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Defenda-se - Fraudes: Contábeis e Internas 

Data: 30/05/2007

 
 
Introdução e Panorama Geral


Nesta seção enfrentarei o assunto das fraudes internas e/ou contábeis em termos gerais e com uma finalidade informativa básica.
Na área reservada se encontra uma seção mais detalhada e completa sobre o assunto.

Por fraudes internas se entende normalmente um conjunto muito amplo de atos ilícitos sofridos pelas empresas e perpetrados por funcionários, clientes ou fornecedores da mesma, ou seja por pessoas que já mantêm um relacionamento estável e, normalmente, de confiança com a empresa.

Existem poucos e fragmentários dados estatísticos sobre a situação das fraudes internas no Brasil. Segundo algumas fontes os números principais seriam os seguintes:
 
  • 43,5% das perdas são por apropriação indébita, 30,4% por corrupção, 21,7% por roubos ou 4,4% por outros tipos de fraudes.
  • 81,2% dos fraudadores tem segundo grau ou mais.
  • 34,3% das fraudes causam perdas de 1 a 10.000 R$, 44,8% causam perdas de 10 mil a 100 mil R$ e 20,9% causam perdas acima de 100 mil R$.
  • Em média as empresas fraudadas perdem de 7% a 10% do faturamento global.
  • Estimativa de 6% do PIB (ou 70 bilhões de R$) perdidos em fraudes pelas empresas brasileiras em 2001.
Para termos uma idéia melhor, porém, podemos utilizar também as várias estatísticas e estimativas que existem para os EUA:
 
  • Prejuízo anual na casa de USD 200 bilhões (segundo outras fontes seriam USD 600 bilhões) relacionado a fraudes internas (ou seja algo perto de 2,5% do PIB do país).
  • Aproximadamente 80% das empresas perdem entre 0,5% e 2% sobre o faturamento devido à fraudes internas.
  • 69% das empresas tem suspeitas de que existam desonestidades ou já experimentaram algum problema de fraude interna.
  • Desonestidade de diretores, funcionários e colaboradores foram a causa principal em mais de 50% dos casos de falência de bancos nos últimos anos.
  • Um terço das falências de empresas é atribuído a fraudes internas.
  • Somente 30% das perdas no varejo são devidas a ladrões, os funcionários roubam 70%.
Em muitos casos a detecção deste tipo de fraudes é bastante complicada por enfrentar poderosos interesses de funcionários em posições chave.

Existem casos famosos como as recentes fraudes bilionárias que quebraram várias gigantescas multinacionais americanas e que foram realizadas através de maquiagens dos balanços e falsidades nos dados contábeis.

Na secção deste site intitulada "Fraudes e Corrupção no Setor Público", tratamos ainda do problema específico das fraudes nas repartições públicas e nas entidades administradas pelo estado, que, por sua natureza, tem muitas semelhanças com as fraudes internas nas empresas.

Vale também salientar que, em todos os casos, a existência de um sistema bem implantado de práticas de "Governança Corporativa", resulta em uma incidência consistentemente menor de fraudes internas e corrupção e sobretudo na criação de um ambiente muito pouco propício a estes fenômenos.

Na área reservada do site se encontram ainda recomendações das entidades especializadas, roteiro completo de medidas anti fraudes para empresas e corporações, cases e outro material relevante no combate às fraudes internas.
 

As fraudes internas podem normalmente ser divididas em duas grandes famílias:

a) fraudes com registro nos livros contábeis.

Desta categoria fazem parte as fraudes que afetam diretamente o fluxo contábil ou de caixa da empresa. Exemplos são fraudes nos seguintes moldes:
 

  • faturamentos irregulares (serviços não prestados, mercadorias não entregues, superfaturamento etc...);
  • lançamento de pagamentos indevidos ou fictícios;
  • reembolsos irregulares (por viagens, despesas, ...);
  • alterações, desvios e/ou roubos nos estoques de mercadorias ou nos bens da empresa;
  • troca de dinheiro da empresa por recebíveis (muitas vezes pouco líquidos);
  • lançamento de gastos "de consumo" irregulares;
  • omissões ou falsificações nos registros de operações contábeis ou de recebimentos;
  • falsificação de faturas ou documentos contábeis;
  • operações financeiras irregulares.
Na maioria dos casos, este tipo de fraude pode ser detectado no momento dos pagamentos, ou seja da saída do dinheiro da empresa para a estrutura dos fraudadores.
Auditorias contábeis e internas bem executadas e profundas também costumam detectar este tipo de fraudes ou pelo menos seus indícios.

b) fraudes sem registro nos livros contábeis.

