Certa vez, um velho lenhador, conhecido por sempre vencer os torneios que
participava, foi desafiado por um outro lenhador jovem e forte para uma disputa.
A competição chamou a atenção de todos os moradores da localidade. Muitos
acreditavam que finalmente o velho perderia a condição de campeão dos
lenhadores, em função da grande vantagem física do jovem desafiante.
No dia marcado, os dois competidores começaram a disputa, na qual o jovem se
entregou com grande energia e convicto de que seria o novo campeão. De tempos em
tempos olhava para o velho e, às vezes, percebia que ele estava sentado. Pensou
que o adversário estava velho demais para a disputa, e continuou cortando lenha
com todo vigor.
Ao final do prazo estipulado para a competição, foram medir a produtividade
dos dois lenhadores e pasmem! O velho vencera novamente, por larga margem,
aquele jovem e forte lenhador.
Intrigado, o moço questionou o velho:
- Não entendo, muitas das vezes quando eu olhei para o senhor, durante a
competição, notei que estava sentando, descansando, e, no entanto, conseguiu
cortar muito mais lenha do que eu, como pode!!
- Engano seu! Disse o velho. Quando você me via sentado, na verdade, eu
estava amolando meu machado. E percebi que você usava muita força e obtinha
pouco resultado.
Esta parábola nos ensina uma importante lição que podemos aplicar enquanto
profissionais: muitas pessoas acreditam que apenas o conhecimento técnico é
suficiente para vencer os desafios do dia a dia nas empresas. No entanto, é
preciso muito mais do que isto. Assim como o lenhador que acreditava que sua
jovialidade e força física eram suficientes, muitos profissionais também
acreditam que apenas a competência técnica seja suficiente para realizar suas
tarefas na organização.
Como o velho lenhador que “sabia” ser necessário amolar seu machado
periodicamente, para desempenhar sua tarefa com sucesso, o profissional eficaz
entende que é necessário um conjunto de outras habilidades para fazer com que
seu conhecimento técnico possa ser útil a organização. Ele precisará também
“amolar o machado” todos os dias.
No caso do profissional eficaz, “amolar o machado” significa trabalhar
motivado e bem humorado. Comunicar-se de maneira adequada, e desenvolver um
relacionamento interpessoal com todos: gerentes, colegas de trabalho,
fornecedores e clientes, de forma a conseguir boa vontade e cooperação para que
o trabalho seja realizado. Usar a criatividade para inovar, buscando
continuamente novas e melhores soluções para os problemas que surgem no dia a
dia.
Assim como um machado bem amolado faz com que a força de um lenhador se torne
muito mais eficaz no processo de cortar madeira, estes comportamentos citados,
certamente ajudarão a tornar muito mais útil e eficaz o conhecimento técnico
dentro de uma organização.
Muitas organizações ainda buscam contratar profissionais baseando sua análise
apenas no currículo e numa breve entrevista de emprego, que muitas vezes, não
consegue avaliar realmente a capacidade de “amolar o machado” deste
profissional.
No entanto, é possível identificar as habilidades comportamentais de um
profissional, medir sua capacidade de desempenhar as funções técnicas e presumir
como ele utiliza estas habilidades consigo e com os demais membros de uma
organização.
Também os profissionais precisam desenvolver estas habilidades. Existem
muitas escolas técnicas e universidades que podem prepará-los de maneira
adequada, sob o ponto de vista técnico. Entretanto, de pouco utilidade estes
conhecimentos lhe servirão, caso este profissional não desenvolva, paralelamente
as suas habilidades técnicas, as competências comportamentais como:
relacionamento interpessoal, auto-motivação, criatividade e capacidade de
trabalhar em equipe, dentre outras.
Por isto, tanto os profissionais quanto as empresas precisam entender a
importância de “amolar o machado”, para fazer com que os conhecimentos e
habilidades técnicas possam ser aproveitados de maneira adequada por
profissionais motivados, bem humorados e habilidosos no trato com as pessoas.