo vai notar que a onda virtuosa criada à sua volta terá reflexos diretos
sobre a sua vida - e sobre o seu sucesso, é claro!