Consumidor - Quando não cabe no seu bolso, sonho deve ser adiado
Sonhar é, na verdade, algo positivo quando o assunto é
finanças pessoais. Afinal, muitas pessoas não se dedicariam tanto ao
planejamento financeiro caso não buscassem, com isso, realizar um sonho de
consumo. Na ânsia de concretizá-lo, contudo, muitos acabam se esquecendo de que
a maioria dos sonhos precisa de manutenção, e que isso também exige
planejamento!
Sonhar é possível, mas com os pés no chão
De nada adianta você pesquisar preços e poupar todos os meses para realizar seu
sonho de consumo, seja ele qual for, se depois você não terá condições de
mantê-lo.
Ao fazer as contas e se planejar, a maioria das pessoas comete um erro simples:
concentra-se no valor do bem e se esquece das despesas com manutenção. Quem não
conhece, por exemplo, o caso de pessoas que, com muito sacrifício, conseguiram
comprar um carro, para depois perceberem que não tinham como arcar com o seguro
ou com o IPVA?
Situação semelhante acontece com quase todos os sonhos de consumo, o que exige
mais atenção na hora do planejamento. Portanto, ao estabelecer metas de poupança
para que consiga juntar a quantia necessária, seja para comprar à vista ou
financiar a compra sob condições mais favoráveis, é preciso também estimar que
tipo de despesas extras este bem irá acarretar.
Patrimônio e orçamento
Para tanto, é importante entender a diferença entre patrimônio e orçamento. O
patrimônio é composto de bens móveis, imóveis ou aplicações financeiras que você
possui. Já o orçamento é a forma como você contabiliza suas receitas e gastos
mensais.
Ainda que a definição pareça bastante simples e clara para a maioria das
pessoas, a realidade é que os dois conceitos acabam sendo freqüentemente
confundidos, quando o assunto é a realização de um sonho de consumo.
Como? É simples. A maioria das pessoas junta uma quantia suficiente para a
compra do bem, ou seja, para garantir que o bem venha a fazer parte do seu
patrimônio. Entretanto, esquece do peso que este bem terá no orçamento.
No caso de um celular, por exemplo, não basta comprar o aparelho. É preciso
estabelecer metas de gasto mensal com ligações. Já no caso de um carro, além dos
gastos mais óbvios como seguro e IPVA, que correspondem à cerca de 10% do valor
do veículo, é preciso incluir gastos com combustível, estacionamento, manutenção
etc. O mesmo vale para o seu computador novo, para o qual pretende comprar
softwares anti-vírus, caixa de som, gravador de CD e, é claro, assinar internet
banda larga.
Qual o peso no orçamento?
Assim, é importante analisar qual o peso do seu sonho de consumo no seu
orçamento. Nunca subestime esses gastos, sobretudo se a compra foi financiada e
se o simples pagamento da prestação já compromete uma parcela razoável do seu
orçamento.
Lembre-se que, dependendo do tamanho do seu sonho, este financiamento pode ter
um prazo de mais de 36 meses, o que não pode ser ignorado, até porque é bem
provável que, neste período, você já tenha outras prioridades financeiras. Neste
caso, é preciso cautela para ver se seu orçamento comporta a realização de um
outro sonho de consumo, ou se o melhor é esperar um pouco mais.
Coloque na ponta do lápis todos os custos, e veja quanto do seu orçamento mensal
será consumido com a realização deste sonho. Muitas vezes, os gastos extras são
temporários e é preciso entender por quanto tempo irão pesar no seu orçamento.
Aprendendo a decidir
Muitos dos sonhos de consumo já deixaram até mesmo de ser um luxo,
transformando-se em um bem necessário. Ter um carro, computador, e até mesmo um
celular faz parte da realidade de boa parte da população.
A questão é saber qual dos vários modelos existentes no mercado se encaixa
melhor no seu bolso, de forma que seja possível sonhar, sem perder o controle da
sua realidade financeira: é preciso saber decidir como melhor utilizar o seu
dinheiro.
|