Motivação - O que fazer quando o planejamento falha? 

Com as finais dos campeonatos estaduais de futebol em todo o Brasil os discursos me chamaram a atenção – para os perdedores sempre havia um vilão: “treinamos e nada deu certo na hora de jogar”, ou seja, mesmo treinando para superar ou até surpreender o adversário devemos estar atentos a todos os detalhes. Para os vencedores: “nossos treinamentos táticos e técnicos deram certo, surpreendemos o nosso rival”, querendo dizer que fizeram tudo certinho. Trago essas situações para discutirmos um assunto bastante desafiador – planejamento com resultados. Ambos, perdedores e vencedores, planejaram sua atuação, mas os resultados foram diferentes (um planejou e não deu certo, enquanto o outro acertou). Se mesmo planejando podemos errar ou perder, o que dizer para aqueles que acham planejamento uma utopia, algo sem necessidade?

Ouvi atentamente as entrevistas pós-jogos de Grêmio x Juventude, Flamengo x Botafogo, Santos x São Caetano, Atlético x Cruzeiro e notei alguns pontos em comum nas falas em relação ao planejamento, tanto na situação de vitória como na de derrota:

Vitória
» Estudamos os pontos fortes e fracos de nosso adversário.
» Bloqueamos as jogadas mais fortes.
» Exploramos os setores mais fracos.
» Marcamos seu principal jogador.
» Tivemos sorte ao marcar.
» Fizemos pressão o tempo todo.
» A vitória foi da equipe.

Derrota
» Levamos azar.
» Descuidamos naquela jogada conhecida.
» Planejamos uma coisa e deu outra.
» O fulano (jogador do outro time) jogou muito.
» O juiz errou.
» Faltou motivação.
» A derrota aconteceu porque o setor tal falhou na hora dos gols.
» Faltou espírito de equipe.

O que acho mais interessante é que sempre alguém perde, ninguém ganha! Ou seja, a valorização sempre é debater o derrotado. No caso do São Caetano será que foi sorte e o Santos jogou mal mesmo como disseram ou houve competência e o “azulão” jogou muito bem superando o time adversário?

No mercado competitivo é exatamente assim que acontece. Planejamentos mal-executados, alguns até malfeitos mesmo, ou faltando o plano B, mas o que mais me incomoda é ignorar que há pessoas planejando. Veja bem: se você perdeu uma venda para o seu maior concorrente, não justifique o fracasso buscando culpados, mas assuma que seu concorrente também pensa e está agindo melhor que você.

Na vitória, além de trabalhar da melhor forma possível, contamos também com a sorte, porém ela só vem acompanhada de trabalho. Quando passamos a justificar nosso fracasso, estamos assinando nosso atestado de óbito e de incompetência. Então, vamos lá! O planejamento pode falhar, ou melhor, sua execução pode não ser bem-feita, por isso, admita essa situação, acompanhe bem de perto e observe reações e comportamentos internos e externos. Planeje esse monitoramento e avaliações do processo, afinal, é um plano também, não é?