Finanças pessoais - Reserva de emergência: onde aplicar este dinheiro
Que imprevistos acontecem, isto todos nós sabemos. Mas
quantas pessoas realmente se preparam para este tipo de situação? Juntar uma
reserva de emergência voltada para gastos extraordinários, como internação
hospitalar, perda de emprego, batida de carro, etc, é fundamental, mas exige um
pouco de planejamento.
No nosso artigo anterior discutimos não apenas a importância, mas também o
tamanho ideal para esta reserva. Nesta semana, portanto, pretendemos discutir
como você deve aplicar este dinheiro.
Onde investir?
Agora que você já tem uma idéia mais clara do quanto precisa juntar para
garantir sua tranqüilidade, é preciso decidir onde investir o dinheiro que você
poupa todos os meses.
Neste caso, o melhor é adotar uma postura conservadora. Pois, por mais que você
queira alcançar rapidamente o montante necessário para ter sua reserva de
emergência, não é bom correr riscos. Lembre-se que é com este dinheiro que você
vai contar na hora do aperto.
Privilegie a liquidez das aplicações, já que por se tratar de uma reserva de
emergência você nunca sabe quando irá precisar do dinheiro. Já pensou aplicar
tudo na bolsa e na hora que você precisa sacar o dinheiro a bolsa cair muito?
Neste caso, você acaba forçado a realizar perdas, pois terá que vender as ações
em baixa, ao invés de esperar uma recuperação.
Prefira os fundos
Exatamente por isto prefira as aplicações em renda fixa, pois mesmo após o corte
dos juros promovido no ano passado, estes ainda seguem elevados em termos reais,
ou seja, depois de descontada a inflação. Desta forma você consegue não apenas
proteger seu patrimônio da inflação, mas ainda garantir um crescimento em termos
reais.
Sua opção deve ser pelos fundos e não pela poupança como a maioria das pessoas
acredita. Apesar das taxas e impostos, a rentabilidade dos fundos é muito mais
alta do que aquela da poupança, que em alguns meses mal cobre as perdas com a
inflação.
Além disso, a maior parte dos fundos de renda fixa oferece liqudez diária, ou
seja, você pode sacar o dinheiro quando quiser que irá receber o rendimento até
o dia anterior. Já na poupança, se o dinheiro for retirado antes da data de
aniversário, o rendimento daquele mês é perdido.
Outra opção para quem quer economizar em taxa de administração é investir direto
em títulos públicos, através do Tesouro Direto. Neste caso opte pelos títulos
públicos pós-fixados, como as LFTs e as NTNs. A vantagem aqui é o custo que
tende a ser mais baixo, especialmente para o pequeno investidor.
Prefira renda fixa pós-fixada
Na renda fixa opte pelas aplicações que direcionam a maior parte dos recursos
para títulos pós-fixados. No caso dos fundos opte pelos fundos DI e no caso do
investimento direto, pelas LFTs ou NTNs.
De maneira geral estes títulos oferecem um risco menor do que os títulos
pré-fixados, pois seu rendimento se ajusta automaticamente. Já nos títulos
pré-fixados isto não ocorre e se a tendência para os juros muda, existe o risco
do preço do título cair, levando a uma variação negativa da cota do fundo.
Apesar da tendência de queda dos juros prevista para 2005 favorecer os fundos de
renda fixa frente aos fundos DI, o que se constata é que a diferença em
rentabilidade das duas categorias de fundos é muito pouca. Isto acontece porque
a parcela da carteira dos fundos direcionada para aplicações pré-fixadas ainda é
limitada, uma vez que existe um volume limitado de títulos públicos pré-fixados.
Por outro lado, os títulos pré-fixados são mais voláteis, pois estão mais
expostos às flutuações no mercado futuro de juros. Assim, o possível ganho em
rentabilidade dos fundos de renda fixa acaba sendo compensado pelo maior risco.
Portanto, para montar uma reserva de emergência o melhor é aplicar em renda fixa
pós-fixada, como os fundos DI.
Planeje sempre
Quando o assunto é dinheiro, não existe segredo. Quem poupa consegue juntar um
patrimônio e quase sempre evita dores de cabeça desnecessárias. Não é de se
surpreender que a maioria dos maus pagadores é formada por pessoas que têm pouco
controle sobre o seu orçamento, pensando mais na realização de um sonho de
consumo imediato do que na formação de um patrimônio para situações de
emergência.
Se você acha que o esforço envolvido no planejamento de gastos não vale a pena,
ou você é muito rico ou em breve pode acabar enfrentando dificuldades
financeiras, sendo forçado a recorrer à ajuda de amigos, ou ainda pior, de
ajudas financeiras.
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