Filhos - Qual deve ser a mesada do seu filho?
Quem é pai sabe. Toda criança, por volta dos 6 anos, quer ter o próprio
dinheiro. Mas sempre fica a dúvida sobre como fazer isso sem errar na dose. Qual
é o valor ideal? É melhor dar uma mesada ou uma semanada? O que ela deve pagar
por conta própria? A mesada (ou semanada), segundo os especialistas, é um
instrumento positivo para a educação das crianças. Só que precisa ser
administrada de forma adequada pelos pais, para servir como um instrumento
poderoso para os filhos conhecerem o valor do dinheiro. Caso contrário, pode
"estragar" a criança, como se diz por aí. "A mesada ajuda a ensinar as crianças
a poupar e a fazer escolhas", diz a consultora Cássia D'Aquino, especializada em
finanças para crianças e criadora do Programa de Educação Financeira, realizado
em várias escolas do país. "Por isso, pais e filhos devem dialogar muito sobre
dinheiro."
Na primeira conversa, procure explicar às crianças que elas vão receber o
próprio dinheirinho. O ideal é que comecem a ganhar a mesada quando souberem
fazer contas de soma e subtração. O segundo passo é estipular o valor. Cássia
desenvolveu uma fórmula simples. Cada faixa etária deve receber uma quantia
diferente.
Primeiro, sob a forma de semanada. Depois, como mesada. Sempre combinando
previamente o que fica a cargo dos filhos. "Só depois dos 10 anos é que as
crianças desenvolvem a noção temporal do que é um mês", afirma Cássia.
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RODRIGO, com os pais e a irmã,
Laura, em sua casa, em São Paulo: dinheiro próprio para picolés e
figurinhas |
Os pais não devem se assustar
com os erros das crianças. É comum elas gastarem todo o dinheiro num só dia. "É
melhor que errem com pequenas quantias que com o cheque especial ou cartão de
crédito mais tarde", diz o consultor Marcos Silvestre, coordenador-executivo do
Centro de Estudos de Finanças Pessoais e Negócios (Cefipe).
A mesada, segundo o psicólogo Içami Tiba, que aborda o tema no livro Quem Ama,
Educa!, não deve ser usada como instrumento de recompensa ou punição. Seu valor
não pode variar de acordo com o comportamento da criança. "Não se deve cortar a
mesada porque o filho foi mal na escola ou aumentá-la porque lavou a louça",
afirma. Se as crianças reclamarem do valor da mesada, os especialistas
recomendam que os pais procurem conversar com elas para ver se precisam mesmo
ganhar mais. "Os pais devem perguntar onde elas gastam o dinheiro e ajudá-las a
organizar os gastos", diz Cássia.
O COFRINHO DAS CRIANÇAS
Dos 6 aos 11 anos, de acordo com os
especialistas, as crianças devem receber o dinheiro na forma de semanada.
Depois, podem recebê-lo mensalmente |
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