Finanças pessoais - Fluxo de caixa: avaliando o que "entra" e o que "sai"
O balanço patrimonial e o fluxo de caixa são ferramentas
importantes, que devem ser usadas em conjunto, no seu planejamento financeiro. O
balanço patrimonial permite que você tenha uma visão mais realista da sua
situação financeira e, diante disso, consiga definir e priorizar metas de forma
mais eficaz. E qual a função do fluxo de caixa?
Vale lembrar que ele é definido como sendo a diferença entre as suas receitas
(ou seja, aquilo que "entra" em termos de dinheiro) e as suas despesas (aquilo
que "sai").
O que "entra" e o que "sai"
Assim, de forma bastante simplificada, pode-se dizer que no planejamento
individual o fluxo de caixa pode ser substituído pelo orçamento. Mas é preciso
ficar atento para algumas despesas que o fluxo de caixa considera e que a
maioria das pessoas não inclui na elaboração do seu orçamento.
Este é o caso, por exemplo, da depreciação dos bens que você possui - afinal,
provavelmente não conseguirá vender o seu carro pelo mesmo preço que pagou, o
diferimento de impostos - a menos que todo o seu imposto seja recolhido na fonte
é possível que tenha que recolher mais imposto em março à época da declaração
anual de IR.
A diferença, portanto, entre o orçamento e o caixa, é que neste último você tem
uma idéia exata do quanto poderá contar, pois considera o prazo no qual o
pagamento ou recebimento será efetuado. No caso do planejamento individual, a
relevância é maior no pagamento de impostos, que muitas vezes não são recolhidos
na fonte, mas apenas em março do ano seguinte.
Não considerar esta saída, mesmo que ela só venha a acontecer depois de alguns
meses, pode levar você a cometer erros significativos no seu planejamento.
Afinal, pode estar contando com um dinheiro que, eventualmente, terá que ser
gasto com impostos. Tomando estes cuidados, contudo, elaborar um fluxo de caixa
e uma planilha de orçamento são tarefas bastante semelhantes.
Como minhas metas serão financiadas?
O fluxo de caixa define como você poderá obter recursos para alcançar as metas
que definiu através da gestão patrimonial. Através da análise do orçamento, fica
mais fácil identificar como agir para alcançar as suas metas: é possível cortar
gastos? Existem outras fontes alternativas de renda? Vale a pena pagar à vista
ou financiar? Será que consigo quitar antecipadamente minhas dívidas?
O primeiro passo da análise de fluxo de caixa é, sem dúvida, garantir que este
fluxo seja positivo, ou seja, que as entradas (receitas) excedam as saídas
(despesas). Caso contrário, a única forma de realizar as metas que definiu
através do balanço patrimonial seria levantando financiamento, o que aumentaria
a sua base de despesas, e conseqüentemente, o déficit de caixa.
Situação que, se não for resolvida, eventualmente irá contribuir para a corrosão
do seu patrimônio pois, diante do endividamento excessivo, você poderá ser
forçado a se desfazer de bens ou ativos que possui para obter os recursos
necessários para quitar suas dívidas.
Apoio na tomada de decisão
Exatamente por isso, um planejamento financeiro eficiente exige o acompanhamento
tanto do balanço patrimonial quanto do fluxo de caixa. Afinal, não basta
conseguir poupar, é preciso que você, ao decidir o que fazer do dinheiro, aloque
estes recursos em ativos que ofereçam retorno adequado. Caso contrário, todo o
esforço de poupança pode ser "perdido".
Da mesma forma, de nada adianta "ter" muitas coisas, se este estilo de vida é
custeado exclusivamente através de dívidas, e não reflete a sua capacidade de
geração de caixa.
Mais do que os controles, o balanço patrimonial e o fluxo de caixa devem ser
vistos como instrumentos de apoio na sua tomada de decisão. É através da gestão
consciente dos dois que você consegue assegurar que está tomando decisões
inteligentes para o uso do seu dinheiro.
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