Finanças pessoais - Cooperativas: preço baixo atrai associados e baliza valores regionais
Duas tendências que envolvem cooperativas e consumidores são notadas nos dias
de hoje. Uma delas é que as pessoas estão, cada vez mais, se cooperando para
usufruírem de vantagens financeiras. A outra é que a concorrência das
cooperativas faz com que os preços caiam para a população em geral.
A opinião é do vice-presidente da Coop Cooperativa e diretor do ramo consumo da
Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp), Márcio Blanco do
Valle.
Aumenta cooperação
O especialista comenta que as cooperativas têm tido mais agregados nos últimos
anos. "Somente na Coop, sem aumentarmos o número de lojas, tivemos crescimento
de 4,1% de cooperados no último ano, o que mostra uma vantagem em relação ao
varejo em geral".
Isso porque, segundo ele, não são somente vantagens como preços que as
cooperativas oferecem. "Em determinadas cooperativas existem ciclo de palestras,
cartões de bandeira própria, correspondentes bancários, convênio com empresas
para desconto em folha de pagamento, farmácias com preços de fábrica e outros",
afirma Valle.
Essas vantagens são oferecidas porque o principal objetivo das cooperativas é o
social, o que só é possível com o desenvolvimento econômico eficiente. Por isso,
elas contam com ações de ajuda à região em que estão inseridas.
Preços da cooperativa influenciam região
Como as cooperativas e consumo já concorrem com o grande varejo, quando os
preços caem em uma delas, a tendência é que as concorrentes também reduzam, para
não perderem clientes.
"As cooperativas trabalham com preços baixos e acabam por balizar os da região,
o que beneficia todas as pessoas, cooperadas ou não", comenta Valle.
Preços menores
As cooperativas não têm diferenças de um supermercado, do ponto de vista
tributário, por isso, este fator não pode ser considerado quando analisado o
preço do produto, explica o especialista.
"Mas elas têm, primeiro, uma estrutura mais enxuta porque são empresas mais
regionais ou com ligação à uma empresa, segundo, elas não procuram lucro, já que
não têm que dar valores ao acionista e, terceiro, elas têm a fidelidade do
cooperado, que também é dono, o que faz o preço ser baixo".
Valle ainda explica que as cooperativas não trabalham com lucro, mas sim com
sobra, a qual é dividida entre os cooperados. Além disso, a sobra é proporcional
ao trabalho dos cooperados, o que faz com que as pessoas não fiquem ociosas, os
estoques não são tão altos e as lojas não precisam ser tão grandes. Todos estes
fatores fazem com que os custos de operação fixos diminuam e, como conseqüência,
os preços também abaixem.
As cooperativas
Com a concorrência agressiva do varejo em geral, as cooperativas tiveram que
adaptar sua realidade. "A principal questão hoje em dia é a busca pelo preço
baixo, e o cooperado sabe onde encontrar isso. Antes havia cooperativas somente
em lugares isolados. Mas hoje em dia, as de consumo se urbanizaram e estão
especializadas no atendimento à população".
Segundo Valle, as cooperativas não estão crescendo por causa dos preços baixos,
mas se adaptaram às necessidades dos cooperados com relação a valores, serviços
e qualidade, o que a torna uma alternativa ao varejo.
Ainda segundo o diretor da Ocesp, estas empresas sofreram um golpe grande nos
anos de 1960, quando seus gastos tributários se equipararam com os das empresas
fortes e elas tiveram que brigar de igual por igual.
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