Imóveis - Reforma e Construção: Atenção ao comprar materiais para acabamento
O consumidor, ao comprar materiais de acabamento para uma
obra, precisa ficar atento não só quanto à escolha deles, comparando preço e
levando em conta a sua qualidade e durabilidade, mas também quando de seu
recebimento, “e, assim, não correr o risco de receber um produto inferior ao
comprado”, alerta Milton Zlotnik, especialista em defesa do consumidor. Ele
denuncia que muitos depósitos e lojas de materiais de construção vendem
materiais bons e caros, mas entregam produtos semelhantes e de qualidade
inferior. “É preciso, por isso, que o consumidor confira se o lote que está
recebendo é igual à amostra que viu na loja, abrindo todas as caixas. Caso não
seja, o consumidor tem direito de recusá-lo”, orienta. E se o consumidor receber
o material originalmente comprado, mas ele tiver vício, o produto também poderá
ser devolvido.
Conforme lembra Zlotnik, “os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou
não-duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade
que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo”, de acordo com o artigo 18
do CDC. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação
caduca em 90 dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produto duráveis.
Já se o vício é oculto, “o prazo para reclamar inicia-se no momento em que ficar
evidenciado o defeito”. Em se tratando especificamente de pisos, a atenção deve
ser redobrada: há uma série de opções ofertadas no mercado – carpete, cerâmica,
taco, etc. –, cujos preços são diferentes. Segundo Solange Silva, técnica do
Procon-SP, o consumidor deve levar em conta qual deles é mais indicado para o
ambiente onde se quer instalá-lo. “A durabilidade do revestimento depende,
principalmente, do local em que for colocado e dos cuidados dispensados na sua
manutenção”, diz.
O carpete de madeira, por exemplo, além de riscar mais facilmente, requer
atenção especial quando de sua colocação, pois o contrapiso tem de estar
uniforme. Já o carpete de fibra é mais barato, mas exige cuidados especiais em
sua limpeza, pois acumula muito pó e sujeira. Não é recomendável, por isso, a
quem tem alergia. Já o taco é o produto mais resistente, durando cerca de 50
anos. Isso porque a madeira utilizada na sua confecção é de melhor qualidade.
Depois de aplicado, ele permanece 6 anos sem precisar ser renovado por meio de
raspagem e aplicação de sinteco. “Embora o uso da cerâmica seja comum, deve-se
tomar cuidado com a escolha do profissional, que deve ser experiente, pois é o
assentamento que faz a diferença.”
Ao receber o material, Solange também aconselha que o consumidor se certifique
de que do corpo do pedido constem o nome do produto, o código, a tonalidade, a
metragem e tudo que foi combinado com o vendedor. “Os pedidos devem ser lidos
com atenção”, orienta. Evitar liquidações é uma boa saída. “Havendo quebra de
piso, por exemplo, o consumidor não terá como repô-lo”, alerta.
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