Investimentos / Fundos - Gestão: A forma como investe seu dinheiro lhe tira o sono? Reveja sua estratégia!
Cerca de 90% do retorno de uma carteira de investimentos é determinado não
pela habilidade com que o investidor compra e vende seus ativos (market
timing), mas, ao contrário, pela forma como escolhe em quais pretende
investir.
Em outras palavras, na hora de investir, o mais importante é definir a forma
como pretende alocar os recursos que possui nas diferentes classes de ativo. Mas
aqui é preciso cuidado, pois esta alocação deve ser feita de forma a refletir,
sobretudo, o perfil de risco do investidor.
Caso contrário, você acaba perdendo o sono e, quando isso acontece, é sinal de
que a estratégia de investimento adotada não é a mais adequada para você.
Qual seu perfil de risco?
A grande dificuldade em se definir a melhor forma de alocar os recursos de uma
pessoa reside no fato de que, quando questionados, a maioria dos investidores
dará a seguinte resposta: meu objetivo é maximizar o retorno com o menor risco
possível.
Assim, antes de tomar sua decisão de investimento, é preciso que tenha em mente,
bastante claro, que tipo de tolerância ao risco você possui. Muitas pessoas se
afirmam agressivas, mas quando indagadas sobre a possibilidade de sofrer perdas
no curto prazo, que serão compensadas em um prazo maior de tempo, afirmam não
estarem dispostas a sofrer com o vai e vem do mercado.
Com a ajuda do seu gerente ou de um consultor financeiro, procure identificar
qual a sua tolerância ao risco. Com base nisso, decida a melhor forma de alocar
os recursos, entre os vários tipos de aplicações existentes no mercado.
Estratégia deve considerar metas
As suas metas individuais e a etapa em que se encontra na vida serão
determinantes nesta escolha também, pois determinam qual o grau de liberdade que
você possui na sua decisão de investir.
Se a maior parte das suas metas é de curto prazo, isso deixa pouco espaço para o
risco, e você tem que estar preparado para abrir mão de retornos mais atrativos.
Por outro lado, se tem metas com prazo mais longo, pode correr mais risco.
Afinal, tem mais tempo para recuperar perdas, caso elas venham a acontecer.
Diversificar é bom, mas custa
A diversificação, como era de se esperar, é a chave para o sucesso de qualquer
estratégia de investimento. Pesquisa recente do Ibope, com os investidores de
fundos, constatou que 49% das pessoas investem até R$ 20 mil, o que acaba
limitando a capacidade de diversificação dos recursos.
O mesmo levantamento constata, contudo, que a maioria dos entrevistados (59%)
investe em pelo menos dois fundos. Isso sugere que muitos tentam diversificar.
Mas esta estratégia exige cautela, porque se a diversificação acontece em uma
mesma classe de ativo (a renda fixa), ou seja, a pessoa investe em dois fundos,
um DI e outro de renda fixa, é bastante provável que a sua relação risco-retorno
fosse melhor se aplicasse tudo em um único fundo DI.
A razão para isso é simples: a maioria das instituições cobra taxas de
administração decrescentes, de acordo com o volume aplicado. Ainda que o risco
diminua, quando você aplica em dois fundos de renda fixa ao invés de apenas em
um, mesmo existindo pouca diferença na forma como os recursos são alocados, esta
decisão pode não valer a pena em termos de custos.
Alocação deve visar longo prazo
Na hora de decidir como investir o seu dinheiro, você deve trabalhar com classes
de ativo e se comprometer com eles no longo prazo. Em outras palavras, se optar
por alocar uma parte dos recursos no mercado de ações, mantenha esta estratégia
e não se concentre demais no comportamento de ações individuais.
Lembre-se: uma coisa é a definição da estratégia (ex. investir 10% em ações),
outra é a escolha das ações específicas que irão compor a sua carteira. Não
deixe as emoções tomarem conta da sua decisão de investir. Não é porque perdeu
dinheiro com uma ação, que você vai alterar a sua estratégia de investir 10% dos
recursos no mercado acionário.
Aprenda com seus erros, veja no que falhou ao escolher esta ação em particular.
Mantenha uma ótica de longo prazo: às vezes as perdas são temporárias. Porém, à
medida que vai alcançando suas metas e novas vão surgindo, você deve rever a sua
estratégia de investimento. Não se esqueça, contudo, que qualquer que seja o
ajuste, ele deve sempre refletir a situação em que se encontra naquele momento.
Seu objetivo ainda é acumular ou já tem o suficiente e quer apenas preservar?
Procure responder a estas questões. Reveja suas novas metas e leve em
consideração o horizonte de tempo que tem para aplicar o dinheiro, sem, é claro,
deixar de considerar o seu apetite para o risco. Feito isso, reveja seu plano
sempre que for preciso. Mantenha-se informado, mesmo estratégias de longo prazo
exigem ajustes pontuais, em razão de mudanças na conjuntura econômica. Agora
sim, você pode dormir em paz.
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