Saúde - Planos de Saúde: cobrança diferenciada por hábitos ou opções de vida é justa?
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos pela Health
Affairs e publicada em diversas mídias brasileiras mostrou que mais da
metade da população norte-americana - 60% - acredita que planos de saúde
deveriam ser mais caros para os fumantes. Ao mesmo passo, 30% consideram justa
maior cobrança para obesos.
"Não se deve nunca discriminar uma pessoa por suas condições naturais. Mas fica
a pergunta: é possível fazer essa discriminação por hábitos, opção de vida?",
indagou o superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar
(IESS) aqui do Brasil, José Cechin.
Estudos
Conforme o superintendente, o instituto, por ser muito novo (ainda em etapa de
instituição), não realizou pesquisa sobre o tema aqui no Brasil. Contudo, Cechin
já afirmou que a legislação não permite cobranças diferenciadas nesses casos.
"O que está em pauta, que será nosso primeiro trabalho, é um levantamento sobre
a representatividade de uso do plano de saúde, investimento em novas tecnologias
e aumento de gastos na ampliação do custo das mensalidades", explicou.
Sem maturidade
Cechin explicou que o Brasil não estaria maduro para realizar a segregação
proposta pelos norte-americanos, uma vez que isso poderia resultar até mesmo em
aumento de cobranças para pessoas com certas restrições, doenças ou
deficiências.
"Mas em relação aos hábitos é outro assunto. Porque a pessoa bebe, fuma e come
em excesso se quiser", explicou. Mesmo assim, garantiu o especialista, ainda não
existem análises e nem propostas sobre o tema em território brasileiro.
Brasil x EUA
Obesidade é um problema sério para países como os EUA, onde um terço dos adultos
está acima do peso. Além de ser responsável por boa parte dos gastos com saúde
pública, a doença também é uma das que mais mata por lá.
No Brasil, a obesidade também se tornou um sério problema. Para se ter uma
idéia, a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2002-2003 feita pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a doença se
tornou mais grave que a desnutrição entre os adultos.
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