Desta categoria fazem parte todas as fraudes que não afetam diretamente o fluxo normal da contabilidade. Exemplos são fraudes nos seguintes moldes:
 
  • descontos excessivos ou indevidos à clientes;
  • freqüentes vendas em dinheiro (com descontos não transparentes);
  • descontos de fornecedores não repassados à empresa;
  • corrupção geral;
  • ganho de comissões em troca de vantagens junto à empresa;
  • negociações de créditos ou dívidas.
Este tipo de fraude envolve normalmente valores mais elevados que os das fraudes do tipo anterior.
Também é comum que este tipo de fraudes se repita regularmente e sem ser detectado ao longo de muito tempo.
Uma importante fonte para detectar este tipo de fraudes são pesquisas juntos à clientes e fornecedores e/ou informações recebidas por estes.

Medidas Preventivas e de Combate


Entre os meios mais eficazes para prevenir e combater as fraudes internas recordarei os seguintes:
 

  • Analise dos fluxos operacionais e identificação prévia dos pontos de risco para sucessivo intenso monitoramento e adoção de outras medidas preventivas.
  • Realização de freqüentes e rigorosas auditorias nas áreas de negócios sensíveis as fraudes.
  • Troca periódica (a cada dois ou três anos no maximo) dos auditores.
  • Criação de um apropriado manual de normas e procedimentos internos, a ser aplicado pelos funcionários em todas as funções sensíveis.
  • Estruturação de um sistema de administração e monitoramento eficientes com troca e verificação constante e redundante de informações entre os vários departamentos.
  • Rotação freqüente, quando possível, de funcionários em posições sensíveis à fraudes.
  • Criação de equipes para condução de funções chave e sensíveis à fraudes, eliminando estruturas de decisão e centros de controle independentes.
  • Monitoramento de mudanças repentinas e/ou injustificadas no estilo de vida ou comportamento de funcionários responsáveis por posições sensíveis.
  • Atençaõ a eventuais indícios de vícios (jogo, drogas, alcool etc...) dos funcionários.
  • Comparação periódica de dados e informações administrativas e operacionais com as médias de períodos anteriores (anos, semestres etc...), com as médias de diferentes departamentos e unidades e com as médias de mercado para as áreas equivalentes e homogêneas.
  • Atenção à reclamações de fornecedores ou clientes que possam ter origem em comportamentos fraudulentos de funcionários.
Na hora de uma primeira fiscalização contábil, é importante procurar e prestar atenção, pelo menos, aos seguintes pontos:
 
  • Omissão de lançamentos em registros.
  • Lançamentos falsos em registros.
  • Anotações falsas em registros.
  • Erros nos cálculos em registros.
  • Destruição ou "perda" de documentos.
  • Falta de documentos.
  • Existência de documentos falsos.
  • Alteração de documentos originais.
  • Duplicidade de documentos ou lançamentos.
  • Falta de depósitos bancários ou caixa.
  • Aumentos repentinos de custos ou despesas médias.
  • Diminuição repentina de receitas médias.
  • Pagamentos irregulares ou fictícios.
  • Manutenção de dois jogos de livros registros.
  • Rasuras e espaços brancos nos registros.
Além disso, vale lembrar resumidamente as seguintes úteis ferramentas para a detecção e combate as fraudes internas:
 
  • Análise comparativa.
  • Conciliação de saldos.
  • Conciliação entre contas.
  • Comprovações e inspeções documentárias.
  • Inspeções físicas (em estoques, por exemplo).
  • Confirmação com terceiros.
  • Indagações e perguntas.
  • Observação da conformidade das rotinas com o fluxograma.
  • Apreciação de cifras.


 
Referência: Fraudes.org
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :